Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 23/NOV/1979
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Sindicato de Agência e de Publicitários discordam sobre acordo salarial.

A notícia publicada semana passada nesta coluna sobre os resultados das negociações sindicais teve uma repercussão maior do que imaginávamos.
Vários empresários da propaganda carioca que estiveram esta semana conosco mostraram-se profundamente confusos sobre as conclusões a que ambos os sindicatos chegaram. Alguns deles alegaram que as informações aqui publicadas não conferiam com as prestadas por João Moacir de Medeiros, presidente do Sindicato de Agências, a eles oralmente.
Algumas agências sindicalizadas, que preferiram não se identificar, nos declararam não estarem satisfeitas com a atuação de seu órgão representativo, principalmente pela dificuldade de elas conseguirem informações precisas sobre as decisões sindicais e, em alguns casos, não verem atendidas suas reivindicações. Como exemplo, elas citaram o caso do ISS (já levantado por esta coluna há alguns meses) que está tributando as agências, e cuja definição não foi conseguida até hoje.
João Moacir de Medeiros, porém, não concorda com estas criticas. Ele afirma que vem realizando seu trabalho com o apoio total das principais agências cariocas. Segundo ele, o Sindicato enviou esta semana às agências cópias das resoluções inter­sindicais, com uma análise do seu conteúdo; concluindo que neste acordo salarial serão realmente descontados os abonos de emergência e os aumentos espontâneos concedidos durante 1979. Segundo Medeiros, no acordo dizia-se que os aumentos seriam realizados baseados na atual legislação, que prevê, precisamente, aquelas deduções.
Por sua vez, Murilo Coutinho, presidente do Sindicato dos Publicitários nos confirmou todas as informações publicadas na coluna de 16/11, quando citamos que os aumentos seriam concedidos sem se considerar os abonos anteriores ou mesmo os níveis salariais.
Murilo diz que à época do abono de emergência, fixou-se que aqueles índices seriam descontados, ou não, segundo negociações posteriores, a ocorrer no momento desta discussão do dissídio. Na interpretação de Murilo, se a decisão fosse a de haver desconto, esta cláusula deveria constar expressamente do recente acordo salarial, o que não aconteceu.
Murilo afirma que, por não haver a citação, o cálculo de aumento deverá ser feito baseado exclusivamente no último salário em novembro. Desta maneira, incidiria sobre o salário de 12 de novembro um índice inicial de 22% relativo a uma correção semestral, mais 26,8% sobre a nova cifra, correspondentes à correção do segundo semestre. No total, todos os publicitários cariocas receberiam um aumento de 54,69% fora os aumentos anteriores, na opinião dele. Murilo ainda informa que este aumento seria válido até maio, quando completar-se-ia um novo semestre e um novo aumento seria decidido, desta vez, porém, com critérios de proporcionalidade.
As conclusões, ao que parece, não estão fáceis de ser encontradas. Os dirigentes dos dois Sindicatos deverão mais uma vez manter contato para esclarecer a dúvida. Ambos, porém, admitem a hipóteses de que a questão só venha a ser resolvida na Justiça do Trabalho, analisando-se todos os documentos intersindicais dos últimos meses.
Esta atitude, no entanto, só poderá ser tomada após a publicação do acordo salarial no Diário Oficial, o que, até ontem, não ocorreu.
A parte disto tudo, Medeiros nos informou que o Caso ISS não foi deixado de lado pelo Sindicato das Agências. Ele garante que o assunto está nas mãos de um "competentíssimo" advogado que está cuidado dos interesses das agências junto às Secretarias do município, num processo, infelizmente, muito demorado por sua complexidade.

Irresponsabilidade geral.

Uma vez já criticamos aqui, e violentamente, o filme da Mesbla em que um garoto aparecia sentado no banheiro para demonstrar como determinada marca de TV era portátil. Agora, vem novamente a Mesbla e exibe uma criança entrando na sala de casa, em reunião de família, e metralhando todos com sua metralhadora de brinquedo.
Até quando a Mesbla pretende ser irresponsável com sua propaganda? Até quando os publicitários brasileiros, que lutaram por um Código de Ética, esperam para proteger o conceito desta atividade de anunciantes e profissionais desta categoria? Até quando se imagina que o Governo vá esperar até que os publicitários resolvam sanear a propaganda por conta própria?

Criação internacional.

A Thompson vai realizar em São Paulo, no Hilton, durante os dias 3, 4 e 5 de dezembro, o "1º Seminário Internacional de Criação da JWT". Para participar do Seminário, virão ao Brasil o Vice Chairman da JWT Company e Diretor de Criação da operação da Thompson no mundo, Burt Manning, que falará sobre "A Propaganda que funciona", Joel Baumwool, Senior Vice-Presidente Group Account Director que abordará o tema "Padrão de utilidade de marcas: uma medida de fidelidade de marca". E, ainda, Granger Tripp, Senior Vice-Presidente Creative Director, que fará uma palestra sobre "Estímulos e respostas", e Michael Gill, Vice­Presidente Creative Director que falará sobre "As raízes da comunicação humana", Klaus Isnenghi será o mestre de cerimônias e moderador da mesa.

Prestação de contas das contas.

Os gastos oficiais com publicidade estiveram em debates ultimamente na Bahia. O vice-líder do MDB (na época ainda era MDB), Domingos Leonelli, sugeriu que o governo Antônio Carlos Magalhães, em vez de investir em propaganda sobre a Cesta do Povo, que aplique o dinheiro na ampliação de postos e na compra de novos gêneros alimentícios. O deputado Genebaldo Correia requereu à mesa que o governo forneça as seguintes informações:
1 - Total de despesas com publicidade realizada pelo Governo Roberto Santos.
2 - Total destas despesas nos seis primeiros meses da atual administração.
3 - Critério usado por Antônio Carlos Magalhães na distribuição de publicidade oficial.
4 - Cópia dos contratos assinados entre o governo do Estado e as agências de publicidade, com os pareceres das comissões de licitação.
Se a moda pega...

Movimento confuso.

Deu no jornal Zero Hora, na coluna de Affonso Ritter:
"A Levi's insiste em manter os erros no seu sugestivo anúncio intitulado "Movimento Ecológico". Há pelo menos três e logo no começo do texto: "Porto Alegre, Março de 1975. Três universitários sobem numa árvore (uma acácia secular) para impedir que ela seja derrubada. Acabam apanhando, mas recebem do secretário do Meio-Ambiente gaúcho, Sr. Paulo Nogueira Neto, o seguinte comentário: Se eu tivesse 20 anos, teria feito a mesma coisa". Em primeiro lugar, não foi em março de 1975, mas de 74. A árvore não foi acácia, mas tipuana. E Paulo Nogueira não foi nessa época nem nunca será secretário do Meio-Ambiente gaúcho."

CARTAS

De uma leitora para a Ford, com cópia a estes colunistas:

"Exmo. Sr. responsável pela propaganda da Ford do Brasil S.A.
Venho a sua presença, trazer meu depoimento e protesto pela forma usada pela sua empresa na presente propaganda na TV e nas revistas atuais, ex Manchete...
Sei que a propaganda tem vários objetivos, porém jamais deve ser deseducadora! Todos aprendemos, os mais humildes até, que escrever em paredes, muros é falta grave, que só os mal educados usam esses expedientes. Agora me vem a Ford usar desse expediente para escandalizar, deseducar e pichar? Francamente não se pode aceitar. Fiz uma enquete entre amigos e familiares e não encontrei uma pessoa que não atinasse de imediato por essa falha. Será que o objetivo é esse? Aproveitar a abertura, e pichar?
Suponho que deva haver um órgão controlador do sistema de propaganda. Apelo para ele para que atente para o mau gosto e desacerto dessa propaganda.
Agradecida pela acolhida. América de Faria Curado (Praia do Flamengo, 98/1001 - Rio).

AGENDA

Dia 26 - às 18:30hs: no Rio, auditório de O Globo, última palestra do Ciclo de Lanternas Mágicas, com o tema "Como criar propaganda que vende alimentos". promoção da ABP.
Dias 27 a 29 - em São Paulo, o III Encontro Nacional de Anunciantes. Promoção da ABA.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• Para quem anda alarmando o mercado sobre desemprego maciço, ai vão algumas informações: A Rego Monteiro & Associados quer contratar um redator (faixa de 60 mil) e dois contatos (40 mil), e a JMM também procura um profissional de atendimento (faixa de 30 mil, segundo Cid Pacheco). Além disso, a Assessor contratou o redator Roberto Wrencher e o diretor de arte Carlos Reluz para a sua criação, a Salles levou o redator Roberto Kahn para completar uma de suas duplas, e a Casa do Desenho colocou Oldemar Miranda como seu chefe de fotografia e José Antônio Lopes como chefe de estúdio.
• Carlos Roberto Chueiri, ex-presidente da ABA - Associação Brasileira de Anunciantes, e conhecido por muitos como "Chuchu", retomou ao marketing do Banco Real, de onde havia saído em 1978 para dirigir o comercial da Rede Capital de Rádio.
• Contas e mais contas: A. J. W. Thompson-Rio recebeu a responsabilidade de um lançamento imobiliário para a Consultan, e pegou a conta da Quimetal, grande anunciante de Vitória - ES; A Franco Paulino, Moraes já está atendendo à Etoile Modas e à Incorporadora Empreza (com z) Melhoramentos do Brasil, além de preparar, no Rio e Vitória, o lançamento de dois "Construshoppings", centros comerciais de materiais de habitação.
• Tem mais contas: a Redinger & JG conquistou a conta das lojas Prata Moderna, e a Labor Publicidade a conta da Acqua Aquicultura, criadora das trutas da Bocaina. Aliás, para aquele badalado lançamento das trutas no Rio, a Labor contou com a assessoria do colunista e fotógrafo Rogério Ehrlich, colega dessa TRIBUNA; e a Haroldo de Andrade pegou a Thermos Pack Ind. Com. para o lançamento da fantástica bolsa térmica "Gelakent", que tanto é bolsa de gelo como de água quente.
• João Pecegueiro do Amaral, que já foi diretor da JP&S, e ultimamente atuava como diretor na JMM, assumirá a partir de dezembro um novo cargo em outra empresa, mantido até lá em rigoroso sigilo.
• A ABA realizou eleições, e sua diretoria foi reeleita praticamente com a mesma estrutura. Luís Fernando Furquim, do Grupo Pão de Açúcar, continua como Presidente, e Oscar Santiago Lima, da Souza Cruz, como vice-presidente nacional.
• Cacá, née Maria do Carmo Kozma, assumiu a Supervisão de Planejamento de Mídia da SSC&B: Lintas Brasil, em substituição à conhecida e competente Fátima Jordão, que está se transferindo para o Exterior. Grande responsabilidade.
• A Mercyr Publicidade e a AGI Propaganda, de Porto Alegre, se associaram.
• Assim como existem em arte pintores primitivos, deveríamos ter também, em comunicação, os redatores primitivos, criadores de joias raras do "naif". Vejam este primor de slogan do 1º Seminário Regional de Apicultura, realizado em Ijui, no Sul: "Abelha não faz mal, faz mel".
• E em Fortaleza, Ceará, os jornais estão uma campanha comunitária de prevenção e acidentes de transito, cujo slogan também é uma graça: "Todo mau motorista é filho da mãe"!
• A Casimiro Silveira S.A., de Joinville, fabricante das confecções femininas Lumière, nomeou Jehová Capobiango como seu novo Diretor Comercial. Capobiango era Gerente de Marketing da Lumière.
• Uma triste perda para a publicidade: faleceu esta semana na França o criador Jader Estevão, irmão do diretor de criação da Standard-Rio, Carlos Estevão. No Rio, Jader havia trabalhado em diversas agências, entre as quais a Standard, e a Agência da Casa da TV-Globo. Ultimamente, fazia free-lancers na Europa.
• Deu no balanço semestral da Technos Relógios S.A.: a verba de publicidade e propaganda, de 1º de maio a 31 de outubro de 1979, foi de Cr$ 33.110.043,00, contra Cr$ 18.412.311,00 do semestre correspondente de 1978. A receita bruta da Technos, no período, foi de Cr$ 496.214.491,00.
• Foi editado, e já está sendo distribuído pela APP - Associação Paulista de Propaganda (o nosso veio graças à cortesia GFM/Propeg), um caderno com todos os resultados do Festival lbero-Americano de Publicidade-79.
• Fernando Vasconcelos, ex-colunista do Jornal de Brasília, está escrevendo agora para o órgão oficial da Associação Comercial do Distrito Federal Jornal de Vanguarda, publicado aos domingos e de distribuição dirigida.
• O Jornal José - o melhor jornal semanário político nacional, feito em Brasília, editará em 22 de dezembro o especial "Valeu a pena 79?", com um balanço deste ano que se encerra.
• Grande ideia promocional da Caio: aproveitando seu casarão, onde mensalmente realizam-se churrascos, a agência programou uma festança para hoje, ao meio-dia, recepcionando todos os setores da imprensa.
• No dia 3 de dezembro próximo a Rádio Globo de São Paulo, lançará um programa diário sobre a cidade, chamado "Sinal de Alerta". Ouvimos a fita/piloto que nos agradou bastante.
• A Bolsa de Valores promove segunda-feira, às 18 horas, um coquetel de inauguração ela exposição "Painéis", do já badalado trabalho de Wesley Duke Lee.
• A CBBA começou a divulgar o regulamento de seu prêmio Jeca Tatu, agora no segundo ano incentivando as agências brasileiras a seguirem um caminho de valores adicionais para a propaganda. As agências que acreditarem ter trabalhos nesta linha, podem solicitar o regulamento à CBBA-Rio, com a D. Jane. Nilo Peçanha, 50 grupo 716 (tels.: 232-2771 e 221-5019).