• Abap volta a fazer reunião nacional no Rio de Janeiro

    Mario D'Andrea, presidente nacional da Abap

    Está confirmada para o próximo dia 28 de janeiro, no Hotel Grand Hyatt, da Barra, a reunião nacional anual da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), entidade presidida por Mario D’Andrea (foto). Está prevista a participação de pelo menos 30 dirigentes das regionais da Abap, entre os quais Gustavo Oliveira, presidente da Abap-Rio.

    O encontro, tradicionalmente realizado no final do ano, acabou não acontecendo em 2018, por motivo de agenda dos executivos da entidade. E, como já estava com pauta definida, não previu, entre seus debates, a crítica recente do presidente Jair Bolsonaro à concessão das Bonificações de Volume (BV), pelos veículos, às agências que trabalham para o Governo.

    D’Andrea acredita, no entanto, que o assunto venha a surgir naturalmente nas discussões, até porque, como a Abap divulgou em nota, recentemente, ela pretende levar a Bolsonaro mais esclarecimentos sobre “como é a atual regra de compra de mídia no Brasil, desfazendo crenças e alguns mitos que o mercado brasileiro não possui boas práticas nesse segmento”.

    Como em 2017, a Rede Globo de Televisão vai promover o almoço de congraçamento dos dirigentes da Abap com as lideranças das agências de publicidade associadas à Abap-Rio. E dia seguinte, como no último ano, os dirigentes dos outros estados ainda participarão de uma visita ao Projac, o centro de produções da Rede Globo em Jacarepaguá.

    Opinião do Editor

    Como o relacionamento entre o mercado e o governo está na pauta, a Janela aproveita para, mais uma vez, dar a sua opinião sobre o tema.

    As agências não deveriam mais ser chamadas de agências, já disse várias vezes Armando Strozenberg, ex-presidente da própria Abap, em várias oportunidades. Afinal, o nome mantém a ideia distorcida de que elas venham a ser meras intermediárias entre os anunciantes e os veículos de comunicação.

    Quem sabe esteja agora no momento de um novo passo no já amadurecido relacionamento delas com seus contratantes governamentais, estabelecido pela Lei 12.232/2010. Não seria a hora de garantir a separação da receita da agência por todo o seu trabalho de atendimento, planejamento, produção e criação, da receita eventualmente auferida pela veiculação?

    Cada vez mais temos visto as injustiças que causam a crença, entre as agências, de que a verba anunciada por um órgão de governo, durante a licitação, será integralmente utilizada.
    Em seus editais, os anunciantes de governo acenam com verbas monumentais e, por contrato, obrigam suas agências a montar equipes enormes para lhes atender, criar e planejar mídia. O dono da agência faz as contas imaginando o que aquela verba dará de remuneração dos veículos — inclusive o BV ou Plano de Incentivo — contrata talentos, aumenta seu escritório e assina ferramentas caríssimas de pesquisa para poder pegar a conta.

    Aí, mudam as políticas de governo, surgem crises financeiras, o anunciante não libera toda a verba de veiculação e o dono da agência faz o quê? Demite a equipe, que não tem nada com isso?

    Ora, não há nenhum impedimento legal para que um ministério contrate suas agências estabelecendo dois formatos de remuneração: um fee, que garanta a estrutura que ela vai lhe montar, e um adicional pelo planejamento e execução da mídia. Ou seja, se a verba de veiculação reduzir, ou se o governante brigar com esse ou aquele veículo, sem problema. O fee está seguro e ninguém terá prejuízo.

    Vale lembrar que as incertezas que assombram os cortes de verba não são exclusivos das grandes agências que trabalham para o governo federal. A situação se repete nos milhares de municípios brasileiros, afetando empresários de publicidade de todos os portes. E os profissionais que trabalham para eles.

    Vivemos tempos de mudanças. Sabemos que não somos os únicos a pensar dessa forma. Que tal esse papo ser ampliado pelas lideranças da nossa publicidade?

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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