Por todas as queixas que qualquer um ouve diariamente em conversas com empresários da publicidade brasileira, e pelas declarações de bastidores que llemos na imprensa especializada feitas por publicitários presentes ao 6º EBAP -- encerrado esta quinta-feira, em Brasília -- este colunista confessa que esperava um manifesto mais contundente da ABAP na conclusão do encontro.
A Carta de Brasília, distribuída hoje aos participantes do evento e à imprensa, preferiu se concentrar em um aspecto institucional, reforçando argumentos de defesa da importância das agências de publicidade. Apenas em seu final o documento esboça um alerta, ao afirmar que as agências de publicidade somente serão respeitadas "se forem éticas", deixando assim a sugestão de que a falta de ética no setor pode estar sendo mais do que uma suspeita.
Segue, no entanto, para a conclusão dos leitores, o manifesto de encerramento do 6º EBAP:

6º EBAP - Encontro Brasileiro de Agências de Publicidade
Brasília, 3 a 5 de Maio de 2005.

CARTA DE BRASILIA

A ABAP - Associação Brasileira de Agências de Publicidade, em seu 6º Encontro Nacional, reunida em Brasília com as mais destacadas lideranças da Indústria da Comunicação do país, refletiu sobre o mercado, o negócio, os problemas, as oportunidades e concluiu :

Relação entre publicidade e desenvolvimento
A publicidade exerce papel extremamente relevante ao impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país, preservando valores culturais de seu povo, informando e orientando os consumidores.
A receita publicitária é origem fundamental ou única dos recursos dos meios de comunicação, sendo, portanto, responsável por subsidiar o direito à informação. A descentralização desta receita, coletada por milhares de agências em todo o país, garante a independência da imprensa e a liberdade de expressão.

A indústria da Comunicação e a relação entre seus parceiros
A Indústria da Comunicação Publicitária é composta pelos veículos, agências de publicidade e fornecedores de serviços especializados, os quais têm a responsabilidade intransferível de organizá-la de forma a torná-la cada vez mais eficiente e competitiva, com o objetivo de assegurar excelência aos serviços prestados aos clientes.
As agências prestam serviços indispensáveis e valiosos tanto aos seus clientes quanto aos meios de comunicação. O fortalecimento econômico das agências, que passa pelo respeito à lei e à ética, pela revisão do processo de concorrências e pela redução da carga tributária, se reflete diretamente na qualidade de seus serviços, respondendo às necessidades dos clientes e aos interesses da indústria.

O futuro das agências
A realidade da publicidade brasileira nos impõe dois compromissos : responsabilidade e confiança.
Responsabilidade, porque existem no Brasil mais de 4.000 agências, mais de 31.000 empresas participantes na indústria, aproximadamente 355.000 empregos diretos, cerca de R$ 3 bilhões em impostos recolhidos anualmente e mais de 150 mil alunos matriculados em cursos de comunicação.
Confiança, porque as agências, inclusive as que se dedicam exclusivamente à publicidade, prestam um serviço indispensável aos clientes, aos veículos ao mercado e à sociedade como um todo.
As agências, mais do que estar envolvidas nas mudanças, são agentes de transformação, antecipando tecnologias, processos, rotinas, comportamentos e tendências.
As agências constroem o seu futuro como sempre fizeram: com capacidade de adaptação ancorada no equilíbrio e na ousadia.

A legislação da propaganda
Toda e qualquer sociedade humana, em estado democrático de direito, para que possa cumprir seus objetivos, precisa de normas que disciplinem os direitos e deveres de seus membros.
A publicidade brasileira está regulamentada pela Lei 4.680 e pelas Normas-Padrão do CENP, estas juridicamente sedimentadas no Decreto 4.563 e aceitas pela Administração Pública e pelo Poder Federal, possuindo assim força legal e consideradas pelo CADE como em consonância com nossas leis, devendo ser cumpridas e respeitadas por todos os agentes envolvidos no processo, sob pena de infração disciplinar sujeita a sanções administrativas, bem como a processos jurídicos por abuso de poder econômico ou concorrência desleal.
Este é o entendimento dos Ministros Paulo Brossard e Maurício Corrêa, que reflete a experiência jurídica sobre as questões legais da publicidade, adquirida por ambos na Suprema Corte Brasileira e cuja observância incondicional a ABAP recomenda não apenas aos seus associados, bem como aos veículos e anunciantes.

A consciência do nosso papel engrandece as agências, fortalece os veículos, anima os fornecedores e projeta a qualidade dos serviços oferecidos aos anunciantes.
Seremos fortes se formos unidos.
Seremos respeitados se formos éticos."

REFORÇOS DO MERCADO

Ponto Brand Promotion (São Paulo-SP) - O executivo Cyro Giopato Jr. chega para atuar na direção de negócios da empresa. Vindo da Ambev e com larga experiência em marketing, liderou a gestão de marcas vencedoras e lançamentos de sucesso como Pepsi Twist, Cerveja Bavaria, entre outros.