• TCU condena Matisse a recolher R$ 24 milhões ao Tesouro Nacional

    Dalva Fazzio e Paulo de Tarso Santos

    Agência da Secom nos anos do governo Lula, a Matisse Comunicação foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a recolher R$ 23.988.286,25 aos cofres públicos por contas julgadas irregulares durante aquele período.

    A diretora-presidente da agência, Dalva Maria Fazzio (foto, à esquerda), deveria já ter, inclusive, comprovado o pagamento da multa no valor de R$ 530 mil, que ficará sendo atualizada enquanto não houver a quitação.

    Os imbroglios da Matisse com o TCU não são recentes. Entre os problemas que bateram no Tribunal esteve a impressão de 5 milhões de cartilhas para divulgar ações do governo, mas que descobriram que foram parar em diretórios do PT, não no Governo Federal. Em março de 2011, o TCU chegou a aplicar multas de R$ 2,6 milhões às gráficas Burti, Pancom, Kriativa, Takano e Web, além de à Matisse e à Duda Mendonça & Associados Propaganda, e também à parte do núcleo que comandava a área de comunicação do governo, dirigida por Luiz Gushiken. O chefe da Secom, vale lembrar, acabou absolvido mais tarde.

    A Matisse e a Duda Mendonça entraram com recursos e embargos, que foram rejeitados pelo TCU.

    Agência nascida em Campinas, a Matisse surpreendeu o mercado quando foi selecionada para atender a conta de Lula, derrotando grandes players como Publicis, DM9DDB e DPZ. Na época, a Folha de S.Paulo publicou matéria registrando o burburinho, com a justificativa de Dalva Fazzio: “Por que a Matisse não poderia ganhar? Temos grandes contas. Não somos uma grande agência, do tamanho da Lew, Lara, mas raciocínio e experiência mercadológica não são privilégio das grandes agências”.

    A publicação, ao mesmo tempo, apontava que a escolha da agência se devia à parceria da empresária com Paulo de Tarso da Cunha Santos (à direita, na foto), que fez as campanhas de Lula em 1989 e 1994. Paulo ficou como sócio da Matisse até 2010, quando vendeu para Dalva as suas ações.

    A Janela tentou entrar em contato com a Matisse. Mas todos os seus telefones em Campinas e em Brasília dão atualmente como inexistentes. O site da agência também não existe mais.

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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