Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 13/JAN/1995
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Concorrência de Furnas causa susto e polêmica no mercado

A Ferrari Propaganda, do Rio, foi a agência que alcançou a maior pontuação na fase técnica da disputa pela conta publicitária de Fumas, a primeira a ser decidida no Governo FH, e avaliada em R$ 6 milhões para os próximos 2 anos. Ela somou 98,5 dos 100 pontos possíveis, deixando em segundo lugar a DPZ, com 95 pontos, e a Denison-Rio com 83,5. As outras classificadas foram V&S (79 pontos), Giovanni (77), Salles/DMB&B (70,5), Artplan (70) e Caio (70).
Só houve urna desclassificada, a Pubblicità, por não obter a pontuação mínima necessária. Mas a agência entrou com recurso, pedindo, segundo informações de seu diretor, Roberto Bahiense, uma nova análise de seu material.
Com o recurso da Pubblicità, a Comissão de Licitação de Furnas foi obrigada a adiar de segunda para quarta-feira próxima, 18 de janeiro, às 10 horas, em seu auditório, a abertura das pastas de Propostas de Preços, que poderá modificar, radicalmente, todo este resultado acima.
Confusão Matemática
Tudo porque, mais uma vez, os donos de agências concorrentes não atentaram para as firulas jurídicas do Edital de Licitação antes de entregarem os seus documentos e só agora - nas vésperas da abertura das Propostas de Preços - se deram conta de que o critério para esta fase final difere de todos os já adotados até hoje em disputas de contas de governo, criando um precedente que assusta até quem não entrou na briga.
O que os publicitários consideram aberração é esta fórmula, adotada para o cálculo da Nota Final:
Nota Final = (Nota Técnica X 20) / 21 + Nota de Preço.
Esta matemática, sem dúvida, é esdrúxula. Ao invés de somar a Nota de Preço antes da divisão por 21, o que daria a este quesito um peso 20 vezes menor que o da Nota Técnica, a Nota de Preço é somada depois, fazendo com que a situação se inverta: a Nota de Preço passa até a valer mais proporcionalmente! Ou seja, a avaliação qualitativa da agência, baseada na adequação aos objetivos de comunicação de Furnas, na excelência da ideia criativa e no seu currículo, acaba sendo 5% menos importante que os descontos que ela der para a Furnas.
Muitos dos donos de agência com quem falamos creditaram o ineditismo da fórmula a um eventual erro de datilografia da equipe de licitação, que teria copiado mal a expressão utilizada pela concorrência da Embratel, na qual o Preço vinha somado dentro dos parênteses, de forma a justificar a divisão por 21.
Mas o presidente da Comissão de Licitação, Arnaldo Marsili, repele a acusação de erro. Para ele, a fórmula adotada foi proposital, para valorizar o quesito Preço na escolha, seguindo "a cultura até hoje adotada pela Furnas". Por isso, garante, não vai haver qualquer mudança. Ele, aliás, acrescenta que "como todas as agências qualificadas tem condições de atender bem a empresa, queremos ficar com a que nos oferecer as melhores condições de preço".
Para evidenciar ainda mais este critério, na determinação da Nota de Preço entra como fator o preço mais baixo ofertado pelas licitantes, fazendo que esta agência que tenha proposto o menor preço seja a única a alcançar a nota máxima deste quesito. Por conta disso, de acordo com cálculos projetados em computador por uma das agências licitantes, quem oferecer uma redução de 25% na verba constante do Edital ganha inapelavelmente a concorrência, ainda que tenha ficado em último lugar na pontuação técnica.
Convenhamos que é um precedente lamentável para inaugurar as relações do novo governo com as agências de propaganda. Tanto em relação ao próprio governo, que mereceu dos seus eleitores o crédito de que iria cada vez mais valorizar a competência no serviço público quanto em relação ao mercado publicitário, que mais do que nunca precisa lembrar ao poder público que agências não são empreiteiras e só poderiam ser valorizadas pela sua capacidade como especialistas em comunicação.

Grottera volta a existir a partir de fevereiro

No dia 1° de fevereiro próximo, o mercado publicitário brasileiro volta a ter uma agência de nome Grottera, com matriz em São Paulo e escritório no Rio de Janeiro.
Presidida por Luís Grottera, a agência deve fechar 1995 com um faturamento de US$ 30 milhões, dos quais US$ 6 milhões dos clientes que ela vai atender no Rio: Mesbla Automotiva. Consórcio Mesbla e O Globo.
Já no início de suas operações, a Grottera-Rio contará com 22 funcionários, todos quais estavam na GR.3 mas que já haviam vindo da Grottera antes de ela se fundir com a BR.3. O comando do atendimento deste escritório ficará com Milton Santana, que está deixando a Contemporânea. Ainda será contratada uma dupla de criação, que atuará sob a batuta de Delano D'Avila, que passa a ser Diretor Nacional de Criação da agência, morando ainda em São Paulo.
Mesbla Náutica
Conforme a Janela adiantou na última semana, a Mesbla Náutica, que estava sem agência de propaganda, resolveu abrir uma concorrência publicitária, que acabou por propiciar um novo tiroteio entre os dois ex-parceiros da GR.3. De acordo com Luís Grottera, em contato com esta coluna, sua nova agência estaria também na disputa. No release distribuído pela Mesbla Náutica, porém, constam apenas o nome da GR.3, da Artplan e da Animus como as concorrentes à vultosa verba de R$ 600 do cliente. Após consultarmos o próprio Luís e a In Press, assessoria da Mesbla Náutica sobre qual seria afinal a versão correta, acabamos de novo com dois resultados. Luís Grottera nos reafirmou que consultou o anunciante e soube que ele havia convocado a GR.3 antes da desfusão. Assim, ainda estaria para decidir qual das duas (ou se as duas) participaria da escolha. Já a In Press garantiu que, também consultado o anunciante, a convocada era a nova GR.3, comandada por Gustavo Bastos, mantendo-se os demais concorrentes conforme o press-release. Ou seja, tem alguém cozinhando alguém.

Marcio Ehrlich - Cartum: Ministro da Saúde adia restrições à propaganda de cigarros.
N.R.(2015): O Dr.AJ na porta do médico é uma referência ao então Ministro da Saúde, Adib Jatene.

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• COSTUROU NO OUT­DOOR - As ruas do Rio-passam há exibir esta semana um outdoor que faz parte do esforço integrado da Prefeitura, do movimento Viva Rio e da CET Rio para diminuir os acidentes de trânsito. Criado gratuitamente pela Giovanni e com o envolvimento também sem custos do fotógrafo Aderi Costa e do fotolito Pamgraph, o outdoor mostra um peito costurado após uma autópsia, tendo como título "Costurou no Trânsito".
• CONTA DOCE - A Embaré, fabricante de balas, está querendo voltar com força ao mercado. No momento sua conta está sob concorrência entre agências cariocas.
• O POVO SEGURO - A estabilização econômica fez o brasileiro pensar mais em sua saúde. Marion Green, diretora da W/Brasil no Rio, conta que seu cliente Golden Cross, só em dezembro último, vendeu 39 mil novos planos de seguro-saúde.
• MUDANÇA - A Olive & Ristow, agência de Mitzy Olive e Fátima Ristow, deixou São Cristóvão e instalou-se na Rua 9 de Julho, 276, em Copacabana. Os novos telefones são 235-3545 e 235-4346. Como fax: 257-5178.
• PROJETO VERÃO - A Skol está investindo R$ 400 mil no aproveitamento promocional do verão, promovendo, até final de fevereiro, em 19 praias brasileiras, uma série de eventos, como torneios de futevôlei, gincanas, shows e disputas de flying disc, a nova versão do frisbee. No Rio, a promoção está agendada para os dias 4 e 5 de fevereiro na Barra da Tijuca e nos dias 11 e 12 daquele mês na praia de Copacabana.
• CARTAS - Correspondências devem ser enviadas para a Praia de Botafogo, 340 grupo 210, CEP 22250-040. Tel.: (021) 552-4141.