10 de junho de 2008, terça-feira
2 ½ PERGUNTAS PARA ANDRÉ LIMA,
DA NBS
O convidado do 2 ½ de hoje é André Lima. Carioca,
redator, diretor de criação e sócio da NBS,
uma das melhores agências do país. Com a experiência
de faturar vários prêmios internacionais, inclusive
Cannes, está indo representar o Brasil como jurado da categoria
Outdoor.
FABIO SEIDL: André, o outdoor é um meio em
que se vem inovando muito, ano após ano. Ao mesmo tempo,
nas premiações, a forma, os apliques, as colocações
em locais estranhos vem tomando cada vez mais espaço da idéia,
da direção de arte, do título. Você acha
que isso virou uma tendência? Ou seja, para uma idéia
ser vencedora em outdoor ela tem mais chances se chamar atenção
pela forma?
ANDRÉ LIMA: Num festival, depende pra caramba da
orientação que o presidente do júri vai dar.
E só vou saber disso lá. Mas é inegável
que quando se consegue juntar um conceito matador com uma bela utilização
do meio, a peça ganha muito mais dimensão. Foi o que
aconteceu com o Grand Prix do ano passado, que usou um outdoor pra
gerar energia solar para uma comunidade carente. Conceito pertinente
com o posicionamento do banco, um jeitão novo de encarar
o bom e velho outdooor. O importante é o seguinte: se não
tiver força conceitual e pertinência, vira apenas um
deslumbramento pela forma ou um encantamento pela esquisitice do
lugar onde você adesivou sua mensagem. Aí, é
pouco. É mais truque do que propaganda de verdade.
FS: O que, na sua opinião, tem faltado para o Rio ter
um aproveitamento melhor em Cannes?
AL: Acho que o óbvio: mais inscrições.
Cannes é um festival repleto de imprevisibilidade. Peças
favoritíssimas voltam de mãos abanando. Precisa ter
um volume grande pra compensar possíveis injustiças
e imprevisibilidades.
FS: O que você viu, fora da categoria que você vai julgar,
que acha que mereça um leão?
AL: O comercial Gorila, pra Cadbury. Esse é meio
barbada, pelo enorme sucesso que tem feito, mas Cannes é
Cannes. Nunca se sabe.
O redator Fabio
Seidl é o enviado (com todo o respeito) especial da Janela
em Cannes 2008.
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