Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 07/JUL/1989
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Versatta se autodefine

Versatta - Nelson Sirotzy
Nelson Sirotsky à frente da equipe da Versatta

Quando a SGB se desmanchou no Rio (vendida para Carlos Parente, que trocou seu nome para Better), ficou no ar o destino dos publicitários Sani Sirotsky e seu filho Nélson, que nos últimos tempos dirigiu a agência.
Sani e Nélson estão com nova agência, que começa a prestar contas ao mercado do que vêm fazendo e o que pretende ser. Isto é o que apresenta o texto a seguir, escrito por lvandel Godinho para definir o que é a Versatta.
"Em apenas três meses de existência, a Propaganda Versatta conquistou treze clientes e entrou no competitivo mercado publicitário com associação de talento, criatividade e boa administração. Esse é o perfil dessa nova, porém experiente agência, que está funcionando no Centro do Rio. Sani Sirotsky e Nélson Sirotsky são os proprietários da Versatta. Sani, um dos papas da propaganda brasileira, foi o fundador da SGB e levou a agência a ocupar o 5º lugar no ranking. A experiência da Versatta é justificada pela equipe de bons profissionais que vieram da extinta SGB.
Nelson Sirotsky está no meio publicitário há 17 anos, começou sua carreira na SGB e saiu para coordenar o lançamento dos jeans Inega. Acabou voltando e chegou a ocupar o cargo de diretor geral da SGB, no Rio. Quando criaram a Versatta, alguns profissionais acompanharam os Sirotsky, como Cláudia Vieira, responsável pelo atendimento; Marlene Fushs, da área de mídia; Gualter Ribeiro, da produção gráfica. E, recentemente, descobriram Luiza Mesquita, redatora e responsável pela criação.
"O segredo da Versatta é que nossos profissionais trabalham para fazer do produto o grande destaque e não a agência", revela Nelson. Com este ideal, a Versatta atende aos seus 13 clientes, sendo eles: Fetranspor, partes das contas da Rede Ferroviária Federal e Laboratório Sarsa, Associação dos Distribuidores Ford do RJ, Lotus do Brasil, Abadi (Associação Brasileira dos Administradores de Imóveis), Só Software, Sedan S/A, Chocolate em Pó Bhering, Hidrotec, Modamania Imóvel (Administradora de Imóveis) e Curso Tamandaré.
"Um dos objetivos da Versatta é viabilizar boas campanhas para pequenos anunciantes, aliando custos compatíveis e bom poder de negociação. Um exemplo é a Moda-mania, que não apresentava um planejamento de propaganda e agora, em parceria com a Versatta, irá iniciar uma estratégia de campanhas com comerciais bastante audaciosos e criativos nos principais canais de televisão.
"Nelson define a Versatta como uma agência compacta, ágil e com boa aparência de fluxo de trabalho. Com essa administração, a agência cria, em pouco tempo, campanhas que se caracterizam pela beleza e eficiência, sem precisar de uma superestrutura. 'A Versatta nunca será uma megagência', afirma Nelson. Para agilizar ainda mais o trabalho, a agência será toda informatizada em seis meses, já tendo o sistema de tráfego implantado e o de, mídia em fase de implantação".

RPs querem uma nova sociedade no Brasil

Os profissionais de Relações Públicas brasileiros estão preocupados com os rumos do país. No último mês, representantes dos Conselhos Regionais de Relações Públicas estiveram reunidos com o Conselho Federal, em Recife, e emitiram um documento propondo que os próprios RPs deem o exemplo de transparência e coerência que o Brasil necessita.
Talvez o costume de os profissionais de RPs serem preventores e contemporizadores de crises tenha feito com que o documento seja mais morno e menos objetivo em propostas do que seria o desejado. Mas se considerarmos que até há pouco tempo a classe dos RPs vinha sendo das mais omissas na análise dos problemas do país, este documento já se mostra um avançado passo.
Este é o texto do documento "Relações Públicas e uma Nova Sociedade": continua!
"Estamos assistindo a um profundo processo de deterioração moral na sociedade brasileira. A autoridade - do indivíduo e das estruturas - está sem credibilidade porque tem sido usada em benefício pessoal, de grupos, de apadrinhados. Estamos em plena vigência do "salve-se quem puder", da "lei" do mais esperto, do que sabe melhor agir nas sombras.
"Não se trata nem do famoso dualismo democracia-ditadura. Trata-se de postura moral. E, como postura, tem-se mostrado profundamente autoritária, discriminatória.
"Estamos próximos da eleição presidencial. Ha esperança de que mudando o presidente da República, o cenário mude como uma peça teatral. É falsa essa expectativa: a mudança implica em vontade de mudar e em assumir os riscos e sacrifícios de uma mudança. Mudança para uma postura ética, coerente, aberta efetivamente à participação de todos os segmentos da sociedade.
"Uma postura destas só se consegue com atos transparentes e com uma política de comunicação que seja efetivamente uma via de duas mãos. Uma política de comunicação onde haja diálogo, coragem, participação.
"Hoje a sociedade está habituada a receber apenas divulgação. O profissional de Relações Públicas tem sido marginalizado, principalmente no poder público, porque, pelo próprio Código de Ética da profissão, obriga-se a abrir brechas de luz na sombra.
"A sociedade precisa mudar. No rumo que caminhamos, podemos chegar ao caos, ao suicídio coletivo, ao total desmerecimento dos valores morais.
"Como especialistas em opinião pública, os profissionais de Relações Públicas não podem omitir-se. Temos - como todos os demais segmentos da sociedade - a obrigação de contribuir para o ressurgimento dos valores éticos e rechaçar veementemente toda tentativa de uso indevido de nossa especialização profissional para vestir a mentira com a máscara da verdade.
"Temos nós de dar o exemplo de transparência e coerência, e lutar pela implantação no país de uma política de comunicação que não seja apenas divulgação, mas que abra canais de diálogo e relacionamento com todos os públicos".

Bob's procura o eleitor de 16 anos

Com o tema "Opinião de eleitor"', a GTM&C desenvolveu uma nova campanha para o Bob's, composta de nove comerciais de 15 segundos. Os filmes procuram mostrar uma integração entre consumidor e produto (alternando as imagens em close): os modelos, sempre muito jovens e de ambos os sexos, saboreiam diversos produtos enquanto explicam, com duplo sentido, por que escolheram o Bob's.
A idéia da agência foi aproveitar o período que antecede as eleições presidenciais e o voto aos 16 anos para ressaltar que esse segmento do mercado já sabe o que deseja. Afinal, este público-alvo do Bob's agora também vai às urnas em 15 de novembro. "Assim como sabem votar, também sabem escolher lanches com qualidade e sabor diferenciados e mais ao gosto dos brasileiros. É a opção pela ideologia Bob's," explica Ênio Basílio, diretor de criação da GTM&C.
A campanha foi criada por Ênio e José Luís Tavares. Cada um dos nove filmes - que foram lançados simultaneamente dia 1º de julho nas redes Globo, SBT e Manchete do Rio, São Paulo e Campinas - enfocam um produto Bob's: hot-dog, big-Bob, sundae, laranja, abertura (novas lojas), peito de frango, Bob's burgão, refeição e mousse. Os comerciais foram produzidos pela Cena Filmes, com direção de Silvio Bastos.

MKTMIX

• O BAIXINHO É DANADO MESMO - Há que se tirar diariamente o chapéu para o Washington Olivetto, por mais que isto deixe mordidos os velhos senhores que ainda se julgam donos da propaganda brasileira. Esta compra da participação da GGK na sua W/GGK, junto com o diretor de arte Gabriel Zellmeister e com o homem de finanças e administração Javier Ciuret é o arremate de um processo perfeito, que vem desde a sua saída da DPZ.
Washington Olivetto conseguiu uma notoriedade que nenhum - repito, em maiúsculas, NENHUM ­ outro publicitário brasileiro jamais alcançou. Nas matérias que os jornais cariocas deram sobre o assunto, o nome "Olivetto", foi usado nos títulos com a mesma naturalidade que em outras páginas o jornal referia-se a "Maílson", "Nahas", "Collor", "Pepsi", "Warner" etc.
Como Washington Olivetto ainda é um jovem publicitário, fica a enorme curiosidade: o que será que ele ainda vai mais aprontar?
• THANKS FOR THE MEMORY - Este colunista agradece aos muitos amigos que enviaram mensagens de felicitações pelo seu aniversário ocorrido no último dia 4. É nestas horas que a gente sabe quem lembra da gente não só na hora de pedir para publicar notícias do seu próprio interesse.
Falando nisso, dia 30 é a vez da comemoração de Márcia Brito, que continua licenciada desta coluna que ela iniciou há 12 anos na Tribuna da Imprensa.