Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 17/DEZ/1993
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Agências ainda querem mudanças no Edital da Prefeitura do Rio

A perspectiva de que a concorrência pela conta publicitária da Prefeitura do Rio de Janeiro seja decidida por sorteio deixou bastante inquieto o mercado publicitário carioca na última semana.
Por um lado, começaram a se preparar para concorrer várias agências de origem multinacional, beneficiadas pela igualdade de condições com as agências brasileiras. Elas normalmente vinham evitando disputar contas de governo porque sabiam que, no critério político, sempre foram preteridas.
Pelo outro, reuniram-se as agências tradicionais do mercado carioca, que em torno do capítulo carioca da ABAP e do Sindicato das Agências do Rio, procuravam encontrar sugestões que pudessem sensibilizar a coordenadora de Comunicação da Prefeitura, Leila Castanheira, e o Procurador do Município, Paulo Carpenter.
O objetivo maior continua sendo dar algum caráter qualitativo à concorrência que evite o empate entre as agências licitantes e, assim, o sorteio. As agências não querem cogitar nem de longe que se abra este precedente e os outros órgãos de governo adotem o "bingo" como prática.
E já que a Prefeitura não quer assumir a responsabilidade de julgar rolos de comerciais - e lhes conceder pontuação -, as agências estão pensando em sugerir o pedido de um texto no qual elas dissertem sobre como veem a comunicação da Prefeitura do Rio. A avaliação deste item pode até dar mais trabalho para a Comissão de Licitação. Mas ela tem o beneficio de permitir uma afinidade maior entre a Comunicação de César Maia e a agência escolhida do que acontecerá se a agência for sorteada e ainda tiver que ser brifada sobre o que a Prefeitura entende como comunicação. O outro ponto preocupante no Edital de Licitação da Prefeitura é o que a Janela alertou na semana passada: a ausência de qualquer exigência de que a agência vencedora tenha escritório no Rio. Isto permitiria, por exemplo, que uma agência paulista ou mineira conquistasse no sorteio a conta do município carioca. Para evitar este disparate, as entidades representantes dos empresários cariocas pensam em sugerir à Prefeitura a inclusão - também bastante razoável -, no item referente ao Contrato a ser firmado, de um compromisso da vencedora de ter uma estrutura completa no município.
Estas sugestões provavelmente serão encaminhadas à Prefeitura na próxima semana, quando Leila Castanheira voltar de uma viagem ao Chile, que a afastou do Rio esta semana.

Gorodicht deixa Cult e abre sua agência

O Rio está ganhando mais uma agência de propaganda: a D+ (leia-se "Demais"), dirigida por Marcelo Gorodicht com a participação acionária de outros empresários, entre os quais Mário Barreto, diretor da produtora Intervalo.
A D+ é resultado da saída de Marcelo da agência Cult, onde, nos últimos dois anos, atuou como Diretor de Atendimento. Ele deixou a agência por não ter chegado a um acordo que viabilizasse a sua participação acionária na empresa dos irmãos Arnaldo e Sérgio Cardoso Pires.
A nova agência entra em funcionamento no início do ano na Av. Rio Branco, 115/1002, no Centro do Rio. Com Marcelo, seguem três ex-funcionários da Cult: Marlene Fuchs, como Diretora de Mídia, Heleno Bernardi como diretor de arte e Márcia Denise como atendimento. Os outros profissionais devem ser contratados na próxima semana.
A expectativa de Marcelo Gorodicht é que a D+ fature em 1994 pelo menos US$ 1,5 milhão, com os clientes que também o estão acompanhando, entre os quais Insetisan, o revendedor Peugeot Tolouse, o parque aquático Wet & Wild, os relógios Mido-Longines, a Ferrauto Acessórios, a concessionária Wilson King e os importadores dos aparelhos de som coreanos Jeekor.
Pouco peso.
A separação de Marcelo da Cult já estava praticamente alinhavada desde agosto deste ano, garante Arnaldo Cardoso Pires, diretor presidente da agência, explicando que se deveu também à decisão da diretoria de dispensar alguns clientes "de pouco peso no faturamento, mas que impediam uma atenção maior aos grandes clientes". Como boa parte destes clientes foram levados para a Cult por Marcelo Gorodicht, analisou Arnaldo, "deve ter sido mais conveniente para ele partir para seu próprio negócio".
As contas que estão deixando a agência não ultrapassam 10% do faturamento da Cult de 1993, pelos números divulgados por Cardoso Pires. Há poucas semanas, ele anunciou a perspectiva da entrada de3 novas contas na Cult que significariam o aporte de mais USS 3,5 milhões em seu faturamento. Os nomes destes anunciantes ainda não foram revelados por Arnaldo, que confirma a previsão, mas adia a sua oficialização para meados de janeiro.

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Anúncio criado pela agência Giovanni para publicação ao lado da Janela Publicitária.

Prêmio é bom, sim. Azar de quem não tem

Mais uma vez, nestas últimas semanas,· se levantaram algumas vozes isoladas protestando contra a importância que os prêmios têm na atividade publicitária.
Agora, a questão surgiu da pontuação concedida pela Prefeitura aos prêmios conquistados pelas agências concorrentes na sua Licitação e seus criadores, e da defesa que a Janela fez da decisão da Prefeitura.
As colocações são sempre as mesmas. De que objetivo da propaganda é fazer o cliente vender mais e não ganhar prêmios.
Nessas críticas, uma coisa me intriga profundamente. Elas sempre vêm de agências ou fornecedores que, apesar de terem muito tempo de mercado, não quiseram - ou quem sabe não conseguiram - se tornar grandes. E que, obviamente, no seu currículo, não têm muito - ou mesmo algum prêmio.
Porque, pelo outro lado, todas as grandes agências que conheço ­ dirigidas por empresários de competência inquestionável - participam ativamente de premiações. Não precisam nem participar de todas. Mas estão sempre presentes.
Será que estão todas erradas?
Será que são todos estes empresários vaidosos irresponsáveis com a comunicação de seus clientes? Será que são tantos enganando tantos há tanto tempo?
Convenhamos, gente, que é pouco provável. Citando apenas Roberto Duailibi, diretor presidente da DPZ, hoje a maior agência brasileira e, inquestionavelmente, a de brilho mais constante nos últimos 25 anos, "Prêmio faz parte do marketing da agência. Todo prêmio deixa o cliente feliz e a concorrência irritada".
É claro que uma peça publicitária não pode ser criada com o objetivo apenas de ganhar prêmio. Mas a agência e os criadores têm a obrigação, sim, de criar propaganda pensando ao mesmo tempo em resolver o problema do cliente e também ganhar prêmio.
A busca do prêmio no espirito da agência é a busca da qualidade, do algo mais a acrescentar ao trabalho, do agradável que-pode se unir ao útil, da excepcionalidade criativa somada aos frios números do briefing, da fuga do lugar comum, do sopro que vai distinguir o nome daquele cliente da massa anônima dos meramente corretos.
Por tudo isso é que ganhar prêmio não é fácil. Não é para qualquer um que simplesmente se diga publicitário. Para o profissional, há que ter talento e experiência. Para o empresário de propaganda, há que investir nos profissionais talentosos.
Prêmio não é modismo. É parte do negócio da propaganda no mundo inteiro. E não é só da agência, não.
Se alguém tem dúvida de que os clientes gostam de prêmio, é só ver as fotos deles, todos sorridentes, nas entregas das premiações. Nas quais, aliás, comparecem tanto presidentes como gerentes de produtos.
E antes que pareça que prêmio é só para cliente grande que faz televisão, é bom lembrar que, por exemplo, no Prêmio Colunistas, há vinte anos existe uma categoria para destacar apenas os anúncios de menos de 60 cm/col de jornal ou 1/4 de página de revista.
Os criadores e os empresários de propaganda que jamais conseguiram se mostrar criativos e ganhar prêmios nem mesmo com pequenos anúncios, melhor fariam em repensar suas ideias e ações e ver se elas não estão os impedindo de crescer. Serão vocês os únicos certos?

Giovanni cresce em clientes e salários

A Giovanni reuniu a imprensa esta quarta-feira para contar que em 1993, cresceu de 8 a 10% sobre 1992, alcançando um faturamento de 36 milhões de dólares, que a coloca entre as 25 maiores agências do país.
Entre os orgulhos atuais da Giovanni está a posição no ranking carioca de média salarial. Segundo Maurício Nogueira, seu vice-presidente, a agência está entre as duas que melhor pagam no mercado carioca. Ano passado, diz ele, a agência ficou em 5° lugar, mas decidiu este ano enxugar a equipe em 12% para melhorar os salários.
No Rio e Brasília, a Giovanni tem 83 funcionários, chegando a 30 em São Paulo.

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• MR.RABBIT RIDES AGAIN - A DPZ-Rio venceu a concorrência pela conta da Cultura Inglesa-Rio. A conta, é claro, está longe de chegar a US$ 1 milhão, mas é capaz de permitir bons trabalhos criativos para a agência. Edeson Coelho, diretor geral da agência, diz que foi presente de Natal. E falando em DPZ-Rio, na última semana a agência oficializou para a imprensa a sua nova diretora de criação. É ela Cláudia Duailibi, que vem a ser prima do Roberto Duailibi, diretor presidente da DPZ.
• O MAIS MAIS - Marcos Silveira, o diretor de criação da Young-Rio, está eufórico por ter sido o redator carioca mais premiado no Anuário do Clube de Criação de São Paulo. Marcos também comemora o sucesso do spot da fome que está sendo veiculado nas rádios cariocas. A criação é dele em conjunto com Mário Avellar e Edson Costa, da produtora Chorus, dois profissionais da maior competência.
• CASA NOVA - A Norton-Rio inaugura seus novos escritórios nesta segunda-feira, 20 de Dezembro e recebe a imprensa. O endereço novo é Av. Rio Branco, 128/4° andar.
• CARTAS - Correspondências para a Janela devem ser enviadas para a Rua Visconde Silva, 156 cob. 701, CEP 22271-090, Rio de Janeiro - RJ.