Janela Publicitária    
 
 
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Janela Publicitária - Edição de 25/MAR/2016
Marcio Ehrlich

 

PERFIL
Antônio Carlos Accioly, o maior agitador do mercado carioca.

Por Renata Suter

Antônio Carlos Accioly
Pense numa pessoa incansável, um agitador profissional. Se você é publicitário e carioca, sabe que essa é a definição do indefectível Antônio Carlos Pinheiro Accioly de Almeida, o Accioly, como ficou conhecido entre amigos e profissionais da área de propaganda e produção.

Foi ele quem levou os publicitários do Rio a almoçar no Estrela do Sul por vários anos, reuniu a Turma de Sempre - profissionais da velha guarda da produção - no restaurante Vitória, juntou a turma de criação com o Clube de Criação do Rio de Janeiro e a Janela no CCRJockey e promoveu tantos outros ao longo dos mais de 30 anos que está no mercado.

A fama é confirmada, e exaltada, pelo amigo há 25 anos, Gustavo Bastos, diretor de criação e sócio da 11:21 Simplicidade Criativa: "O Accioly sempre foi o maior festeiro, é um lado dele que todos adoram. Ele dava festas de arromba!" Bastos aliás, desfruta da intimidade do amigo, ambos são compadres. Gustavo é padrinho de Carolina, filha mais velha de Accioly, e este é padrinho de Júlia, filha mais nova do primeiro, que alfineta: "Ele é um agitador! Mistura todas as 'estações'!

E o que move Accioly a agitar o mercado publicitário, mesmo quando não há vantagem financeira que privilegie seu próprio interesse? Ele responde: "Eu gosto de problema. E também adoro o que faço. Faço por prazer. O Rio de Janeiro é uma Hollywood, pena que os políticos não levam isso a sério. Não posso desacreditar do meu ganha-pão, então continuo acreditando." E vai direto ao ponto que o tornou famoso entre os amigos: "Gosto de estar com as pessoas. Todos ligam para me pedir que organize almoços, jantares e reuniões. Reúno os amigos feliz da vida!"

Bastos, aliás, lembra mais uma característica de Accioly: "É um entusiasta do mercado publicitário com a mesma intensidade que é um provocador, mais do que botafoguense de carteirinha, é um anti flamenguista!"
As provocações entre o botafoguense Accioly e o flamenguista Hamdan são mais um dos folclores do Facebook.

A paixão pelo Botafogo, time pelo qual torce declaradamente, é motivo de provocação entre os amigos. E mais, uma das razões da vida de Accioly. Tanto que, recentemente, durante trabalho que o levou à Amazônia, ele fez questão de oferecer ao cacique da aldeia Ashaninka, onde rodou um filme, camisetas e a bandeira do time carioca.

Eclético, Accioly é capaz de tanto fazer um auê em plena tribo na Amazônia, quanto cobrir anualmente o sofisticado Festival de Cannes, segundo ele mesmo, uma das coisas mais divertidas de sua vida. Ele e o diretor de criação da 360i, Fabio Seidl, contam tudo sobre o evento pela Fenêtre Publicitaire, a Janela Publicitária em Cannes. Por lá, segundo Accioly afirma, ele e seu companheiro na cobertura são os reis da noite. Apesar de amargar algumas saias justas em pleno balneário francês, como a de 2013, quando foi expulso da sala de imprensa do evento. O motivo? Ele simplesmente deletou todo o material de uma correspondente estrangeira, ao usar por engano o mesmo computador que ela usava. Em resumo, a confusão terminou com ele expulso naquele ano e vetado para o seguinte. Mesmo sem credencial, Accioly cobriu para a Fenêtre, em 2014, o Festival de Cannes. Em 2015 a situação foi contornada e a credencial voltou a ser concedida a ele.

Não imagine que a vida de Antonio Carlos Accioly é feita apenas de sorrisos e de muita animação. Aqueles que o conhecem aprenderam a lidar com o seu lado B, o de resmungão. "Reclamo mesmo, aliás, reclamo para caramba! Sou um dos poucos profissionais que cobre todo o processo, desde o atendimento à entrega do trabalho, passando por cada etapa, ou seja, conheço o mercado publicitário como poucos. E, lamentavelmente, o Rio de Janeiro não funciona de forma tão profissional quanto São Paulo, por exemplo." Segundo Accioly, as produções cariocas encareceram tremendamente e, ainda por cima, dispõem de pouca seriedade por parte de quem trabalha na cidade: "Tem que ser profissional, por isso brigo muito e reclamo mesmo! É para trabalhar bem? Me chama que eu vou!", desafia.

Aliás, desafios são uma constante na vida de Accioly. Em 2002, ele foi diagnosticado com alopecia areata e, por estresse, perdeu todos os cabelos, que caíam em tufos: "Foi uma coisa horrorosa! Quem me salvou foi um outro careca, o Libero Saporetti - sócio da Diretoria Cinematográfica -, que me levou para raspar a cabeça. Até os pelos das sobrancelhas perdi! Depois disso, preferi não deixar o cabelo crescer. Hoje tudo se normalizou, mas eu raspo a cabeça e a barba."

Nada melhor do que fazer do limão a limonada, não é mesmo? E foi isso que Accioly fez, mandando uma foto dele mesmo - já sem cabelos e sobrancelhas - para os amigos criativos, que trabalhavam para empresas de shampoo, com a frase: "O meu grande sonho é fazer um filme de shampoo." Resultado? Fez um filme para Garnier!

O CACIQUE

Accioly e sua mãe, Dona Eunice
Accioly nasceu em São Paulo, no Hospital Nove de Julho, às cinco da tarde do dia 6 de novembro de um ano que se recusa a revelar. O máximo que admite é ser cinquentão. Aliás, coincidência das coincidências - uma daquelas muito felizes por sinal -, sua filha mais velha, Carolina, nasceu nos mesmos dia e horário que ele.

Poucos que o conhecem sabem, mas Almeidinha - um de seus apelidos - foi modelo e ator. Fez comerciais e fotonovela. Emplacou uma carreira de sucesso, que colocou em seu currículo marcas como Coca-Cola, Banorte e jeans Cukier, entre outras. Fez também uma participação no filme 'Menino do Rio', produção de 1981.

Por menos que possa parecer, o cara conhecido no meio da publicidade por seu jeito irreverente, bem humorado e de bem com a vida, tem uma séria, sólida e longa trajetória.

Aos 16 anos começou a trabalhar na ArtRio, produtora de Carlos Manga, diretor de comerciais e de longas, e de seu sócio, Cyll Farney, ator e diretor. Segundo o próprio Accioly, a experiência com a dupla foi um divisor de águas em sua vida profissional. A carreira de modelo ficava então para trás, dando lugar à atual, de produtor.

De 1986 a 1992 trabalhou na Zohar, onde Isabelle Tanugi - sócia até hoje - o apresentou ao mercado internacional. A partir daí Accioly passou a fazer o que mais gosta até hoje, buscar trabalhos, no Brasil e, principalmente, fora dele. De 1992, e até 1999, trabalhou na Conspiração Filmes, abrindo o departamento de publicidade para a empresa. No final de 1999, Almeidinha partiria então para a sua própria empresa, se associando primeiro à Academia de Filmes e, a partir de 2006, também à Margarida Filmes. Quatorze anos após o início da primeira sociedade de sua carreira de produtor, Accioly partiu para uma nova parceria, dessa vez com Paulo Dantas, criando a A+MovieArt, onde permanece.

Fabio Seidl e Accioly: o pesadelo do Festival de Cannes
E como na vida de Accioly o tempo não para, vem mais novidade por aí. A mais recente, diga-se, é o grupo Os Apaches, a produtora de uma turma de gente jovem - Hudson Viana, José Tapajós, Daniel Venosa e João Faissal -, que com apenas cinco meses de existência já produziu oito filmes. Quem lidera a moçada? O "cacique" Antonio Carlos Accioly, claro! E cheio de orgulho.

Como é possível imaginar, sua vida  é acelerada. E bota acelerada nisso! Uma vez por mês passa três dias em Brasília. Terça, quarta e quinta-feira, semanalmente, trabalha em São Paulo, voltando na tarde de sexta ao Rio de Janeiro, onde fica até a segunda-feira seguinte. Nestes dias, curte a família. Ele é casado há 17 anos com Renata Birman, que já trabalhou como diretora de arte e designer de jóias. Atualmente, ela se dedica às duas filhas do casal - Carolina e Mariana - e ao seu próprio site, de programação visual para festas infantis. Se você arrisca o palpite de que não é lá muito fácil ser casada com ele, Accioly entrega: "Renata é uma santa mulher!"

Como forma de aliviar as tensões do dia a dia, o karatê tornou-se obrigatório nos dias em que Accioly fica no Rio de Janeiro - aliás, ele é faixa preta. O esporte proporciona, ao agitado produtor, encontros com um grupo de amigos que formou ao longo desses anos como karateca - e do qual não abre mão.

Sobre o assunto do momento, a atual crise política e financeira do Brasil, Antonio Carlos Accioly é otimista: "Tem saída, sim. A mudança necessária acontecerá, uma 'limpeza', mas o Brasil e principalmente o Rio de Janeiro, darão a volta por cima."

BR concentra conta na NBS e Mullen Lowe fecha no Rio

André Gomes, CEO da Mullen Lowe, promete que a agência volta um dia ao Rio.
EM PRIMEIRA MÃO - A crise econômica e política que está afetando a Petrobras também respingou na BR Distribuidora, o braço da companhia responsável pela venda de combustíveis e lubrificantes. Com a diminuição de seus investimentos, a BR vai concentrar a sua conta publicitária na agência NBS (que havia absorvido a Quê, vencedora da concorrência), deixando a Mullen Lowe sem seu principal cliente no mercado carioca.

Em conversa com a Janela, o CEO da Mullen Lowe, André Gomes, informou que, mesmo sentindo profundamente por ser, ele próprio, carioca, a empresa decidiu descontinuar a operação da agência no mercado do Rio de Janeiro, para concentrar seus esforços, neste momento do mercado brasileiro, no escritório de São Paulo. Mas Gomes preferiu se referir ao fechamento não como um "adeus", e sim um "até breve":

- Tenho a certeza de que nós vamos reabrir no Rio assim que possível, prometeu.

A Mullen Lowe foi a Agência do Ano do Colunistas Rio 2015, por conta do seu resultado criativo. A agência foi a mais premiada entre as concorrentes à premiação, com trabalhos realizados, entre outros clientes, para a própria BR e para Casa & Vídeo, todos tendo o criativo Eduardo Salles como diretor de criação. Gomes garantiu que os profissionais premiados estarão presentes, convidados pela agência, ao evento de premiação, como uma homenagem ao trabalho que realizaram em 2015.

BR ESVAZIOU

A conta da BR, em sua concorrência no final de 2012, estava estimada em R$ 80 milhões por ano. A disputa foi ganha pelas agências Quê -- mais tarde absorvida pela NBS -- e pela Borghi/Lowe, que substituiu a responsável anterior, a Master Roma Waiteman.

Em 2015, o Mullen Lowe Group -- controlador internacional da agência -- decidiu passar a usar o seu nome para identificar a operação brasileira. Na época, o VP do escritório carioca da Mullen Lowe, André Gomes, foi promovido a co-CEO nacional da agência.

Em fevereiro último, a Petrobras começou a cortar seus investimentos em comunicação. A holding dispensou sua agência FCB Brasil e concentrou a conta nas suas outras duas agências: a Heads e a NBS. A FCB, na época, dispensou praticamente todos os seus funcionários e ainda está estudando o formato com que passará a operar no Rio de Janeiro.

Camisa 10 inicia operação em São Paulo

Vitor Vicente, Paulo Prado e Bruno Ricther
Vitor Vicente, Paulo Prado e Bruno Ricther: a Camisa 10 em São Paulo
A agência carioca Camisa 10, dos sócios Bruno Richter, Victor Vicente e Bruno Pimenta, começa, em abril, a operar em São Paulo, no espaço de "coolworking" O Leitão, um polo criativo localizado no bairro de Pinheiros. A agência passará a contar ainda com a expertise do gestor do espaço, Paulo Prado, ex-diretor da Samba e do Banco de Eventos, em alguns de seus projetos.

Na prática, Bruno Richter, recém-chegado de suas férias surfando na Ilha do Mel, é quem vai se dividir entre os escritórios do Rio e de São Paulo. Bruno explica para a Janela que a decisão de tentar o mercado paulista não tem nada a ver com a propalada crise do mercado carioca: "Os negócios estão ótimos para nós no Rio, com bastante trabalho. Mas sentimos que estamos maduros o suficiente para abrir novas possibilidades de forma bem estruturada".

A Camisa 10, explica Richter, já tentou a mesma expansão em outras oportunidades, mas percebeu que não se consegue atender contas de São Paulo sem uma base na cidade. "Com a estrutura do O Leitão, sediando planejamento e atendimento, acreditamos que a operação possa ter sucesso e, aos poucos, irmos contratando inclusive profissionais de criação para a Camisa 10 paulista", acrescenta.

Nos últimos anos, a Camisa 10 tem crescido a taxas de 25% a 30% e a perspectiva para 2016 não é diferente. Entre seus clientes estão Exímia, Touch, Vichy, CEG GasNatural Fenosa, Prudential e Farmoquímica. A agência também contabiliza diversos prêmios, com medalhas de ouro nos Colunistas Rio e Brasil. Em 2008 foi a Agência de Design do Ano e, por duas vezes, em 2011 e 2014, teve seus diretores escolhidos como Profissionais do Ano.

Procuram-se agências cariocas com bons peladeiros

Um grupo de publicitários cariocas está tentando, pelo Facebook, montar um torneio de futebol, já batizado como Peladão Publicitário, que contará com o apoio da Janela Publicitária.

A ideia é juntar até 8 times que se enfrentem até a definição do vencedor no próximo dia 13 de maio, um sábado.

Até o momento, só confirmaram presença Agência3, Binder, Camisa 10, Ogilvy, WMcCann e X-Tudo. Faltam apenas três.

O valor da inscrição é de R$ 400,00 e a agência interessada deverá procurar no Facebook o Bruno Richter, da Camisa 10, um dos organizadores do Peladão. Ou mandar e-mail para o produtor do evento, Thiago Zirreta, no endereço thiago@so-5.com.br. Também pode falar com ele pelo telefone (021) 2275-7164.

Aliás, se alguma produtora ou gráfica quiser apoiar o evento -- que também servirá de confraternização para a classe --, a organização também agradece.

Gente Que Vai e Vem

AMO (Rio - RJ) - A agência dos sócios Bruno Dreux e Marcio Ismail tem novos nomes na equipe. Para a Criação chegam os redatores Giovani Cilusso e Rodolfo Annechino. No Atendimento entra Paulo Tavares como assistente de Contas. E a área de web passa a contar com Daniele Dutra, como Community Manager, e Lucas Amaral, como Front End Developer.
Giovanni tem cinco anos de experiência na área, com passagem pelas agências Sapiens e Skidun. Já Annechino, que soma sete anos de experiência, passou pelas agências CuboCC e Momentum Worldwide. Paulo Tavares vem da AM4, enquanto Daniele Dutra é ex-Fullpack, Innogames e Hotel Urbano. O calouro do mercado é Lucas Amaral, que estreia na Amo em publicidade. (21/03/2018)
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Paulo Tavares, Lucas Amaral, Daniele Dutra, Giovani Cilusso e Rodolfo Annechino.