Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 09/06/1978
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


Aí estão todas as nossas estatuetas de ouro no Clio!

Nenhuma agência brasileira recebeu estatueta de ouro do Clio na categoria de filmes para TV ou Cinema. Os únicos prêmios deste gênero foram concedidos a duas produtoras, que haviam inscrito seus filmes realizados para House-Agencies, ou seja, à ABA (do Andrés Bukowinsky) com o comercial do Bamerindus, e à Start (do Walbecy Camargo) com seu desenho animado para a Sharp.
Já nas peças Impressas, as agências brasileiras foram mais felizes. Principalmente a SGB, única agência nacional a receber dois prêmios deste Clio. Foram os seguintes os anúncios contemplados:
- "Apartamento para gente grande", da SGB para a Consultan (redator Isac Chapira e diretor de arte Hugo Zanzi).
- "A cidade inteira espera que todo contribuinte declare o ICM", da SGB para o ICM (redator Isac Chapira e D.A. João Galhardo Jr.)
- "Todas as coisas que você pode fazer usando OB", da DPZ para a Johnson & Johnson (red. Neil Ferreira e D. A. José Zaragoza).
- "Bebê seco", da Linha para a Johnson & Johnson (red. Tom Figueiredo e D.A. Edmar Sales).
- "Como ir para a Thompson saindo de outras agências", da J. W. Thompson (red. Sidney Ribeiro e D. A. Antônio Cabral)
- e um anúncio da Publitec para a Pirelli, cujas informações não chegaram até o fechamento da JANELA.
Na categoria Rádio, a Norton foi a única agência brasileira premiada com a estatueta de ouro do Clio, graças a seu trabalho para o Dia dos Pais realizado para o Banespa,
As empresas premiadas podem ir se preparando para receber seus prêmios nos Estados Unidos. Dia 13 de junho próximo será realizada a entrega das estatuetas e diplomas referentes às peças impressas. Dia 15 será a vez do rádio, e dia 16, sexta-feira que vem, serão entregues os prêmios de cinema e TV. Maiores informações nodem ser obtidas com a elétrica e eficiente Cecilia Silveira, representante do Clio no Brasil.

O Mercado de trabalho do Rio está ruim para o carioca?

Apesar de alguns Incautos insistirem em não ver o problema, não é novidade que sempre que se fala, num grupo de publicitários cariocas, sobre a preferência de algumas agências cariocas em contratar profissionais paulistas para suas vagas, o debate surge acalorado. As opiniões são sempre as mais discordantes possíveis.
Afinal, o mercado do Rio anda mesmo ruim para os cariocas? Para responder esta pergunta a JANELA ouviu a opinião de alguns profissionais de criação atualmente atuantes neste mercado carioca.
Para o carioca Paulo Azeredo, redator da L&M e no momento em transferência para a Esquire, a vinda de publicitários paulistas ou de outros Estados pode acarretar danos ao mercado carioca se se deixar convencionar que só paulista é bom e, a partir daí, essa ideia ser aceita pelos patrões, o que pode levar a, uma diferenciação salarial. Paulo lembra que, como causa e consequência inevitáveis, um dos motivos da elevação de salário dos paulistas deve-se às próprias exigências que estes profissionais fazem para mudarem de cidade, ou seja, nas despesas que terão para trazerem família e montar nova residência.
Segundo Laurence Klinger, ex-sócio da agência paulista KPT e atual Diretor de Criação da DPZ do Rio, o Rio de Janeiro, há alguns anos, não era considerado um lugar Importante dentro da propaganda brasileira. O profissional de propaganda não gostava de vir para cá porque achava que iria ficar isolado e esquecido. E caso voltasse para São Paulo, ficaria desvalorizado em termos de mercado. Hoje, diz Laurence, a coisa mudou:
- O mercado carioca cresceu, e a vinda dos primeiros criadores incentivou que outros profissionais aqui viessem trabalhar com a mesma dignidade, e com o mesmo volume de trabalho de São Paulo. Acredito que o objetivo de todo paulista é ir embora de São Paulo, pelos problemas da cidade. Então, quando surge essa oportunidade, já não se pensa mais duas vezes.
Antônio Torres, diretor de criação da Denison, acha que a importação de profissionais de outros Estados é um fenômeno natural.
- Chega um momento em que os empresários começam a necessitar, em seu quadro, de um pessoal mais experimentado, e é natural que recorram a São Paulo, na medida em que esse Estado, como maior mercado do país, venha formando mais profissionais. Eu não poderia de nenhuma maneira criticar a vinda dos paulistas, porque fui um dos primeiros a vir, e a grande maioria dos que estão aqui são meus amigos.
A situação não é tão ameaçadora assim.
Paulo Azeredo concorda, até certo ponto, com Torres:
- Afinal, eles estão acrescentando profissionalismo aqui dentro, o que é um reflexo multo bom para o nosso mercado. Aliás, esse é um fenômeno que vai acontecer sempre. O carioca, por exemplo, está indo pra Bahia e ganhando muito bem. E lá podem estar convencionando que só carioca é bom, o que, da mesma forma, é perigoso para o mercado baiano.
As opiniões sobre a existência ou não de profissionais para suprir as vagas abertas nas agências cariocas são discordantes. Laurence Klinger acha que se existisse gente para suprir essa procura, ninguém ia procurar em São Paulo. E cita uma experiência própria:
- Eu fiquei procurando diretor de arte durante um mês, aqui no Rio, e não achei ninguém disponível, Eu sei que o ideal seria encontrar alguém daqui mesmo, mas não foi possível. Tanto que tivemos que trazer o Manoel Pedro Pimentel Júnior (Nelo). Mesmo em São Paulo há pouca gente com a qualidade necessária para trabalhar nas grandes agências, o que causa um rodízio permanente entre os publicitários. As escolas de propaganda estão formando muita gente, mas faculdade não forma o talento de um profissional. Ela dá uma base, mostra o lado técnico, mas o talento é uma coisa que está sempre em falta.
Quanto a esse problema, Paulo Azeredo se preocupa que, com a vinda de profissionais de outros estados o mercado carioca seja levado a não se desenvolver quantitativa e qualitativamente. O que vai acabar reforçando nos empresários a ideia de que as pessoas de fora devam ganhar mais do que as pessoas daqui. E Paulo questiona:
- Como não tem gente aqui no Rio? Eu acho que tem. E se não tem, há potencial para se formar. O aproveitamento de profissionais do Rio abre vagas para que os novos profissionais subam. Essa gente que está começando agora está com a maior dificuldade para trabalhar. E muitos estagiários andam procurando oportunidades e não conseguem.

União das agências servirá de modelo a todas as pequenas.

Renato Castelo Branco
Renato Castelo Branco
A criação da União de Agências por nove empresários de porte médio de todo o país continua repercutindo favoravelmente no mercado. Este acontecimento é uma demonstração clara de que as movimentações e encontros mantidos nos corredores do 3º Congresso tinham uma significação maior que as discussões programadas oficialmente.
E, como se vê, os sintomas do momento pelo qual a Propaganda brasileira está passando não pararam na candidatura de Renato Castelo Branco à presidência da ABAP. Afinal, as próprias circunstâncias que envolvem a derrota da chapa de Castelo devem ter sido algumas das causas que intensificaram as motivações para que estes 9 empresários partissem para uma solução prática como esta da União de Agências. Provavelmente, a concorrência do CBPE, exigente nas qualificações, e sugerindo que seria fundamental uma cobertura nacional bem realizada tenha sido outra das causas da União.
Renato Castelo Branco, presidente do Conselho da União, afirmou à JANELA que um dos incentivos foi a "'Consciência da oportunidade que existe para a criação de uma estrutura capaz de dar atendimento a um tempo nacional e local aos anunciantes que necessitem deste tipo de assistência", Segundo ele, “a União é um instrumento de aperfeiçoamento profissional, pela soma dos recursos das agências associadas, que possibilita a criação de melhores estruturas de serviço, além de ser uma fórmula através da qual as agências regionais terão a oportunidade de participar das contas nacionais. descentralizando o negócio da publicidade do eixo Rio-São Paulo".
Apesar da individualidade das participantes não ser afetada, Jomar Pereira da Silva, presidente da CBBA-Rio, uma das empresas integrantes da União, nos admite que as agências que têm escritórios em mais de um Estado procurarão respeitar os clientes e, até certo ponto, o campo de atuação das associadas locais. Jomar também esclarece que será função das regionais analisar, dentro dos interesses do cliente, se a conta será mais bem atendida pela própria agência ou pela União.
A cobertura nacional das associadas está sendo considerada suficiente pelos coordenadores. Como diz Castelo Branco, ela cobre hoje, diretamente, dez áreas metropolitanas, responsáveis por 90% dos negócios no Brasil, e indiretamente todo o mercado brasileiro, mas Renato admite que a União possa acolher novos associados, à medida que novos polos econômicos do país adquiram suficiente força mercadológica.
Sem dúvida que, nas próximas concorrências, a União será uma das mais fortes participantes, já que não se apresentará como pool ou consórcio. Renato Castelo Branco explica que "a União é uma pessoa jurídica, uma sociedade anônima constituída, com um Conselho Diretor e uma Diretoria própria", na mesma maneira em eleições associativas, a União representará uma forte base para a defesa dos interesses das pequenas e médias agências nacionais, pretendendo se associar à ABAP, a União se verá representada nesta associação e nos rankings nacionais com seus dados próprios, além de ter cada agência associada participando individualmente com os seus.

Seleção da Janela.

Renata Giese, redatora da MPM, lsac Chapira, redator da SGB, Eduardo Corrêa, diretor de arte da Denison, e estes colunistas compuseram o júri da seleção da JANELA que escolheu os anúncios mais destacáveis entre os publicados na Imprensa diária carioca, na semana de 29 de maio a 4 de junho.
Eduardo Correa e Renata Giese Renata Giese e Isac Chapira
Eduardo Correa e Renata Giese Renata Giese e Isac Chapira
Na opinião do júri, quatro peças mereceram ser incluídas na seleção. Com 3 estrelas, foi escolhido o trabalho da DPZ para o Banco Itaú "Até a rainha da Suécia...", criado por Washington Olivetto (redator) e Francisco Petit (diretor de arte), anúncio oportuno e de muito boa lembrança.
Dois anúncios receberam duas estrelas. O da Jotaé para o Monartis ­ "Milhares de artistas...", tendo como redator Luis Fernando Favilla e diretor de arte Ney Perez, suíte de um outro publicado no Dia do Trabalho; "Mamãe, comprei...", da L&M para os classificados do Globo, redigido por Ney Azambuja e contando com João Carlos 0livieri na direção de arte. Este calhau felizmente foi publicado dentro das dimensões previstas pela criação da agência. Estranhamente outros calhaus da série têm sido publicados com ampliação até para 8 colunas, o que não lhes dá um bom rendimento.
Ney Azambuja e João Carlos Olivieri também foram os responsáveis pelo anúncio selecionado com uma estrela - "Toda a população...". Esta peça cujo título sensacionalista foi considerado um exemplo bom de uma técnica aceitável pela publicidade foi realizado pela L&M para a Embratel.
Como curiosidade, nesta seleção: Ney Azambuja, que conquistou dois prêmios para a L&M, foi semana passada para a MPM, enquanto Luís Fernando Favilla, redator do anúncio relacionado da Jotaé, acabou de ir esta semana para a L&M. ocupando a vaga deixada por Ney. Movimentação boa.



(Clique nos anúncios para ver em tamanho maior)
DPZ para Itaú: Até a Rainha da Suécia...
L&M para Telebras / Embratel
L&M para O Globo
Jotaé Kastrup para Monartis

Na última Janela deste mês, dia 30 de junho, publicaremos os sensacionais resultados da prévia semestral da Seleção da Janela. Daremos a relação completa de todas as agências, redatores, diretores de arte e clientes que tiveram seus trabalhos destacados na imprensa diária carioca, com o número de pontos obtidos por cada um. Como já divulgamos, o levantamento será realizado pelo número de estrelas conseguidas durante o ano (ou durante o primeiro semestre, para a prévia) pelas agências, clientes e profissionais de criação. No final do ano, os três primeiros lugares de cada categoria serão homenageados de alguma forma que estamos estudando. Não percam a JANELA de 30 de junho.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

Ismênia Dantas está vendendo urgente e barato uma coleção de cerca de 400 cartazes internacionais de publicidade. São trabalhos de alta qualidade, que poderão ser adquiridos separadamente, figurando peças polonesas, japonesas e de artistas famosos como Peter Max e Milton Glaser entre outros. Os preços vão de 250 a 2 mil cruzeiros. Maiores informações podem ser obtidas pelos telefones: 247-6500 e 266-1320 (D. Gina) ou à Rua Barão da Torre nº 408/301.
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Vejam o despropósito: a linda música (quase um hino), do filme "Sacco & Vanzetti", está sendo usada no último comercial da Força Aérea Brasileira. Enquanto isso, "Sacco & Vanzetti" continua proibido pela nossa censura...
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Outra contradição: durante as transmissões dos jogos, surgiu um novo desenho do Sugismundo sugerindo que não se deve tomar remédios, nem para resfriados e gripes, sem se consultar um médico. Logo depois, passavam os comerciais de um dos patrocinadores das transmissões - Coristina.
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A Revista de Domingo está em negociações com o IVC, para que este passe a colocar, em seus boletins, informações acerca da população liquida paga desta revista. O JB já é filiado ao IVC, mas a Revista de Domingo não cobre toda a sua circulação, limitando-se aos Estados do Rio e São Paulo. E a Marplan, em suas próximas pesquisas, deverá enquadrar a Revista de Domingo, não mais como suplemento do Jornal do Brasil e sim como revista.
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A Cia Brasileira de Pneus Tropical, localizada em Santana - BA está sob a orientação técnica e administrativa da Goodyear, com a qual firmou contrato. A Tropical iniciou sob esta nova supervisão, a produção de pneus de passeio e para caminhões.
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E o Rio de Janeiro está sendo apontado como provável local para a realização das próximas Feiras e Convenções das associações pertencentes à ASAE - American Society of Association Executives.
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A pesquisa realizada no Rio de Janeiro, para as calças Cukier, pelo Instituto Paulista de Pesquisa de Mercado, indicou que dentre mil pessoas entrevistadas (entre 14 e 49 anos), 65,2% já as conheciam e 32,9% já as haviam adquirido. Na faixa dos 14 aos 29 anos, este índice de conhecimento atinge a cifra de 75% e na idade superior aos 50, ela atinge o índice de 42%.
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Circulará este mês uma Edição Especial da Revista Bela, dedicada à análise e exposição de assuntos relativos ao Imposto de Renda e à inclusão dos incentivos fiscais previstos pelo Decreto-Lei 157. A Revista sairá no próximo dia 26 e os anunciantes interessados deverão entregar seu material até o dia 22 de junho.
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François Nebel, RP da Labor, realizará uma palestra, dia 12, no auditório da UERJ.
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Foi criada em Buenos Aires a OIR - Organização Íbero-Americana de Rádio, que tem como função defender os interesses do rádio Íbero-Americano em eventos internacionais. Foram nomeados delegados do rádio brasileiro: Fernão Pompeo, da Jovem Pan e Samir Razuk, da Bandeirantes.
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Walter Guerreiro, diretor do Studio Free, foi convidado para planificar a programação da Rádio Manchete FM, que deverá ser inaugurada brevemente em São Paulo.
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A maior produtora americana de cigarros e cerveja - Phillip Morris Inc., ao que parece também pretende penetrar no mercado americano de refrigerantes e, para tanto, ofereceu 440 milhões de dólares à Seven-Up, terceiro produtor de refrigerantes daquele país.
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Roberto Duailibi viajou para Caracas, a convite da Viação Venezuelana (Viasa), a fim de realizar palestras sobre a propaganda brasileira.

Colunistas "en marche".

Os colunistas publicitários devem estar descobrindo que só esse negócio de colunismo não enche a barriga de ninguém.
Semana passada já noticiamos que Carlos Cauby Silveira (jornal Anúncio) havia sido contratado para a área de planejamento da Labor. Agora, é a vez de Ivan Curvello e Hamilton Sbarra. Ivan (A Noticia, Jornal do Comércio e Diário Popular) acaba de ser contratado pela Norton para exercer a função de coordenador de divulgação e relações públicas. Enquanto isso, Hamilton Sbarra, o único verdadeiramente colunicitário da Gazeta de Notícias e do Brasil, foi contratado para cuidar da divulgação da indústria de chuveiros elétricos Faet.
Isso tudo sem falar em Jomar Pereira da Silva, que deixou o colunismo para ser presidente da CBBA do Rio

Expediente

EDITORES: Marcio Ehrlich e Márcia Brito
Repórteres: Vitor Felzen, Humberto Martins, Lais Frotta, Carla e Marlene Barcelos.
Esta coluna sai às sextas-feiras e fecha às quintas, ao meio-dia. Comunicados para a Rua Barão de Itambi, 7/605, Flamengo. Rio. CEP 20000. RJ. Ou pelo telefone 286-4876.