Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 01/JUN/1990
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Garçom! Cadê a minha Brahma?

Esta semana, eu vi o Paulo Rolf, o Roberto Leal e o John Hoyle (*) num barzinho em Ipanema tomando sua cervejinha, quando, de repente, surgiu um garoto paulista fazendo o maior rebu, tirou as garrafas da mesa deles e levou pra sua, soltando estalinhos pro céu e dizendo que ia tomar tudo sozinho com o novo dono do bar. Juro que vi.
E fiquei um bocado assustado. Mas o que me assustou mais é que uma repórter do JB estava passando por ali, perguntou pros três o que que tinha havido e eles disseram que preferiam não falar, que isso devia ser coisa lá do dono do bar que mudou. Engraçado, não é? Vai ver que eles estão esperando que o dono do bar venha a ficar logo de saco cheio com o papo do garoto paulista e traga as cervejas de volta...
Só que não ficou só nisso! Lá do calçadão, no meio do cooper, o Celso Japiassú (*), que estava assistindo tudo, chamou a repórter do JB de lado pra dizer que tudo bem, não tinha a cerveja do bar mas daqui a pouquinho ia dar pros cariocas encherem os copos nas torneirinhas do posto da Petrobrás aqui da esquina. Que afinal de contas é sempre mãe gentil, pátria amada Brasil.
O que que é isso, gente? Que história é essa de que o paulista sabe tomar cerveja melhor que o carioca?
E que a nossa sede vai ser sempre resolvida com a liquidez das contas de governo?
O que que é isso mesmo, gente?
O superatleta já disse que vai levar todo o seu time pra perto da dinda. A Reynolds sensibilizou-se com a campanha antifumo, decidiu colaborar com a saúde do brasileiro e foi embora. A Gillette parece que concluiu que as coisas aqui nunca vão mesmo cheirar bem e desistiu de melhorar o olfato da nação. O Bob's - o nosso velho Bob's do caramelo quente com castanhas do fim de noite em Copacabana - esse então está na companhia de paulistas faz tempos. E por aí vai.
É muita história, uma atrás da outra, pra que a gente fique achando tudo coincidência. Ou que é tudo que nem um resfriadinho, que com um bom descanso melhora logo logo.
Ou que por aqui está tudo cem por cento e o que realmente há é um bem­ armadíssimo complô nacional contra a publicidade do Rio de Janeiro.
Depois de 13 anos olhando por essa Janela, e vendo e ouvindo as mesmas histórias, estou começando a desconfiar que alguma coisa de muito errada essa gente bronzeada está fazendo pra não conseguir mostrar o seu valor.
O inferno pode ser os outros, como dizia Sartre, mas assim já é demais. Há algo de podre no ar além dos preços das passagens aéreas e essa "Lei do Avestruz" que o empresário carioca de propaganda vem seguindo há anos começa a obrigá-lo a se enterrar em muito mais do que a cabeça.
Eu não vou gastar aqui o assunto dizendo assim, de cara, o que eu acho que deve ser esse podre. Principalmente porque nessa missa a liturgia não é nova e tenho certeza que os bispos sabem muito bem interpretar o latim.
Tanto tenho certeza, que esta semana vou ligar para um bom número deles pra saber qual assume o que está havendo. Por que é que o Rio está passando na nossa vida. Por que que as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá em São Paulo?
Se ninguém fugir da raia, vocês vão saber semana que vem.
Em tempo: bem fez o carioca Armando Strozenberg (*), tomando na maciota sua Antarctica Paulista

(*) Paulo Rolf, Roberto Leal e John Hoyle são os principais executivos das agências Artplan, Thompson e Standard, do Rio, que perderam suas contas das cervejas da Brahma para o paulista Eduardo Fischer, da Fischer & Justus, Celso Japiassu é da Denison­Rio, que na Brahma ficou com pelo menos as contas de refrigerantes. Armando Strozenberg é da Contemporânea, que está atendendo as promoções da Antarctica no Rio.

Sendas lidera varejo no Rio

A revista SuperHiper - que circula entre supermercadistas - publicou na sua edição de maio, que está circulando agora, a relação das 370 maiores empresas de supermercado do país, classificadas por faturamento bruto em 1989.
Como o mercado de publicidade de varejo continua sendo dos melhores desde o pacote soltado pela dupla Collor & Zélia, vale a pena·a gente conhecer pelo menos os dados sucintos de quais são as 30 maiores redes de supermercados sediadas no Rio, com seu faturamento bruto e número de lojas.

Empresa

Fat. Bruto
em NC$ milhões

Nº de
lojas

1 Casas Sendas 3.303,79 55
2 Casas da Banha 2.327,25 220
3 Disco 871,43 50
4 Casas Guanabara 651,80 28
5 Rainha 605,02 14
6 Freeway 488,19 1
7 ABC 302,53 5
8 Mundial 277,81 11
9 Três Poderes 210,46 11
10 Mercado Novo 200,02 19
11 Floresta 116,71 18
12 Capri 101,84 17
13 Maracanã 96,6 8
14 Império da Banha 95,50 12
15 Barra 95,04 7
16 Real do Eden 93,56 8
17 Vieira Irmãos 88,08 11
18 Bramil 86,18 6
19 Novo Mundo 95,54 10
20 Nova Olinda 83,72 16
21 Angra 69,92 10
22 Rosal 63,86 11
23 Spam 50,88 46
24 Pague Menos 50,00 19
25 Vianense 46,78 8
26 Leão 43,04 21
27 Alto da Posse 41,74 6
28 Valente 41,01 9
29 Royal Chokyu 40,00 6
30 Zona Sul 38,73 6

MKTMIX

• TEM FUMAÇA NA CAIO - E são dos cigarros Mustang, Chanceler, Luxor e Vila Rica, que ­ confirmando a análise anterior desta coluna ­ continuam com a agência mesmo depois de a Reynolds ter sido vendida para a Philip Morris. Quando primeiro se noticiou esta transação, eu escrevi que, por conta de a Caio atender a Reynolds desde a sua implantação no Brasil, não seria difícil para a agência convencer a Philip Morris que poucas empresas conheceriam tanto aquelas marcas quanto ela. Elementar, meus caros.
Benedictine• EU ATENDO O TELEFONE - Se você quiser passar alguma informação urgente para a Janela, não fique vexado. Ligue pra mim no horário comercial que eu não faço charme para atender ao telefone. O número é (021) 552-4141. E para mandar material impresso, o endereço por enquanto continua sendo Rua Visconde Silva 156 cob. 701, CEP 22271, Rio­RJ. Estou aguardando
• SANTO BENEDITO - O delicioso licor Bénédictine, que já é fabricado no Brasil desde 1977 pela Distillerie Stock, passa este mês a sê-lo pela Martini & Rossi, que adquiriu a marca em todo o mundo. A verba de promoção e propaganda para o relançamento do produto será de US$ 400 mil. O Bénédictine foi criado na Idade Média pelo monge beneditino Dom Bernardo Vincelli, na França, e é composto de 27 plantas e condimentos, entre os quais arnica, canela, mirra, noz moscada, baunilha e chá.
• RPS PASSADOS EM REVISTA - O Conrerp SP/PR, que vem a ser o
Conselho de Relações Públicas de São Paulo e Paraná está lançando uma nova edição da revista RP, com diversas matérias sobre o setor e a novidade de oferecer aos interessados um "mailing list" com todos os associados do Conrerp a nível nacional, em forma de disquete para computador, listagem ou etiquetas adesivas. Quem quiser maiores informações, pode conseguir pelos telefones (011) 285-34641 e 285-0368.