O BALANCÊ - DEZESSEIS COISAS SOBRE CANNES 2016

Quase que só sobrou o Fabio Seidl no Palais.

Porque esse foi o ano que só vai acabar no festival do ano que vem.

1 A barra não subiu, a barra só mudou de lugar

Teve muita coisa ruim premiada em detrimento de dar menos leões para todo mundo e ainda menos prêmios para ONGs.

2 Um erro

O case da NBS sobre famílias.

O júri não ter premiado a excelente ideia da NBS para mudar o que quer dizer a palavra "família" nos dicionários brasileiros.

3 Uma injustiça

O case da Ogilvy para o Sport Club Recife

Ter esquecido uma campanha da Ogilvy para o Sport Club Recife que gerou a adoção de 19 crianças.

4 As polêmicas

Cannes nunca vai se livrar delas. Porque é politicamente complicado e tem um ônus enorme.

5 Marcello Serpa

Serpa, Leão de São Marcos

Além de Lion of St Mark deveria ser nome de rua em São Paulo.

6 Dois golaços.

Premiar Blake Mycoskie, fundador da Tom's como Lion Heart e Shane Smith da Vice como Media Person of The Year. Mostrou que está ligado em culturas, marcas e comportamentos emergentes.

7 O Accioly

Cannes é uma grande bocada para a equipe da Fenêtre.

Esse também nunca vai parar de se meter em confusão.

Na vinda roubaram a mala, no festival se meteu num rolo sem querer que não dá nem pra falar aqui, na volta foi detido pela imigração holandesa e até agora não sabe porquê.

Eu adoro esse cara.

8 Os festivais paralelos não encontraram uma cara

Para agências que precisem de precisão cirúrgica.

Entertainment especialmente o "for Music" decepcionou - a categoria Branded Content & Entertainment funcionava melhor.

Health ficou enfraquecida e chata, apesar de eu entender que é outro mundo: tinha até stand de fabricante de material cirúrgico.

E o Innovation ainda precisa encontrar uma cara: ou é para as marcas ou não é.

9 A ascensão do Cyber e do Craft

A primeira está gigante, mas interessante, tem espaço para todas as melhores ideias do Festival. Film Craft é hoje uma das categorias mais bacanas de ser ver.

10 O nível dos jurados precisa ser melhor e mais criterioso

Se esse é o maior festival do mundo, o júri precisa ser o melhor também. Inexperiência em festivais ou falta de um currículo razoável de peças premiadas ou relevantes no currículo não acrescenta brilho, só retira.

11 O ritmooooo, ritmo de festa

Cannes sempre termina com fogos.

As festas melhoraram muito, incluindo as galas do Festival.

Com o mercado aquecido, voltamos a ter festas excelentes de produtoras, mídias e agências.

Pena que muitas concentradas 4a e 5a feira.

12 O Off-Palais é o novo Palais

O terraço, um acerto.

E convenhamos, é mais agradável assistir alguém do Google numa palestra pra 50 pessoas, tomando um drinkzito num beach club alto astral do que um cara chato de agência falando bem da própria empresa num auditório escuro do Palais quando está o maior solzão lá fora.

As palestras no Terrace com um formato parecido também foram bacanas.

13 O fim do torneio de futebol

Emocionante torneio de vôlei.

É uma puta falta de sacanagem. Principalmente porque teve um de vôlei de praia.

14 O 'Cannes by Southwest' funciona

As palestras (grandes) são ótimas. EM Alguns poucos casos, as pautas atrapalharam alguns palestrantes, mas em geral foram excelentes.

Apesar da quantidade acachapante de pessoas dormindo nos auditórios.

O Iggy	Sono tríplice no Palais

15 O Brasil, esse mistério

Um país que vive de publicidade na TV, mas não consegue acertar a produção doméstica a ponto de criar filmes premiáveis.

E o print é uma mídia que está morrendo no mundo, mas continua salvando a lavoura dos leões.

O digital é uma mídia que só cresce, mas os leões continuam escassos.

Vai entender esse país.

16 Você

O CEO de Cannes, Philip Thomas, ficou constrangido com a cobertura da Fenêtre.

A Fenêtre Publicitaire continua sendo uma cobertura chechelenta, mas é a única feita por três caras que fazem isso há 13 anos para divertir você, enquanto todos os outros sites te informam.

Então, muito obrigado a você que esteve aí com a gente. Um beijo e até o ano que vem.

Fabio Seidl