Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 21/DEZ/1979
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Thompson troca seu presidente no Brasil em janeiro de 1980.

O presidente da J.W.Thompson no Brasil, Pat Moran, estará deixando o país em janeiro, sendo substituído pelo português Leonel (Lee) Pavão, que já foi diretor de criação nacional da Thompson no Brasil em 1974 e 1975, e ultimamente presidia a agência de Lima, Peru.
Pat Moran está no Brasil há mais de 6 anos, tendo passado por Supervisor de Conta, Diretor de Atendimento e Gerente do escritório de São Paulo, antes de assumir a presidência. Após deixar o Brasil, Pat cursará o Advanced Management Program da Harvard Business School, para daí prosseguir sua carreira na área internacional da Thompson.

Sindicato gaúcho de agências quer impedir o registro de house-agencies.

O Sindicato das Agências de Propaganda do Estado do Rio Grande do Sul conseguiu que a Junta Comercial do Estado e o Cartório do Registro Especial (registro civil de pessoas jurídicas) fossem notificados, através de uma medida cautelar, de que existem empresas que não estão respeitando a lei 4.680 e o decreto 57.690, além do Código de Ética e as Normas Padrão, segundo publicou domingo a coluna Asteriscos.
No mesmo processo, o Sindicato declarou que "tais irregularidades são repudiadas pelo Sindicato ora requerente, sendo puníveis com multa de 10% a 50% dos contratos de trabalho, os infratores, tanto agências de propaganda quanto veículos de divulgação".
O Sindicato de Agências propôs também "exercer seu direito de fiscalização, desde os atos constitutivos das Agências de Propaganda e fornecer Certidão de Regularidade como instrumento indispensável para o registro de contratos sociais das agências". Pela proposta, o Sindicato estendia à ABAP - Associação Brasileira de Agências de Propaganda o mesmo direito, na forma do art. 15 da lei 4.680.
Esta atitude, segundo soubemos, é mais uma tentativa de dificultar o registro e funcionamento de house­agencies, através de medidas legais. Ouvimos no Rio o diretor da ABAP e da agência MM&C, Mozart dos Santos Mello, que nos declarou considerar difícil que tais estratagemas sejam eficientes:
- Existe uma lei maior que regula o relacionamento entre agências e associações, que é a lei do livre comércio. Assim como ninguém pode me impedir de amanhã montar uma sapataria, dificilmente se conseguirá colocar obstáculos ao surgimento das agências de propaganda que pertençam aos anunciantes, desde que elas satisfaçam as exigências das Juntas Comerciais locais.
Santos Mello considera a existência de house-agencies e anunciantes diretos "um mal que vem grassando cada vez mais na propaganda brasileira", mas acredita que soluções "a manus militare" não são as mais adequadas para acabar com o problema:
- Acho que é mais um problema de conscientização. Eles mesmos, no final, chegarão à conclusão de que anunciar direto, ou ter uma house­agency, não é um bom negócio. Foi o que aconteceu com a Nestlé, a Ford, a Philips e outras grandes empresas.
Na opinião de Santos Mello, entre outros meios de diminuir o problema seria "a própria classe, através da ABAP, ou não, instituir uma campanha para doutrinar o anunciante direto ou os de house-agencies, sobre os benefícios das agências". Ele admite que este seja um trabalho "quase que de missionário", mas acredita neste processo:
- É preciso que dez, vinte ou trinta abnegados, que aliás existem muitos nesta profissão, organizem, de maneira racional, algum tipo de seminário ou encontro com anunciantes para o assunto ser debatido. Em dois ou três anos se veriam os resultados da campanha, que sem dúvida só beneficiaria a própria sobrevivência do negócio da propaganda no Brasil.

Agências de propaganda terão Federação Nacional.

Fenapro: Dario Miotto (DF), Zander Campos da Silva (GO), João Moacir de Medeiros (RJ), Luiz Salles (SP), Álvaro Resende (MG) e João Firme de Oliveira (RS).Mais uma entidade (e com ela mais uma sigla) foi criada para representar nacionalmente as agências de propaganda brasileiras: a Fenapro - Federação Nacional das Agências de Propaganda. O protocolo de adesão foi assinado em São Paulo pelos seguintes presidentes de Sindicatos de cinco estados, além de Brasília (cuja entidade está se formando), mostrados na foto: Dario Miotto (DF), Zander Campos da Silva (GO), João Moacir de Medeiros (RJ), Luiz Salles (SP), Álvaro Resende (MG) e João Firme de Oliveira (RS). Como presidente, a Fenapro elegeu Luís Sales, e como sede, São Paulo. A presidência será ocupada, alternadamente por membros dos Sindicatos filiados.
A proposta de criação da Fenapro não é nova, tendo sido oficialmente apresentada durante o Seminário de Propaganda de Gramado, em junho último. Na ocasião, aventou-se que a nova entidade viria a concorrer em representatividade com a ABAP - Associação Brasileira de Agências de Propaganda. Como, em tese, uma associação cuida principalmente da atividade em si, e um sindicato dos aspectos empresariais (em geral em relação a outros setores), provavelmente as duas entidades máximas da propaganda brasileira terão que calmamente sentar à mesa e estabelecer seus respectivos limites.

Super-atendimento.

Acaba de ser batido um novo recorde em salário publicitário no Rio de Janeiro, e quem sabe, no Brasil. A partir de 1º de janeiro, Abelardo Cid desliga-se da Salles/Inter-Americana para atender exclusivamente a Souza Cruz na MPM recebendo 450 mil cruzeiros por mês, mais uma gratificação mínima anual de um bilhão e meio de cruzeiros, fora carro e os outros fringe-benefits de praxe.
A parte da indiscutível capacidade profissional de Abel Cid é inevitável se questionar as repercussões para o mercado de tais "corridas armamentistas" pela segurança de grandes contas.
Afinal, até onde se sabe ainda o único grande produto da Souza Cruz na MPM é Minister.

ABAP unida.

O superintendente da Associação Brasileira das Agências de Propaganda, Fernando Reis, nos informa que as diretorias regionais da ABAP confirmaram na última semana a Petrônio Corrêa, presidente nacional da entidade, todo o seu apoio, ao contrário dos rumores que circulavam na praça.
Ainda sobre a ABAP, em fevereiro a associação estará distribuindo o "1º Anuário da ABAP", com informações completas sobre todas as suas 210 filiadas em todo o Brasil. E o presidente do capitulo Rio da ABAP, Clementino Fraga Neto, já iniciou os contatos com as agências cariocas médias e pequenas ainda não filiadas à entidade, para estimulá-las a participar.

Nova associação de agências no Rio.

Foi anunciada publicamente esta semana a associação entre a Esquire e a Oliveira Murgel, do Rio de Janeiro, completando a união que a Esquire havia iniciado, há alguns meses, com a Ad/Ag, de São Paulo.
A partir de agora, como primeiro passo, no Rio a agência passa a se assinar Esquire/Oliveira Murgel, enquanto em São Paulo se assinará Esquire/ADAG. No futuro, segundo informações dos diretores das agências, a tendência será o nome Esquire voltar a aparecer isolado.
Com a união, participarão acionariamente da Esquire/Oliveira/Murgel/ADAG Fernando Barbosa Lima, Clementino Fraga Neto, Lindoval de Oliveira, Márcio Murgel, Luiz Celso de Piratininga, Hamilton Fernandes e a agência argentina Casares.
No Conselho de Administração, Fernando Barbosa Lima foi escolhido como presidente, enquanto na Diretoria Executiva da agência o presidente será Lindoval de Oliveira, tendo como vices Fraga Neto, Piratininga e Márcio Murgel.
A Esquire-Oliveira, Murgel inicia suas atividades com 29 clientes, funcionando totalmente no casarão da Esquire, à Rua Marquês de Olinda. Em 1979, a Esquire teve no Rio um faturamento de 175 milhões de cruzeiros, colocando-se como a 11ª agência carioca no ranking publicado por esta coluna em 7 de dezembro. A Oliveira Murgel havia ficado em 17ª, com um faturamento de 120 milhões. Com a união, a agência passaria para a 8ª colocação no Rio. Em São Paulo, a Esquire/ADAG tem 8 clientes.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming •

• Pedro Sanches desligou-se da gerência de marketing e propaganda das Casas da Banha.
• Jerry Hughes, que há alguns meses deixou o atendimento da Thompson-Rio, está agora como um dos gerentes de grupo do Citybank.
• A Anderson Clayton entregou parte de sua conta à DPZ-SP.
• Stanley Chevalier, diretor na produtora de comerciais Power, está escrevendo uma coluna sobre propaganda - Arte Final - no jornal O Dia, sobe o pseudônimo de Estanislau Cavalheiro.
• Cerca de 5 mil comerciais de 50 países foram inscritos no 20º Festival de Hollywood, o International Broadcasting Awards. Os filmes serão submetidos a 25 júris preliminares, sendo 19 nos Estados Unidos e 6 nas cidades de Londres, Paris, Tóquio, Sydney e Toronto (que terá dois julgamentos). Em março o júri final escolherá em Hollywood os vencedores das 12 categorias do festival, tanto em cinema quanto em TV.
• Luiz Fernando Behring deixou o Grupo Delfin para assumir uma recém-criada Gerência de Produto no Grupo Unibanco, em São Paulo.
• Geraldo Langoni não foi à reunião programada pelo Clube de Criação do Rio de Janeiro na última terça. Em seu lugar falou o deputado federal Felipe Pena, que também é professor de economia.
• Mas na próxima quinta, 27, às 8 da noite, o CCRJ promete lançar seu jornal Jotacê, na livraria Noa-Noa, do Shopping Casino Atlântico.
• A música titulo do novo LP de Leni de Andrade, "Registro", é da autoria de Marcello Silva, diretor de criação da CBBA-Rio, e Durval Ferreira, diretor da Top-Tape e free-lancer de jingles publicitários, como aquele da gafieira do Ponto Frio (Na gafieira o trombone tocou...).
• Troca-Troca da Criação: Joãozinho Galhardo, que fazia dupla na Almap-SP e na SGB com Alcides (Cidão) Fidalgo, ultimamente dirigia arte na DPZ, está agora na MPM, onde aliás, Fidalgo também trabalha. // E para a MPM também foi o redator Ronaldo Conde, que estava na Lintas. // Já o premiado redator Bernardo Vilhena (campanha da Fenaseg, e anúncio do ano dos colunistas - Brasil de A à Z, para a Sul América) deixou a Salles­Rio e transferiu-se para a Esquire. // Na DPZ foi contratado como diretor de arte o argentino Antônio Carlos Morcillo, que já havia trabalhado naquela agência.
• Incrível a longevidade a que já chegou o jornal semanal carioca Hora do Povo: está em seu número 16, tendo anunciantes como a caderneta de poupança Letra e a Nova Livraria Leonardo da Vinci, e mantendo sua linha de jornalismo politico com uma apresentação tipicamente popular. Neste último número, a manchete, sobre o anúncio do pacote de Natal pelo presidente Figueiredo é: "Vampiro surge na TV e exige mais sangue!", tudo em caixa alta e corpo 120. Uma delícia!
• Já está marcado para abril de 1980, em São Paulo, o 3° Encontro de Mídia. Quatro comissões foram formadas para discutir Comercialização, Técnicas e Serviços, Meios, e Futuro da Mídia. Os mídias do Rio que desejarem maiores informações podem contatar o Coordenador de Comissões Técnicas, Sebastião Roque, na Gang, em São Paulo (011) 280-2864.
• Está realmente muito bonita a revista Baazzar em sua nova fase, dirigida pelo publicitário Walter Arruda. Graças a sua formação, Walter está conseguindo fazer uma publicação na qual o visual redacional e publicitário estão perfeitamente integrados (quando os anúncios são bons, é claro).
• A Fleishmann & Royal está lançando o mate Saroma, nas formas Granel e Saquinhos. O mate, experimentamos, é bom. Já o release, que sugere que bebamos um mate com "mais sabor e mais aroma", nem tanto.
• Bem bolado mesmo foi o convite para a festa de fim de ano que a Standard ofereceu na última quarta­feira. O convite continha todos os elementos típicos de um anúncio "Ogilvy": desde o título "Como cair na gandaia sem perder a pose" até o ingresso como um cupom no canto inferior direito, passando pelas ilustrações com legenda, intertítulos, copy iniciando com capitular etc. Ah, a festa também foi ótima.
• É sempre muito estimulante ver como no período de fim de ano os criadores ousam mais, enfim, são mais brilhantes. A criatividade é, felizmente, contagiante. Cite­se, num ramo não publicitário, a delícia da mensagem de Natal da Rádio Cidade, parodiando uma disco-music muito em voga atualmente.
• Semana passada, elogiamos alguns filmes de Natal. Hoje, queremos notar também o do Bradesco (Neste Natal adote uma criança), em que um pivete é encurralado num beco, após ser perseguido, e o da LBA, em sua campanha pela doação de mantimentos: uma produção simples (por ter sido forçosamente barata), mas que soube usar os recursos disponíveis com muita precisão.
• O homem de atendimento Isnard Manso Vieira e o redator Jorge Murtinho estão se desligando da Oliveira Murgel.
• Errata: na coluna passada, a Focus passou ao 18º lugar no ranking do Rio, e não 8º; o nome do presidente da Unitex é Natan Frajhof, e não Natal; e a calça social fabricada pela Unitex é RichMan e não Richan.
• Mais uma alteração no ranking publicado em 7/12: Nei Machado, presidente da Certa, nos escreve dizendo que houve um lamentável equívoco nas informações que nos prestou, e acompanhado de xerox dos mapas mensais de faturamento de sua agência dos últimos três anos, nos informa que em 1979 a Certa faturou 43,5 milhões de cruzeiros, contra 32,4 milhões em 1978 e uma previsão de 70 milhões para 1980. Com isso, a Certa subiu para o 32º lugar.