Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 25/NOV/1983
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Souza Cruz remaneja contas entre agências

Depois de dois anos sem efetuar qualquer modificação na posição das contas de cigarros atendidas por suas diversas agências, a Souza Cruz acaba de realizar um importante remanejamento nos seus produtos. Segundo nos informou Winter Rose, diretor de marketing da Souza Cruz, são estas as mudanças, que passam a vigorar a partir de janeiro de 1984:
• John Player Special: que estava com a MPM, vai para Standard Ogilvy & Mather.
• Advance: deixa a SO&M e vai para a MPM.
• Colúmbia: Sai da Salles-Inter-Americana e passa para a DPZ.
• Cassino: passa a ser atendido pela Salles, deixando a DPZ.
De acordo com Rose, todos os demais produtos continuam inalterados até o momento. De qualquer maneira, ao que tudo indica, as empresas mais beneficiadas foram a Standard, por ter passado a cuidar do novo produto de luxo da Souza Cruz - e afinal Advance praticamente era um produto sem verba -, e a DPZ, já que a conta da Colúmbia é considerada a segunda maior conta de cigarros da Souza Cruz, abaixo apenas de Hollywood, que está com a MPM. Com o remanejamento, assim ficam distribuído os produtos da Souza Cruz nas diversas agência de propaganda:
- DPZ: Carlton, Carlton Lights, Charm, Columbia, Continental e Hilton.
- MPM: Advance, Belmont, Hollywood e Plaza.
- Salles: Cassino, Elmo, Luís XV e Minister.
- Standard: Arizona, John Player Special e Pall Mall.
Aliás, também está com a Standard a conta do cigarro Montreal, um novo produto que a Souza Cruz está testando no Rio Grande do Sul, dentro ainda da estratégia de aproveitar o fenômeno do down-trading, ou seja, a tendência do consumidor de passar a fumar cigarros de menor custo, por causa da crise econômica. Montreal atua na mesma faixa de Belmont, que já é sucesso na Souza Cruz.

O&M também escolhe Brasil como sede na A. Latina

Seguindo a tendência apontada recentemente por diversas outras empresas multinacionais, a agência Ogilvy & Mather International também acaba de escolher o Brasil como sede de toda a sua operação na América Latina, do México até a Argentina.
Com a nova estrutura, Flávio Correa, presidente da Standard Ogilvy & Mather - a filial brasileira do Grupo - foi promovido a presidente desta operação latino-americana, passando a responder como membro do board da agência em Nova York, pelo desenvolvimento da Ogilvy & Mather nesta parte do mundo, além de ter todos os escritórios destes país se reportando a ele.
Conversando conosco, Flávio Correa garantiu que será extremamente válido para empresa adotar a experiência brasileira da Standard. É ele quem diz:
- O Brasil conseguiu nos últimos anos uma posição de certa preponderância na América Latina, não só pelos avanços tecnológicos introduzidos na indústria, como pelo próprio crescimento do país, nossa atividade está hoje acima da de praticamente todos os países da América Latina. A experiência deste mercado, que se sofisticou mais rapidamente que os demais, pode colaborar para a melhoria da eficiência dos nossos negócios no mercado latino-americano.
No entanto, o presidente da Standard admite que, apesar do sucesso da atividade publicitária brasileira dos pontos-de-vista operacional e profissional, já não é tão significativa quanto o foi há alguns anos a participação da agência do Brasil nos resultados mundiais da Ogilvy & Mather. E mesmo a percentagem do faturamento não tem grande impacto quando comparada com os número internacionais. Ele explica:
- Sob o ponto-de-vista financeiro, a nossa a contribuição é praticamente zero. Afinal, estamos atravessando no Brasil - e aliás em toda a América Latina - uma crise de certa proporções. E tantos em mercados recessivos, tendo problemas de inflação muito alto. E tudo isso, também é traduzido, em termos de legislação americana, pelo que ele chamam de "translation loss", ou seja, perdas cambiais. Assim, a contribuição do Brasil ao lucro da Ogilvy & Mather torna-se inexistente, neste momento.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• TROCA DO ÓLEO - A Castrol acaba de modificar novamente a sua estrutura de marketing. Roberto Neri e Alfredo Zurli deixaram a empresa, e Goetz Kurt Ridisser passou a ser o novo diretor de marketing. A nova Gerência de Serviços de Marketing ainda não está definida, mas enquanto isso John Wilding - que já havia ocupando o cargo - o reassume temporariamente.
A conta da Castrol está desde setembro com a DPZ, escolhida após demorada concorrência. A agência, segundo soubemos, já está em face de teste da nova campanha, que deve começar a ser veiculada no início de 1984.
• TROCA NA COCA - Também a Coca-Cola Indústrias está alterando seu departamento de marketing. Roberto Lúcio deixou a gerência de comunicação para ocupar um cargo na Spal, engarrafadora da Coca em São Paulo. Não será surpresa se mais uma vez a Coca-Cola prosseguir na tradição e convidar para assumir o cargo alguém do atendimento das agências que cuidam de sua conta.
• COCA NO NORTE - Por falar em Coca-Cola, a empresa está desfechando uma violenta campanha em todo o Nordeste com o tema "Mate a sede e a saudade. Voltou a Coca-Cola de verdade". Se os leitores se lembram, há alguns meses a Coca descredenciou o engarrafador nordestino do produto, que estava em disputa com a companhia e passou a adulterar o sabor do refrigerante. Agora, jornais, rádios e televisões da região informam que "o verdadeiro sabor de Coca-Cola está de volta", numa campanha criada pela agência McCann.