• Juiza proibe RioGaleão de usar marca criada por Ana Couto

    A juíza Maria Christina Rucker, da 2ª Vara Empresarial do Rio, proibiu o RIOGaleão de usar a marca criada pela Ana Couto Branding em 2014, por considerar que ela é plágio de um trabalho de conclusão do curso de Belas Artes da designer Renata Szlachta, em 2011 (imagem à esquerda na ilustração principal desta matéria).

    A notícia, publicada esta quarta, 14/11, pela coluna de Ancelmo Gois, no Globo, relembra que a designer carioca — hoje morando fora do Brasil — entrou com ação pedindo a indenização pelo plágio ainda em 2016. E cita que Renata ainda terá direito a uma indenização de R$ 50 mil por danos morais.

    Acima, a marca do Galeão criada pela Ana Couto Branding. Ao centro, a marca Brasil, da Embratur. E em baixo, as formas de Burle Marx.
    Acima, a marca do Galeão criada pela Ana Couto Branding. Ao centro, a marca Brasil, da Embratur. E em baixo, as formas de Burle Marx.

    As polêmicas sobre a marca do RIOGaleão, no entanto, não surgiram apenas a partir do processo movido por Szlachta. Em agosto de 2014, a Janela registrava que, logo após seu lançamento, havia recebido comentários, na própria coluna de Ancelmo, que ela lembraria a marca Brasil, utilizada pela Embratur e criada pelo designer Kiko Farkas, da Máquina Estúdio.

    Na época, em conversa com a Janela, Ana Couto admitiu que existe uma similaridade óbvia com o perfil de cores da Embratur, mas negou que ela tivesse sido proposital:

    – A marca Brasil é somente orgânica, enquanto a nossa tem vários conceitos por trás que permitem inúmeras leituras: estão lá as ondas sonoras do ritmo carioca, estão as montanhas, o horizonte amplo do Rio de Janeiro e, para vincular ainda mais com o aeroporto, tem o avião no lugar do til de Galeão, ela explicou.

    Lançada em 2008 a partir de um concurso, a marca da Embratur usava como referência a comunicação visual de Burle Marx, trazendo como filosofia itens como alegria, sinuosidade/curva (da natureza, do caráter do povo) e encontro de culturas e raças, entre outras imagens.

    O trabalho da Ana Couto Branding para o RIOGaleão, vale citar, foi premiado no TOP XXI – Prêmio Design Brasil, na categoria Branding. E entre os criativos do trabalho estaria um ex-colega de Renata Szlachta na UFRJ.

    Sobre a decisão judicial, a agência Ana Couto emitiu o seguinte comunicado:

    A Ana Couto Agência tomou ciência da decisão em 1ª instância, cujo teor será cuidadosamente analisado com o respeito que merece. Em vista da seriedade, cuidado e investimento dedicados ao processo de construção de marca, a agência se sente profundamente prejudicada pela controvérsia.

    A Agência tem total certeza da originalidade do trabalho realizado e da Marca criada, que recebeu a devida chancela do INPI, perante o qual se encontra devidamente registrada. Esclarece, por fim, que a sentença proferida pela 2ª Vara Empresarial/RJ não é definitiva e tampouco impõe qualquer obrigação imediata, sendo certo que serão interpostos os recursos cabíveis.

    A assessoria de imprensa do RIOgaleão informou que a empresa não vai emitir posicionamento sobre o caso e que a Ana Couto está à frente dos contatos com a imprensa, uma vez que o RIOgaleão foi apenas o contratante do serviço e todo o processo criativo da marca é responsabilidade da agência.

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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