Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 30/DEZ/1988
Marcia Brito

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Uma retrospectiva do que foi 1988

Para não faltar à tradição, a Janela publica hoje uma retrospectiva dos assuntos que tiveram maior destaque (ou pelo menos conseguiram chamar a atenção na releitura das colunas anteriores) na publicidade brasileira - e principalmente a carioca - no primeiro semestre de 1988. Na próxima semana apresentaremos a visão do segundo semestre.
Vamos torcer para que 1989 traga um pouco mais de alegrias ao povo brasileiro. Além, é claro, da melhor de todas que será a possibilidade de se votar para presidente e dar adeus a Sarney.
Todos nós precisamos.
JANEIRO
• Pepsi e Wrangler trazem ao Brasil Tina Turner para um show no Maracanãzinho.
• A agência Tandem conquista a conta da Merck Indústrias Químicas.
• O Rio Palace Hotel entrega a sua conta para a Caio.
• E da Caio sai Nádia Rebouças para criar a sua própria agência, Oficina.
FEVEREIRO
• O Ministério da Saúde lança, com toda a força, sua 2ª campanha Anti-Aids, criada pela Denison-Rio e produzida pela VT Um.
• A Tribo e a Mental Mark fazem um acordo operacional para operarem em conjunto.
• O DNER finalmente (depois de três anos) consegue levar uma concorrência até o fim e escolhe MPM, Salles e Almap para suas agências. Curiosamente, não deu para ser notado o que elas puderam fazer pelo DNER durante o ano.
• O Rio, que tinha perdido uma agência, ganha outra. Com a Abaeté praticamente desativada, seus diretores demitidos - Cândido Brito, Erly de Jesus, Eduardo Câmara e Júlio Cesar Bezerra - resolvem criar a Pólen.
• A ABA - Associação Brasileira de Anunciantes reelege Marcos Felipe Magalhães seu presidente.
• Em São Paulo, a Norton é Agência do Ano do Prêmio Colunistas-SP e Agnelo Pacheco fica como Publicitário do Ano.
• No Rio, a Giovanni ganha o título de Agência do Ano e Paulo Rolf é o Publicitário do Ano.
• O Ministério das Comunicações define sua concorrência: Propeg fica com a Telebrás, dividindo com a AdAg. Na Embratel entram DPZ, Giovanni e Professa. E na Telerj ficaram a Artplan e a MPM. Também durante o ano não se viu nada destes anunciantes.
MARÇO
• A Free vence a concorrência da Carbras Mar.
• A revista Bolsa deixa de ser semanal para se tornar mensal. Já está claro que o descontrole econômico de 1987 não mudou pela troca do ano.
• José Fontoura da Costa, depois de 15 anos na Standard, onde chegou a vice-presidente de criação, deixa a agência para se associar à produtora Movie & Art. Era a confirmação de que trabalhar em produtora estava sendo muito melhor que trabalhar em agência.
• Também em São Paulo, Neil Ferreira pede licença da DPZ, afastando-se da propaganda.
• Paulo Roberto Lavrille decide disputar a presidência da Fenapro contra a reeleição de Álvaro Resende, dando início a uma crise na entidade que só acabou com a renúncia da candidatura dos dois. O mercado publicitário definitivamente não consegue conviver com disputas sucessórias.
• A Globo faz no Rio o julgamento dos Profissionais do Ano região Sudeste. Dos 25 jurados, 15 eram cariocas. Nenhum filme do Rio conseguiu chegar a finalista.
• José Guilherme Vereza deixa a direção de criação da Denison para ser supervisor de criação da Contemporânea. Na Denison, Helena Lopes torna-se a primeira mulher a ser diretora de criação de uma grande agência no Rio.
• Alcides Fidalgo deixa a direção de criação da SGB para ser coordenador nacional de criação da Pubblicità.
• A Sul América dividiu sua conta entre a W/GGK, a Standard e a Cláudio Carvalho.
ABRIL
• As redes de varejo como Sears e Mesbla passam a cobrar taxas extras para quem usar os seus próprios Cartões de Crédito.
• O Ministério da Previdência entrega a sua conta para a AdAg e Denison, a do Iapas para a Almap, Inamps para SGB e Pubblicità, INPS para Módulo e Delta, Funabem para Azagaia, Dataprev para Giovanni e MPM e LBA para Flori e Atual.
• A agência Animus Anima pegou toda a conta das Lojas Americanas.
• Chega a público a briga entre o vereador Maurício Azedo e Saturnino Braga, tendo como bode expiatório a Tandem. Considerando que, em novembro, Marcelo Alencar foi eleito e Jó Rezende teve que retirar a candidatura, vê-se quem ganhou a briga. Ferida mesmo, porém, só ficou a Tandem.
• A Conta do Fashion Mall sai da Caio e vai para a Oficina, que, aliás, já estava contando com Axel Chaves e Ney d'Azambuja Ramos como diretores.
• Em São Paulo, começa a funcionar a SLBB-Sam, Lew, Bret & Ben, agência que levou as contas da Vila Romana e Vicunha que estava na Fischer.
• No Colunistas Nacional, a W/GGK leva o título de Agência do Ano e Eduardo Fischer o de Publicitário do Ano.
• A Standard-Rio compra os passes do redator Alexandre Machado, que estava na Agência da Casa, da Globo, e do diretor de arte Eduardo Corrêa, que estava na Almap.
• Em São Paulo, a Justiça decreta a falência da Editora Norte, responsável pela revista Briefing. Mas Rafael Sampaio, seu diretor, nem deu bola e passou a editar outra igualzinha com o nome de About.
MAIO
• A Souza Cruz remaneja suas contas e dá para a W/GGK a parte de Plaza. Free voltou para a Standard, que ainda ficou com Arizona, Lucky Strike e John Player. Na MPM continuaram Hollywood e Ritz, na DPZ Continental, Carlton, Charm e Hilton e na Salles Montreal, Minister, Columbia e Elmo.
• Mauro Multedo torna-se o novo diretor de serviços de marketing da Coca-Cola, deixando a DPZ.
• E Carlos Campana trocou a direção de atendimento da Almap pela DPZ.
• A Brahma cria a sua Central de Mídia, administrativamente subordinada à J. Walter Thompson.
• Eduardo Jardim desaparece repentinamente do mercado publicitário, largando a direção geral da Fama, house­agency do Ponto Frio. Carlos Martins, o outros sócio da agência, assumiu o comando.
• A Giovanni muda sua estrutura operacional, criando para as Sendas uma unidade autônoma, com o nome de USA ­ Unidade Sendas, e dirigida por Carlos Henrique.
• A Tribo decide dedicar-se apenas a atividades de licenciamento, e passa para a Mental Mark todos os seus clientes de propaganda.
• Joaquim Pecego preferiu voltar a ser diretor de arte, abrindo mão da direção de criação da Salles-Rio.
• É criada, no Rio, a Aprocom, associação que pretendia reunir as produtoras de filmes e VTs publicitários sediadas no Rio de Janeiro. A primeira presidência fica com Billy Davies, da Abracam.
JUNHO
• A Giovanni conquista a concorrência da Associação Brasileira dos Produtores de Discos.
• A Almap vende 19,9% de suas ações para a BBDO e já começa a ficar de olho, no Rio, na conta da Pepsi, atendida internacionalmente pela BBDO mas que no Brasil estava com a Thompson.
• Os jornais não aguentam mais o nível inflacionário e inovam na relação comercial com as agências a anunciantes ao lançarem o sistema de faturamento de 30 dias fora a quinzena. Ou seja, as veiculações entre 01 e 15 de cada mês vencerão no dia 15 do mês seguinte. E as ocorridas entre 15 e 30/31 vencerão no outro dia 30.
• O Prêmio Colunistas faz uma festa inesquecível de entrega dos diplomas aos vencedores cariocas no Hotel Intercontinental. Uma festa que vai ser difícil superar.
• No Jornal do Brasil, uma briga meio familiar meio profissional afasta da direção da empresa José Antônio Nascimento Brito, o Josa, acompanhado de toda a sua equipe, inclusive o vice-presidente de marketing Sérgio do Rego Monteiro.
• O Brasil fica com três Medalhas de Ouro no Festival de Nova lorque e 6 Leões em Cannes (na época chegou-se a anunciar 7 leões, por erro na divulgação dos resultados). O único carioca foi o Leão de Bronze do comercial "Futebol", da Contemporânea e Jodaf-Yes-Rio para a De Millus.
• Começa, em São Paulo, o processo de fusão entre a Scali, McCabe, Sloves (que já estava fora do Grupo Ogilvy) e a Publitec-Futura. Hoje, a Scali chama-se Publitec­Futura-Scali e, no Rio, praticamente não existe mais.
• A produtora Zohar, dirigida por Isabelle Tanugi absorve a Hiper Filmes, de Murilo Salles.