Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 25/NOV/1977
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


Na chuvosa manhã de sábado passado, dia 19, a sede carioca da Salles/lnterAmericana acolheu, para uma quase secreta reunião, Paulo Roberto Lavrille Carvalho (presidente da Associação Brasileira de Propaganda), Jesus Iglesias (presidente da Associação Rio-grandense da Propaganda), Emilio Cerri (presidente da Associação Catarinense de Propaganda), Luiz Celso Piratininga e Mário Dias (presidente do Conselho Superior e o dirigente da Diretoria Executiva da Associação Paulista de Propaganda) e Roberto Brandão (presidente da Associação Mineira de Propaganda).
A presença da imprensa especializada, representada por estes colunistas e por José Cláudio Maluf, causou uma notada decepção naqueles líderes que pareciam murmurar um "fomos descobertos!" cada vez que nos olhavam. Mas Paulo Roberto Lavrille solucionou o problema indicando-nos gentilmente a sua sala, pedindo para que permanecêssemos ali com cafezinho e água gelada, até que eles estabelecessem as premissas que deverão ser sugeridas à Comissão Preparatória do III Congresso Brasileiro de Propaganda e, garantindo-nos que, logo após a reunião seria, então, distribuída uma nota impressa com os resultados da mesma. E assim foi feito.
Como fiéis defensores da qualidade e credibilidade da informação, insistimos em entrevistar aqueles representantes das APs. E o fizemos, deflagrando uma série de perguntas que foram simpaticamente respondidas, mas cautelosamente dribladas para que o conteúdo de suas respostas mantivesse o mesmo ponto básico proposto no documento que reproduzimos a seguir:
"Tendo em vista o desenvolvimento dos trabalhos preparatórios para o III Congresso Brasileiro de Propaganda que será realizado de 17 a 20 de abril de 1978, em São Paulo, reuniram-se no Rio de Janeiro os presidentes da Associação Brasileira de Propaganda, Paulo Roberto Lavrille de Carvalho, da Associação Mineira de Propaganda, Roberto Hermeto Brandão, o presidente do Conselho Superior e o Dirigente da Diretoria Executiva da Associação Paulista de Propaganda, Luiz Celso de Piratininga e Mário Dias da Silva, o presidente da Associação Rio-grandense de Propaganda, Jesus Iglesias e o presidente da Associação Catarinense de Propaganda, Emílio Cerri.
Durante a reunião foram sugeridos os pontos básicos que no entender dos dirigentes deverão ser levados a constituir o temário do III Congresso e que estão fundamentalmente apoiados em uma proposta de aumento da eficiência profissional de todos os setores da propaganda.
Desenvolvendo essa proposta os presidentes das APs decidiram iniciar o debate dos diversos aspectos que a proposta envolve, em nível nacional, bem como encaminhar estas sugestões à Comissão Preparatória do II Congresso Brasileiro de Propaganda.
Finalmente, foi decidida a convocação dos diversos grupos setoriais da profissão, tais como Grupos de Mídia, Atendimento, Clubes de Criação, etc., para que, de maneira mais direta, se incorporem aos debates e à organização do Congresso".

Depois desta estranha experiência jornalística posso afirmar que algo de novo está para acontecer e, muito antes de abril chegar. Só nos resta ficar atentos e de antenas muito ligadas porque Cobrão não sobe parede.
(MB)

 

RETOQUE

Atenção, imprensa nanica!

Nesta terça-feira, dia 29, às 18 horas, na sede da MPM, à Rua Dona Mariana, 138, o Grupo de Mídia, entidade que reúne os profissionais de propaganda que programam anúncios em veículos estará esperando os representantes dos veículos da Imprensa Nanica para debater a proposta lançada por esta coluna da criação de uma "Central de Imprensa Nanica".
O passo das agências em direção ao entendimento esta dado. Cabe agora às nanicas comparecer para tomar real este entendimento. Como subsídio para os debates, levantamos aqui algumas questões que envolvem a solidificação desta Central de Imprensa Nanica, ou que outro nome venha a ter.

Afastado o problema de não serem programadas por agências, surgirão diferenças profundas entre Imprensa Nanica de bairro e Imprensa Nanica político-cultural. Os jornais de bairro já possuem uma visão comercial definida, mas esbarram nas dificuldades de convencer o pequeno comerciante local a anunciar, e muitas vezes, até a pagar o anúncio publicado. Por sua própria estrutura e interesse desenvolvidos, estes jornais nos parecem ter mais facilidade de se organizar numa "Central", e oferecerão às agências a facilidade da programação regional de uma peça.
Já as publicações politico-culturais precisarão de um estudo mais especifico, e uma adaptação de todas as partes. E, a princípio, estas nanicas precisam compreender a proposta de uma "Central".
Ainda falta às nanicas politico-culturais uma visão comercial mais realista de suas publicações. E isto é natural, já que em sua maioria, a base das editoras marginais é formada de intelectuais, em tese, com importantes preocupações ideológicas, sem que a equipe conte com a colaboração de elementos com visão empresarial.
Como decorrência disso, vem existindo um círculo vicioso entre as nanicas e as agências. Alegando que o preço cobrado por página é irreal pela penetração que cada veículo tem, as agências se recusam a programá-los. Assim, os jornais tem página avaliada em X, e por isso não vendem. Como resultado, o ganho daquela página é zero. Isso não leva a nada, nem para a agência, e muito menos para o veiculo.

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Normalmente, nestes veículos, o preço calculado por página atende a necessidades orçamentárias estabelecidas teoricamente, nas quais o valor total da área comercializável somado ao da venda da publicação cobre as despesas de produção, impressão, distribuição e investimentos para edições posteriores. Mas não se levam em conta variáveis mercadológicas que determinarão o preço do espaço, tal como para qualquer produto a ser comercializado.
Em realidade, o mercado atual de espaço nas publicações nanicas é mais vendedor. Há mais oferta que procura. Isto porque a publicidade se comporta como o público. Quando o leitor/espectador/ouvinte aumenta sua procura pelo veículo, a publicidade também corre para programá-lo. É quando o veículo passa a impor suas normas de comercialização (veja o caso da Rede Globo).
O círculo, então, se fecha, pois a falta de programação dificulta os jornais a evoluir (ou mesmo subsistir) e melhorar sua produção e distribuição para alcançar um público maior e um preço de espaço mais compensador.

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Se os jornais mais organizados se unirem num pool, com todos veiculando o mesmo anúncio, a nova tiragem permitirá um preço muito mais justo por página. E, no rateio, a cada veículo caberá uma cota proporcional à percentagem que sua tiragem tiver na tiragem total. Desta maneira, um jornal que sozinho não recebia nada em publicidade, passa já a contar com ganhos maiores e mais frequentes.
Para manter esta "Central", com um responsável comercial que tem contato com as agências para vender o pool, as editoras disporiam de partes também proporcionais de seus ganhos. Tudo cooperativamente. Com esta verba, a "Central" também teria condições de providenciar pesquisas sobre o perfil de seu público, o que é fundamental num relacionamento profissional veículo-agência.

ME

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

CCRJ - Encontro dos Clubes de Criação - Os Profissionais de Criação deste País precisam tomar consciência de sua própria força.
Este é o cartaz do importante I Encontro dos Clubes de Criação do Brasil, que se realizará em Porto Alegre entre 2 e 3 de dezembro próximos. A meta do Encontro já está dita no próprio texto do cartaz, e a lembrança da faca e do queijo está sutil como uma porrada, e digna de um cartaz de encontro de criadores. Esperamos que os Clubes tragam novas decisões que venham a fortalecer o esperado III Congresso Brasileiro de Propaganda.
A partir de janeiro próximo, a coluna “Asterisco” do Diário Popular (SP) virará suplemento em tabloide, saindo aos sábados, com o nome bem paulista, de “Caderno do Executivo”.
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O colunista José Levy Fidelix, do Diário, de Vitória, passará, em dezembro, a assinar sua coluna na Tribuna, naquela cidade.
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A Sitral passou a representar com exclusividade as seguintes empresas: outdoor – Exibição (SP e Ribeirão Preto), Colagem (SP); rádio – Difusora de Alagoas (Maceió); jornal – O Jornal (MA).
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Marlene Rabello, da Rabello Representações, está dando um giro pelo Brasil para ampliar mais seu quadro de representados.
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A Jodaf vai patrocinar uma série de palestras que serão realizadas no Hotel Plaza São Rafael, no Rio Grande do Sul. No dia 1º de dezembro, João Daniel falará sobre o filme comercial de TV. A Associação Rio-grandense de Propaganda já confirmou a presença de seus associados. O objetivo das palestras é motivar uma melhora na qualidade dos filmes daquele estado.
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A Focus comunica que seu cliente SARSA concedeu 57 bolsas de estudos para acadêmicos, estagiários e médicos-residentes, na área do Rio de Janeiro e, que acaba de criar uma Unidade de Pesquisas Básicas, voltadas para as pesquisas de substâncias marinhas que possam interessar a área da terapêutica humana.
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As agências, publicações, fotógrafos, editoras, produtoras de RTVC etc., que quiserem constar gratuitamente da Edição Histórica ao Anuário Brasileiro de Propaganda, ou anunciar no mesmo, devem aproveitar, porque a Publinform adiou seu prazo de fechamento. Os interessados podem procurar o David Monteiro de Carvalho, na Rua Sorocaba, 585 (RJ). Ou pelo telefone 266-6149.
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Teve momentos de muita emoção a entrega do premio "Hall da Fama" a Aldo Xavier da Silva, Orígenes Lessa, Armando de Moraes Sarmento, Napoleão de Carvalho e Charles D. Dulley (que foi representado por Caio Domingues) na última terça-feira, dia 22, em São Paulo, com apresentação de Nemércio Nogueira. Em seu discurso, Rodolfo Lima Martensen ("Hall" de 1976 e jurado deste) lembrou que o prêmio não deveria ser dado só pela idade, mas também pelo mérito de jovens. Nos parece, porém, que o "Hall" deve continuar sendo dado a quem tenha "dado parte de sua vida à propaganda brasileira", já que aos publicitários jovens e atuantes já são dedicados dois prêmios de ''Publicitário do ano", da ABP e dos Colunistas.
Como em todo acontecimento publicitário que se preze, estavam presentes, entre outros, Roberto Duailibi, Caio Domingues, Hans Dammann, Gilberto de Camargo Barros, Luiz Celso de Piratininga, Ivan Pinto, Eddie Augusto e os colunistas Armando Ferrentini, Ivan Curvelo, José Cláudio MaIuf, Mauricio Coutinho, Roberto Simões, e estes da Janela.
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A campanha da pechincha acaba de lançar um comercial sugerindo às donas-de-casa substituírem os tomates por massa de tomate. Curiosamente, nenhuma empresa produtora de massa ou extrato de tomate capitalizou em cima daquele comercial. As hipóteses são várias: ou ninguém pensou nisso, ou pensou e ficou com receio de se aproveitar diretamente de uma campanha governamental, ou pensou e descobriu que o recall destas peças da campanha é tão negativo que seria até prejudicial tentar capitalizar. Quem souber a resposta, nos escreva. (ME).
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Nós não somos de reproduzir releases, mas este, da S/IAP, está tão explicativo e interessante que achamos melhor publicá-lo na integra: "A técnica de aplicação de retícula a microjato para a produção de cartazes out-door está sendo utilizada pela primeira vez no Brasil, para o lançamento da Linha Ford Corcel II. O processo, introduzido pela Salles/InterAmericana de Publicidade S/A proporciona, além de melhor plasticidade, maior destaque dos detalhes, nas fotografias dos cartazes de rua.”
Segundo o produtor gráfico da agência Mário Quirino, esse tipo de reticula – que agora também será usado nos cartazes de Honda – é inédito no Brasil. “O sistema convencional de confecção de outdoor – diz ele – utiliza retícula com quatro pontos por centímetro quadrado, enquanto no processo de microjato temos a possibilidade de introduzir dez pontos, melhorando assim a qualidade do cartaz”.
Mário Quirino disse ainda que o maior problema enfrentado com o microjato foi a impressão em jornais “Na realidade a técnica do microjato só não foi introduzida há mais tempo devido aos riscos de impressão. Por esse motivo, antes de veicularmos os anúncios, fizemos testes de qualidade de impressão inclusive nas rotativas. O mesmo aconteceu quanto aos encartes “full-line” veiculados em revistas. Tivemos, ainda, o cuidado de selecionar a melhor foto, pois não é qualquer uma que pode ser utilizada nesse tipo de impressão” – conclui Mário Quirino.
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Esta coluna fecha as quintas-feiras, ao meio-dia. Qualquer notícia pode ser enviada para a Rua Barão de Itambi, 7/605, Flamengo. Rio. Ou passada pelo telefone 286-4876.
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Vinhos DomecqOs vinhos chilenos Fernando de Aragon. Isabel de Castilla e Los Reyes, produzidos pela casa Pedro Domecq no Chile foram lançados oficialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, seguindo o planejamento promocional da Salles/InterAmericana. No Rio, o coquetel de lançamento das marcas foi no HoteI Inter-Continental e naquela ocasião, Luis Turrer Puig, gerente de marketing da Pedro Domecq do Brasil, revelou que, em breve, as marcas Pedro Domecq serão também colocadas no mercado de outras capitais brasileiras.

Alerta às Agências
O Clube de Cinema informa que já sabe quem são os dois elementos que andam apresentando rolos de filmes de produtoras e se passando, indevidamente como os responsáveis pela direção daqueles comerciais. A diretoria do Clube de Cinema pretende tomar medidas drásticas contra estes profissionais que andam dando este golpe na praça. Como medida de segurança, o Clube criará um sistema de catalogação de fichas técnicas e, desde já, pede às agências produtoras da RTVC que enviem para sua sede estas fichas para que sejam imediatamente arquivadas.