Janela Publicitária    
 
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Na Web desde 12/07/1996.
 

Propaganda - Edição de 19/JAN/1987
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da coluna "Propaganda" foi publicada originalmente no jornal Última Hora.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Forças Armadas também precisam de marketing

A propaganda americana, com sua riqueza de produção e variedade de produtos anunciados, frequentemente surpreende e impressiona os publicitários brasileiros. Uma das coisas que, por exemplo, sempre me chamou muito a atenção é como os americanos tratam publicitariamente as suas Forças Armadas.
Lá, Exército, Marinha e Aeronáutica comportam-se em sua comunicação ao público como anunciantes comuns, da iniciativa privada, ou seja, investindo em criatividade para que a propaganda possa atender aos seus objetivos de mercado. Que são, entre outros, conseguir homens e mulheres promissores que queiram se incorporar à vida militar, fazendo dela uma carreira em lugar de optar por outra qualquer.
Assim, os comerciais e anúncios procuram mostrar imagens e situações que efetivamente possam atrair o interesse dos jovens no momento de decidir o seu futuro.
Os pontos fortes de vendas da vida militar são muitos. Há o apelo da farda, da possibilidade de contato com aventuras e emoções, viagens através do próprio país e do mundo, contato com equipamentos sofisticados, tecnologia etc. Um anúncio que lembro publicado em revista de grande circulação, mostrava um piloto na frente de seu caça, dizendo "Se você gosta de máquinas quentes, veja as nossas".
Em outro belo trabalho, no caso um comercial, assinado pelas três armas, os soldados cantavam um jingle cujo tema era "I'm Proud", ou seja, "eu tenho orgulho" em ser militar, enquanto eram mostradas diversas cenas, com uma belíssima fotografia, da parte mais emocionante e atrativa de seus trabalhos nas Forças Armadas.
Tudo isto me veio à cabeça esta semana ao assistir o novo comercial que o Exército brasileiro está veiculando nos horários gratuitos que o Governo exige que as emissoras forneçam. Nele, em determinado momento o texto diz que com o tempo, "os jovens aprendem que marchar direito é preservar os valores que mais se ama na vida".
É muito difícil para mim acreditar que o maior objetivo da vida militar seja ensinar alguém a "marchar direito", e muito menos que a marcha seja o aspecto mais fascinante de nosso Exército e o que mais consiga motivar os jovens deste País.
As Forças Armadas são necessárias a qualquer nação, seja ela a mais pacífica. Não há porque, portanto, as três armas abrirem mão de todos os arsenais disponíveis de marketing e comunicação para modificar a imagem interna e externa de suas verdadeiras funções e importância, neste momento democrático em que vive o Brasil, quando os militares reencontraram o seu caminho e o seu espaço próprio, deixando como normalmente deve ser a direção política, econômica e social do país aos poderes civis.
Assim como a iniciativa privada, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica só terão a ganhar se souberem utilizar com inteligência a nossa publicidade.

Amanhã não será o aniversário do Rio

Muito cuidado, agências de propaganda e anunciantes que amanhã pretendem publicar anúncios em homenagem ao Rio de Janeiro.
Num serviço de utilidade pública desta coluna, lembro que o dia 20 de janeiro NÃO É o aniversário desta cidade maravilhosa!
O Rio de Janeiro foi fundado no dia 1º de março de 1565, quando Estácio de Sá desembarcou com suas tropas portuguesas na praia que fica entre os Morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, para lutar contra os franceses e os índios que os apoiavam. Esta praia atualmente fica dentro do Forte de São João, na Urca, onde qualquer pessoa pode ver o marco do local de fundação.
Amanhã, 20 de janeiro, é simplesmente o dia do padroeiro de nossa cidade, São Sebastião. Aliás, o santo guerreiro - hoje também muito conhecido por Oxóssi ­ tornou-se padroeiro do Rio porque, diz a lenda, exatamente no seu dia, desceu dos céus e lutou bravamente ajudando os portugueses em sua batalha final pela expulsão dos franceses de nossa terra, em 20 de janeiro de 1567.
Isto é História do Brasil, daquelas que a gente aprende no primário e nunca mais esquece.

MARKETING MIX

O Grupemef - Grupo de Pesquisadores do Mercado Farmacêutico ­ promoverá no dia 13 de março, em São Paulo, o 6º Congraçamento do Marketing Farmacêutico para os profissionais do setor. Maiores informações pelo telefone (011) 531-8103, com as Sras. Jeny e Rosa. ••• Também em março, de 16 a 20, em São Paulo, a UFF e outras entidades realizam o seminário "Embalagem/Design Marketing", com diversas palestras sobre o tema, desde normas técnicas e direito autoral a exigência dos mercados de exportação. Informações e pedidos de folhetos pelo telefone (011) 251-1677 ramal 36 ou 29. ••• O jornal carioca de classificados grátis Balcão passou a circular, desde o dia 9, às terças e sextas, antecipando em um dia a sua distribuição nas bancas. ••• O diretor de arte Zianno Grigoli deixou o Brasil para ser o diretor de criação da Thompson no Chile. ••• E o redator Paulo Azeredo (ex-Denison e conhecido free­lancer) fez o mesmo indo para Portugal, afastando-se da atividade publicitária. ••• Os cartazes que o diretor de arte Francesc Petit, o "P" da DPZ, fez com o tema Futebol para a Caderneta de Poupança Itaú foi escolhido entre os 150 melhores cartazes do mundo pela Petit Palais, de Paris. ••• A SGB criou um Conselho de Administração integrado por Sani Sirotzky, como Presidente, e ainda Arthur Bernstein e Carlos Alberto "Calé" Parente. E criou uma Diretoria-Executiva Estatutária, com Calé na presidência e tendo como vices Raimundo Resende (área financeira), Leonardo de Lima Forte (região Sul), Mozart dos Santos Mello (Rio e Brasília).