• Ação do McDonald’s no Dia da Mulher acaba em desastre no Brasil

    O cartaz do McDonald's do Brasil no Dia Internacional da Mulher

    Sem lembrar que no mundo das redes sociais as leituras são sempre literais, o McDonald’s transformou sua ação em homenagem à mulher no Brasil em mais um desastre da internet.

    Em vários estados brasileiros, a empresa realocou seus funcionários para que 20 de suas lojas funcionassem exclusivamente com equipe feminina. E espalhou cartazes orgulhosamente citando “Força feminina. Em homenagem ao Dia Internacional da mulher, hoje estamos operando com equipe 100% feminina neste restaurante.”

    “Como assim? Mandaram os homens de folga?”, foi a pergunta que se espalhou como rastilho de pólvora pelas redes sociais. A partir daí, as mensagens de ironia e ódio se multiplicaram.

    O banner da ação do McDonald's brasileiro pelo Dia Internacional da Mulher.
    O banner da ação do McDonald’s brasileiro pelo Dia Internacional da Mulher.

    O McDonald’s acreditou de tal forma na certeza de sucesso de sua ação que as regionais de alguns estados chegaram a usar suas assessorias de imprensa para se divulgar. Em Cuiabá, o diretor de Recursos Humanos da Arcos Dorados, Marcelo Nóbrega, declarou à imprensa local que “Mulheres são multifuncionais. Muitas vezes elas são as únicas responsáveis financeiras por suas famílias, além de ser o ponto focal dos filhos. Promover condições e oportunidades para que cada vez mais elas tenham espaço nos principais cargos de liderança é o nosso desafio diário e, acredito que deva ser o de todas as empresas que se preocupam com relações igualitárias”, disse.

    Confrontada com a crise, o McDonald’s brasileiro não soube se defender, publicamente, através de seus canais nas redes sociais. Mas, para a imprensa, preferiu culpar os clientes, por sua interpretação “equivocada”. Este foi o comunicado seco da empresa:

    “Esclarecemos que não houve folga para os rapazes que trabalham nesses restaurantes. Todos trabalharam normalmente conforme suas escalas. Houve apenas uma troca de locais de trabalho entre eles, para que esses 20 restaurantes pudessem reunir apenas mulheres na operação. Lamentamos que alguns clientes tenham concluído a mensagem de maneira equivocada”.

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

    Envie um Comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


    seta
    ×