Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 16/ABR/1999
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Sindicato das Agências do Rio recorre de novo edital de Garotinho

O mercado publicitário carioca se agitou esta quinta-feira com a divulgação da terceira versão do edital de licitação para a escolha das 7 agências de publicidade que cuidarão da comunicação do governo estadual.
A subsecretaria de publicidade do Governo Anthony Garotinho, comandada por Mauro Silva, mais uma vez modificou o edital, incluindo cláusulas que, segundo a análise da assessoria jurídica do Sindicato das Agências do Rio, ferem o último acordo do Cenp. O risco, sugere o órgão, é que as agências que atendam às solicitações da concorrência sejam repreendidas formalmente pela nova entidade fiscalizadora da atividade publicitária no Brasil.
A polêmica refere-se à norma do Cenp de só permitir descontos nas comissões de veiculação caso a verba de mídia do cliente seja superior a R$ 2,5 milhões. Como, segundo o edital do Rio, cada um dos segmentos do Governo terá em média uma verba total (mídia e produção) de R$ 2 milhões, os descontos estariam proibidos. Apesar disso, o item 10.6.1.c do novo edital solicita que, em suas propostas de preço, as agências ofereçam descontos de até 50% na comissão de veiculação, baixando as taxas a até 10%.
De acordo com informações colhidas pela Janela no Sindicato das Agências do Rio, a entidade enviará ainda hoje um protesto formal ao Governador Garotinho, solicitando a retirada deste item do edital.
Outra preocupação que alguns empresários cariocas manifestaram à Janela é que o edital não distinga, em sua avaliação, entre agências já estabelecidas há vários anos e aquelas que só agora estejam sendo montadas. No seu item 3.3.2, o edital abre a possibilidade de participação inclusive de agências de publicidade criadas após a posse de Garotinho, bastando que elas apresentem, entre os documentos, o seu balanço de abertura.
Com a alteração do edital desta quinta-feira, o prazo de entrega dos documentos precisou ser mais uma vez alterado, passando para 28 de maio. Como o contrato com as agências de Marcelo Alencar não foi prorrogado, o atraso na escolha de novas agências deixa o governo do Rio desguarnecido em suas comunicações oficiais.
Mesmo durante o período de vigência do contrato, a Secretária de Comunicação de Garotinho preferiu não utilizar os serviços daquelas agências, conseguindo veicular um comercial de uma de suas realizações graça a oferecimento da agência Giovanni, que inclusive se prontificou a continuar prestando oficiosamente este serviço, sem custo para o Governo, até a decisão da concorrência.

CaradeCão leva a Cannes quem criar sua logomarca

A produtora carioca CaradeCão Filmes, fundada em janeiro deste ano, abriu concurso para a escolha de sua logomarca. O tema da promoção, "Crie uma cara pra CaradeCão e fique de cara pra Cannes", foi criado, em trabalho direto para a produtora, pelo redator Bernardo Mariani, da Giovanni/FCB.
As inscrições encerram-se no dia 20 de abril e o prêmio é uma passagem Rio-Nice-Rio. O regulamento e a ficha de inscrição podem ser obtidos em www.caradecao.com

O Dia contrata Fernando Pinheiro para superintendência de marketing

Fernando Pinheiro, ex­Esso e Coca-Cola, é o novo superintendente de Marketing e Circulação do jornal O Dia, com o propósito de ampliar as ações do veiculo junto aos jornaleiros e ao mercado publicitário.
Reportando-se diretamente ao vice-presidente do jornal, Fernando Portella, e tendo como seu gerente de marketing Gustavo Fortes, Pinheiro reconstrói a estrutura de marketing do O Dia, que aguardava mudanças desde a saída de Cláudia Jeunon (que está hoje na Fundação Roberto Marinho).

Janela-Net discute o papel dos fornecedores na crise

O grupo de discussão Janela­Net mais uma vez teve um grande momento na última semana, quando envolveu Sérgio Araújo, Hamdan e Sílvio Lachtemacher numa troca de ideias sobre o que cabe a cada publicitário na tentativa de reverter os problemas do mercado.
Mais uma vez, como o assunto merece chegar a mais gente, a Janela publica os principais trechos das mensagens:

De Sérgio Araujo, fotógrafo:

"Pergunto mais uma vez: qual o caminho? Será que nós, fornecedores, podemos contribuir para melhorar essa condição? Que tal começarmos a discutir qual deveria ser a posição dos fornecedores na criação de um novo mercado? Cabe esta discussão? No momento, acho que não, mas gostaria de ouvir sua opinião e a dos colegas fornecedores."

De Hamdan, fotógrafo (para Sérgio):

"Quando é, e, o que seria preciso, para você se convencer que é um mero espectador deste mercado?”
Você é só um fotógrafo. Como eu. Nós somos merda neste mercado violento.
Nós não temos poder nenhum. Não pode ter você (e nem nenhum fotógrafo) a pretensão que pode ajudar a melhorar o mercado. O mercado se lixa pra nós. E para todos. Vale o poder do dinheiro. Sempre.
Convença-te. A única contribuição que a gente pode e, deve dar, é sendo profissional. O melhor que conseguir ser.
Não seja igual à torcida tricolor. Só de ceguinhos. Isto é briga de cachorro grande.

De Sérgio Araujo (para Hamdan):

Na colocação anterior, eu já dava a minha opinião achando que esta discussão não cabia, ou seja, nós fornecedores não apitamos nada nesse jogo, mas gostaria de ouvir as opiniões dos colegas. Eu não pretendo ser convencido de nada (até porque minha opinião não tem a menor importância), mas esse sentimento já existe e é confirmado dia a dia.
Mas nas discussões que estavam rolando por aqui, parecia que alguma parcela, numa possível arrumação das coisas, caberia também a nós. Você acha que os fornecedores são meros espectadores e que não têm que reivindicar nada do mercado. Apenas aceitá-lo? Será que todos pensam assim?
Infelizmente, esta é a situação de nosso mercado agora. Mas, apesar do sentimento, eu penso que essa atitude de conformismo não é a que deveríamos adotar e que só interessa a uns poucos e não adianta ficar fazendo colocações iradas de conhecimento do mercado e compactuar alegremente com isto tudo.
Agora, se nós não podemos ter a pretensão de melhorar nosso mercado de trabalho, que merda, hein?
Devemos fazer o que? Aderir à briga de foice? Ou melhor, aderir ao vencedor da briga de foice?

De Silvio Lachtermacher, diretor da CP&F:

"Grande Hamdan acho que o teu texto foi uma ótima foto deste nosso mercado. Um mercado não muito fotogênico. Mas é esse mercado que temos para trabalhar e fim de papo.
E não é só a nossa área. O mercado está mudando tudo. A universidade tem que vender vaga. O médico tem que operar mesmo que não precise. O ônibus tem que vender mais passagem. A Globo tem que botar o Salgadinho, o Netinho, os amigos sertanejos. O jornal tem que dar CD, atlas... O dentista tem que arranjar, um canal, uma ponte, um viaduto até, se der pra inventar. O músico tem que botar a mão no joelho e dar uma abaixadinha, levar na bundinha, se isso vender mais disco. A igreja tem que fazer ginástica para conseguir fiéis.
Por enquanto, ficam de fora os apaixonados, os sonhadores, os utópicos, os artistas de verdade. Mas sem pessimismo. Estes estão à frente de todo esse mercado.
Enquanto o mercado de hoje vive esse dia-a-dia, os sonhadores apaixonados, se, ao invés de reclamarem da vida, continuarem sonhando, coisa que o mercado não faz, com certeza, vão fazer o mercado do futuro.
Um Mac não surge por uma necessidade de mercado, surge de um sonhador. Um fax não surge de uma necessidade de mercado, surge de um sonhador. Uma sinfonia não surge de uma necessidade de mercado, surge de um sonhador. Uma puta ideia, uma puta foto, uma puta invenção, e outras putas surgem sempre de sonhadores. E o mercado sabe que sempre vai precisar desses sonhadores.
Como na Microsoft tem uma sala só para sonhadores, que são muito bem pagos para sonhar, para ver o que o cidadão normal não consegue mais ver. Em breve, isso também vai acontecer em todas as outras áreas. Mas, só vão sobreviver os sonhadores que conseguirem largar o pesadelo, abstrair, olhar para frente sempre.
O mundo segue, não dá é para pedir para ele estacionar onde achamos mais confortável, não dá para viver no passado. Temos que ser profissionais hoje, e continuar sonhando sempre, para poder ser profissional amanhã.
Com certeza outros mercados vão abrir. A ecologia vai abrir um belo mercado para reconstruir o que o mercado de hoje está destruindo. A ciência vai abrir um belo mercado para consertar o que a tecnologia vem destruindo. E por aí vai.
Sempre vai ter espaço para os sonhadores, para os apaixonados, para os inconformados.
Afinal, isso é o mercado e vai dar dinheiro, muito dinheiro."

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• PARABÉNS PRA VOCÊ - A Janela se abre para comemorar os próximos aniversários do mercado:
16/04, Sexta-feira: Luís Macedo, Adriane Costa (Coordenadora de Mídia da Propeg-Rio);
17/04, Sábado: Wilson Loureiro (Diretor de Criação da Zapt);
19/04, Segunda-feira: Eduardo Corrêa (Diretor de Arte), Kiko Fiori (Diretor de Operações da Communitá);
20/04, Terça-feira: João Carlos Olivieri (Diretor de Arte), Reuber Marchezini;
21/04, Quarta-feira: Carlos Paiva (Diretor da Zohar), Marcelo Amarante (Dir. Presidente de Operações da Scope), Marcelo Lages Bittencourt (Diretor de Criação da ID&A), Otto Pajunk (Diretor de Mídia da Artplan), Wesley Marine (Dir. Operações e Atendimento da JVA);
22/04, Quinta-feira: Márcia Aguiar (Gerente Nacional da D+)
• NOVO COMANDO - Alexandre Machado (xará do redator carioca) é o novo superintendente de comunicação da Petrobras, cuja concorrência para agências de publicidade está para sair do forno.
• MUITA CARNE - Marcos Silveira, diretor da Doctor, está confirmando a continuidade da conta da Churrascaria Porcão na sua agência, de onde se desligou recentemente Sérgio de Paula, que antes de estar na Doctor era o responsável pela conta. Os últimos trabalhos para o Porcão, contou Silveira, foram criados pessoalmente por ele.
• CLICK - A escola Foto Riografia está convidando para a exposição "Fotografia De Fibra", com fotografias de Marília Brandão, Jo Name, Angela Siemsen, Karin Müssnich, Luciana Monteiro, Lúcia Vilaseca, Raquel Ponte e Robson Macedo. Será de 16 de Abril a 9 de Maio, no Museu da República (Rua do Catete 153), de 10 às 19 horas. O evento contará também com duas palestras. Dia 23 de abril às 19 horas, Marília Brandão e Jo Name falarão sobre "Papel De Fibra" e 30 de abril às 19 horas o tema é "Estética Da Fotografia" com Luciana Monteiro e Ivan Lima. Quem quiser saber mais sobre o evento pode procurar em https://www.fotoriografia.com.br:
• CARTAS - As correspondências para a Janela devem ser enviadas para a Rua Eurico Cruz, 15/2º andar, CEP 22461-200, Rio-RJ, ou para o e-mail: ehrlich@pobox.com. Não deixe de visitar também a edição on-line da coluna, em www.janela.com.br.