Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 
A Janela Internacional traz o que acontece na Europa, pelo redator Fabio Seidl.
Edição de Dezembro de 2005
 

Criativos brasileiros entram no mercado latino

Pode ser até uma boa notícia de fim-de-ano. Parece, felizmente, que a criatividade brasileira, assim como o nosso futebol, está começando a ser reconhecida e exportada para outros países que não só Portugal (que, aliás, este ano pareceu viver um fluxo contrário, a turma voltou mais do que foi...)
Outros mercados como o africano (vide a Janela Internacional passada), o norte-americano (este eu vou deixar para uma próxima Janela) e o latino (pronto, era onde eu queria chegar) começaram a contratar brasileiros.
A Janela Internacional já havia anunciado meses atrás a ida de Alexandre Okada, ex-Leo Burnett Brasil e Portugal, para a direção geral criativa do grupo para a América Latina.
Carlos Murad E agora temos mais um brazuca à frente de uma agência na América Latina (caminho, se não me engano, por onde também passou Zippo Chagas, conhecido diretor de arte do mercado carioca e já de volta ao Rio).
Carlos "Ia" Murad, também ex-Leo Burnett Brasil e Portugal, é o novo diretor de criação da Leo Burnett Colômbia.
Colômbia? Pois é. Esta é primeira coisa que muita gente pensa. Mas parece que não é bem assim. Como já dizia meu ex-dupla, o peruano-carioca Javier Posada: "O Brasil, brother, está de costas para a América Latina."
Então eu bati um papo com o cara, que estava em Bogotá, saindo de férias para o Brasil para saber como é essa história.

FS: Você trabalhou no Brasil, estava bem em Portugal e tinha proposta para ir para Miami. O que te motivou a trabalhar num país como a Colômbia, que a gente conhece tão pouco?
CM: Recebi a proposta para ser diretor de criação em Bogotá porque estavam precisando melhorar a de direção de arte. Como qualquer um, estranhei. Nunca tinha imaginado conhecer a Colômbia, muito menos trabalhar. Fui convidado a conhecer o país e a agência. E percebi um grande potencial. Aqui temos todos tipos de clientes e boas idéias, só falta trabalhar a parte gráfica. Na América Latina, a Leo Bogotá é uma das maiores do grupo. Só na criação somos 40, mais do que na Leo São Paulo, por exemplo. Outro lado decisivo foi a cidade, ao contrário do que todos pensam, é muito segura e bonita. Me sinto mais seguro aqui do que em São Paulo.
Bogotá FS: Como é o mercado colombiano?
CM: A forma de pensar é diferente. Quando cheguei, vi muitas metáforas, anúncios com coisas que parecem coisas. Para mim ainda esta muito difícil porque os fotógrafos aqui não são tão bons como no Brasil. Mas estamos fazendo alguns trabalhos com São Paulo e Rio.
FS: O que os caras acham de ter um brasileiro à frente da equipe?
CM: Eles são super abertos. Além do futebol, o Brasil é famoso pela direção de arte. É impressionante como servimos de referência.
FS: A língua é uma barreira para você? Como foi a adaptação?
CM: Isso é engraçado. Para nós brasileiros é muito facil compreender o espanhol, mas isso não acontece no sentido inverso. Depois de 3 meses aqui, isso já não é um problema pra mim. No começo, o portunhol ajudou muito. Além do mais, os colombianos são super-hospitaleiros, como no Brasil. E o custo de vida é muito barato, compensa muito financeiramente.
FS: É viável para um brasileiro, mesmo que seja redator ou atendimento, trabalhar no mercado hispano?
CM: No caso do redator o que mais importa são as idéias. Em 5 meses dá para aprender a língua. No caso do atendimento penso que requer um pouco de espanhol desde o começo. Mas nada que seja um grande problema, o que interessa é o talento.
Entonces, buena sorte, compañero!

PAPAI NOEL ESCAFEDEU-SE

Ao que me consta, o Papai Noel, assim como o futebol carioca, o ponto G e o mensalão segundo o congresso nacional, "só existe para quem acredita".
Mas, de passagem por Londres, fui surpreendido por um jornal que anunciava em sua manchete que o bom velhinho não só andava mesmo por aí, como marcou bobeira, levou uns pipocos e já estão até atrás dos margiranhas que rechearam o gordinho com azeitona.
"A caçada pelo assassino do Papai Noel"! Uau. Rasguem suas campanhas de Natal. Este ano não vai ter nada para ninguém.

Bacalhau DiasNATAL, ÉPOCA DE PERU E BACALHAU

Comer bacalhau, como se sabe, é quase um esporte nacional português. Pois eis que eu estava no supermercado em Lisboa e me deparei com esta pitoresca campanha do Bacalhau Dias: "Você já pensou em comer o Dias?"
Eu não, obrigado.

ENCHENDO LINGUIÇA

Eu não sei se vocês já perceberam, mas está faltando assunto nesta coluna. Na verdade, estou de férias. E já que o assunto é o ócio, queria falar de uma coisa que ninguém falou: o sucesso do evento Umbigo de Fora, no Rio, que tive a oportunidade de conferir.
Claro que esta é uma opinião totalmente parcial, já que participei anteriormente deste festival de música-e-outras-paradas-que-os-publicitários-fazem. Mas esta coluna não tem credibilidade nenhuma, então, azar.
Enfim, foi legal ver que o festival não morreu, pelo contrário, só cresceu.
Que lotou, que novas bandas tem aparecido, que irmãos gêmeos que foram separados no nascimento se reencontraram como foi o caso do diretor de arte Marco Martins, da Agência3, e do guitarrista do Mané Sagaz, cujo nome, as cervejas agora não me permitem recordar.
Na verdade, agora sem as cervejas eu já nem acho os dois tão parecidos assim. Tive até que dar uma manipulada na foto para eles parecerem mais.
Parabéns galera do Rio que faz este mercado ser um dos mais animados do mundo, parabéns bandas, parabéns artistas que estavam expondo, parabéns Cara de Cão e Nova Onda que mais uma vez patrocinaram o evento, parabéns Casa da Matriz Produções que acreditou em todas as edições do evento e, acima de tudo, parabéns Charles e Bassini.

N.R.: "Ninguém falou" do Umbigo de Fora, Fabio? Não esculacha! O Blog do Marcio não só falou do sucesso como deu foto do Bassini e do Charles. Está vendo no que dá dizer que não lê Blogs? Perdeu! Perdeu!

ACABOU

Olha, boas Festas aí para você, um ano novo de muito trabalho, sucesso e, se Deus quiser, um hexacampeonatozinho, que não ia fazer mal a ninguém.
Um abração!

Fábio Seidl é redator da McCann-Erickson Portugal- Dezembro2005)