Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 28/JUL/1978
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


Um departamento de mídia ganha ou perde contas.

Albano Alves Filho
Albano Alves Filho, do Grupo de Mídia

A afirmação acima é de Albano Alves Filho, da Caio Domingues, e um dos atuais coordenadores do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro, que vem constatando que o profissional de mídia está enfrentando problemas de desvalorização profissional, como os de não participar de reunião de decisão na agência – onde são debatidos todos os problemas do cliente – não ter incentivo dos diretores de agências para uma atualização em cursos e viagens, e, praticamente, não ter poder de decisão junto ao cliente.
Com o objetivo de modificar essa mentalidade, o Grupo de Mídia está organizando uma campanha que já veiculou o anúncio: “Agências sem uma mídia muito boa pode ter a melhor criação do mundo, que não resolve! Antes de escolher uma agência verifique a mídia que ela tem”.
Tudo isso está acontecendo, prossegue Albano “pelo fato de o profissional de mídia não se impor perante ao seu patrão. Ele tem que exigir maiores condições de trabalho, ou seja, pesquisas, aperfeiçoamento profissional através de cursos, faculdade e congressos, a fim de que ele adquira conhecimentos valiosos ao desempenho de suas funções”.
Outro problema que os mídias tem verificado é que algumas agências de publicidade aproveitam elementos de outros setores da própria agência e os tornam homens de mídia.
Para Albano, “uma agência que procede dessa maneira não só está sendo anti-profissional, como matando esse substituto, que talvez fosse um bom homem de atendimento, planejamento ou de produção.
Tanto Albano como Alcina Machado, da Labor, também coordenadora do Grupo de Mídia, são unânimes em afirmar que “uma outra preocupação dos mídias – que o uso do computadores pudesse gerar desemprego – não tem fundamento, pois o computador foi uma evolução dentro da mídia. Ele veio para nos ajudar simplificando as tarefas".
Segundo Alcina Machado, “os profissionais cariocas têm, realmente, condições de se nivelar ao pessoal de São Paulo – onde as partes já tomaram consciência -, em busca de maiores conceitos, prestígios e salários, já que aqui atendemos a clientes com verbas astronômicas, o que comprova os altos níveis de responsabilidades de nossos profissionais.
Outro aspectos importante que merece ser ressaltado é a inexistência de cursos específicos para mídia. Infelizmente, as faculdades de comunicação ainda não se interessaram em acrescentar em seus currículos a cadeira de mídia.
Esse desinteresse por parte das faculdades nada mais é que o desconhecimento total sobre nossa área, afirma Alcina. “Os responsáveis conhecem redação, criação e RTVC, não sabem o que mídia”.
- Entretanto, de imediato, acho que seria impossível a inclusão dessa cadeira nos currículos universitários. Mídia, obrigatoriamente, tem que girar em torno de pesquisas, e isso implicaria em conhecimentos sobre IBOPE, MARPLAN ou IVC, e acredito que os professores não estariam preparados.
Além disso, lembra Albano, “na área de mídia não temos nenhuma publicação de peso que aborde o assunto, o que dificulta, de certo modo, a professores que na maioria das vezes, nunca vivenciaram a experiência de um departamento de mídia. E se eles não tem nada para se informarem, como poderão dar aulas?”.
Continuando, Albano diz que, nesse caso, a culpa é dupla: “do pessoal de mídia, que não faz um trabalho de base junto aos diretores de faculdades, que, somente visam as mensalidades e a matrícula no final de cada semestre. Acredito que, muitos deles jamais visitaram uma agência de publicidade, uma emissora de rádio ou, até, mesmo um jornal”.
- Acho que chegou um momento de nos impormos. Há uma abertura muito grande no mercado de trabalho para o homem que já milita em mídia. Se ele se esforçar, se aprimorar, poderá, certamente se tornar um professor de faculdade.
Apoiado nessa afirmativa, Albano fala à Janela que há algum tempo o Grupo de Mídia criou um setor de mercado de trabalho com a finalidade de orientar o profissional de mídia, caso estivesse desempregado. No entanto esse setor foi extinto, simplesmente porque não havia ninguém desempregado.
Na verdade, todos aqueles problemas estão ocorrendo porque a maioria dos mídias, por questões do temperamento e personalidade, se omitem, declara Alcina: “Eles não se filiam ao Grupo de Mídia, não participam de reuniões e seminários, porque acham injusto esse negócio de se reunirem em função do estrelismo ou vedetismo de um, dois ou três.
Mas Albano, por sua vez, acha que o profissional de mídia não deve ficar atrás de suas mesas. “Ele tem que se integrar, participar, se promover. Não a badalação de coquetel, promoção e ôba! ôba! É a promoção profissional”.
Se aquele anúncio veiculado não atingir o alvo, o Grupo de Mídia pretende publicar outro, com a seguinte ideia: “Ei! Seu dono de agência, se o seu homem de mídia não está participando do Grupo de Mídia, desconfie dele. Ele deve saber menos e não está querendo saber mais, e está prejudicando a sua empresa”.

Seleção da Janela

Caio Domingues - Moça, MocinhaO que vocês – publicitários leitores da Janela – estiveram fazendo nas últimas semanas?
Afinal, poucas vezes se viu, numa Seleção da Janela, semana tão desprovida de anúncios de qualidades, entre os publicados nos jornais cariocas. Tanto que o júri da seleção, formado desta vez por José Murtinho (redator da Caio), Marcos Guedes (DA da L&M), e Nelson Mendes (supervisor de atendimento da Lintas), além destes colunistas, sequer conseguiu separar um anúncio, mesmo na fase de pré-seleção.
Apenas resolveu-se conferir um destaque ao classificado “Moça, mocinha...”, realizado por uma agência que só informou seu telefone, talvez o mais criativo entre os publicados naquela semana. Esta pecinha despretensiosa pode servir de exemplo da qualidade a que pode chegar um anúncio de classificados, se as empresas (clientes) derem liberdade criativa a suas agências para produzi-los.
Por curiosidade, fomos procurar nas “páginas amarelas”, a agência dona daquele número, e descobrimos que ele era o “direto” da contabilidade da Caio Domingues – dai ser desconhecido até dos colunistas e de José Murtinho, redator de lá. Depois, telefonamos para a agência e fomos informados que a peça, criada pelo redator José Monserrat e pelo D.A. Joaquim Pecego, deu um excelente resultado.
Queremos ainda lembrar aqui que, para facilitar ou orientar o júri, a Janela continua aceitando indicações escritas ou telefonadas de qualquer leitor, desde que acompanhas de uma defesa inteligente. Não façam cerimônia. Participem conosco da seleção.

Política: um bom negócio para a Propaganda?

Luis Macedo
 Luis Macedo: de Jango a Figueiredo

O assunto mais comentado da propaganda nas últimas semanas, seja no meio ou fora dele, sem duvida, foi a entrega da conta publicitária do Gen. Figueiredo e da Arena à MPM Propaganda. E não só pelo quase imediatismo da situação, ou seja uma agência comercial envolver-se em partidarismos políticos, como pela maciça cobertura jornalística que se presenciou, por pouco comparável à realizada para o último congresso da propaganda.
Sem pretendermos defender qualquer posição perante este fato, achamos que ele ainda merece ser analisado, dentro dos seus porquês e de suas possíveis consequências.
Em que interessaria à MPM assumir tão ostensivamente uma conquista como esta? Sendo tradicionalmente uma agência arredia a divulgações de si mesma, ela tem, por outro lado, um diretor, Luís Macedo, reconhecido como um empresário que “não prega prego sem estopa”. Sabe-se que a MPM atende algumas das principais contas de empresas ligadas direta ou indiretamente ao governo, como Banco do Brasil, Interbrás, Cobec, Caixa Econômica etc., todas cobiçadíssimas pela concorrência.
A conquista da conta do partido do governo, portanto, serviria, antes de mais nada, para comprovar, tanto para o mercado publicitário, como para as diretoria daqueles clientes, a “força” e o prestígio que a agência mantém na área governamental, consolidando, em tese, sua posição. Da mesma maneira, esta nova conta pode vir a ser uma excelente arma (no bom sentido, leitores) para a aproximação com outras empresas “prospects”, interessadas em serem vistas com bons olhos pelas entidades governamentais. Isto ainda que o levantamento desta possibilidade não parta da própria agência.
A conta da Arena e do Gen. Figueiredo, porém, não deixa de se apresentar como uma faca de dois gumes. Principalmente se lembrarmos a atual fase da política brasileira, numa abertura que, por mais que seja apresentada como “controlada”, gera um saudável clima democrático de expectativa.
Não somos comentaristas políticos para avaliar o posicionamento atual do empresariado brasileiro em relação ao comportamento governamental. Não temos elementos tampouco para levantar esta situação entre os empresários da propaganda. Mas, caso a posição predominante seja contrária ao status quo, sem dúvida que a atitude da MPM vá ser considerada prejudicial ao mercado, já que favoreceria e defenderia a perpetuação de um sistema criticado, vantajoso apenas a princípio para a agência, mas que, com o tempo, também se voltaria contra ela.
Da mesma maneira, novamente esta atitude poderia afastar os “prospects” interessados numa renovação da atual estrutura político-econômica brasileira.
Ainda é prematuro se arriscar a conclusões definitivas. Mas não é tarde para colocar novas dúvidas: será que, se esta conta não tivesse sido oferecida para a – ou conquistada pela – MPM, outra agência não adoraria assumir os dois gumes desta faca? (M. E.)

Em defesa da memória da propaganda.

Recebemos de Carlos Cauby Silveira, atualmente na Labor, uma coleção encadernada em dois volumes contendo 48 exemplares da Revista Anúncio, editadas ainda no Rio Grande do Sul.
Infelizmente, nem todos os profissionais de propaganda conseguirão entender o que essas 48 publicações significam para a profissão. Por isso ficamos tão felizes e, confessamos, abertamente emocionados, quando abrimos aqueles 2 volumes de ANÚNCIO. Neles está a prova de um trabalho jornalístico sério e do empenho do editor, do repórter, do colunista, do foca, seja lá o que queiram denominar – do homem que batalhou e continua batalhando para deixar um documento para o futuro.
Aliás, Cauby também dispõe de um conjunto de informações monumental, a que chama de “Memória de Anúncio”, absolutamente sensacional para qualquer pesquisa sobre a propaganda brasileira. Agora que ele está no Rio, é uma excelente oportunidade a ABP, que está cuidando de sua sede nova, trazer para junto de si estes arquivos e realizar com Cauby a talvez maior biblioteca carioca sobre publicidade. Ô, Paulo Roberto Lavrille, procura lá o Cauby!

Propaganda comemora 10 anos de DPZ.

A próxima edição da Revista Propaganda, sobre os 10 anos da DPZ, será lançada dia 1º de agosto, num almoço em São Paulo que reunirá publicitários de todo o Brasil numa homenagem à agência de Duailibi, Petit e Zaragoza. Esta edição contará com duas matérias destes colunistas. Uma sobre a DPZ do Rio e outra sensacional com as opiniões de Marcio Ehrlich sobre o 1º Concurso Nacional de Outdoor. Não percam.

Os embalos de sexta à noite.

Noite altíssima dos publicitários em festas na última sexta-feira. Nelson Mendes, supervisor de atendimento da Lintas, provou que, além de excelente profissional, é tão bom cozinheiro, oferecendo um jantar ao aniversariante Paulo Antônio Magoulas, do departamento de propaganda do CIS, cliente daquela agência. Presentes ao “arroz de polvo com ervilhas”, Giancarlo Marchesini e Anita Sotto Maior, da Lintas, Pedro Sanches (ex-Lintas), Luís Antônio Vieira e Fernando Mendonça da Thompson, entre outros, além destes colunistas todos devidamente casados. Depois, no coquetel oferecido pelo redator Paulo de Tarso, da Denison, anotamos a presença do publicitário e humorista Redi. E, também na festa de aniversário de Antônio Luís Accioly, do JB, estiveram presentes Jomar Pereira da Silva, da CBBA, Sheila Pimentel, da DuLoren, Teresa Milanês, da Norton, e Gianine Miranda Fortes, da SGB. Haja ritmo...

Review

Novas teorias para se entender o consumidor.

Mary Tuck – Como ESCOLHEMOS/PSICOLOGIA DO CONSUMIDOR – Volume F6 do Curso Básico de Psicologia – Zahar Editores – 161 páginas – CR$100,00.
Dentro da pobreza da biblioteca brasileira sobre comportamento do consumidor, o lançamento do livro “Com Escolhemos/Psicologia do Consumidor” só pode ser bem-vindo.
Dirigido não só a estudantes e profissionais da área de psicologia, como as de propaganda e marketing. “Como escolhemos...” se propõe a apresentar as teorias acadêmicas de comportamento de consumidor, as usadas no mundo do marketing, as contribuições dos psicólogos para o entendimento do comportamento do consumidor, e finalmente, as conclusões tiradas de todo aquele material. A autora, Mary Tuck, doutorada em psicologia pela London School of Econômica e professora da Cranfiel School of Management, utiliza uma linguagem perfeitamente acessível a qualquer “não iniciado" neste campo, que lembramos ser fundamental para quem quer compreender melhor os fenômenos da comunicação.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

Nos dias 3 e 4 de agosto, será realizada em São Paulo a Convenção Nacional de Outdoor, com o objetivo principal de fundar a Central Nacional de Outdoor, que seguramente terá mais força que suas regionais.

A revista francesa L’Officiel será lançada brevemente no Brasil, e terá sua campanha publicitária cuidada pela Standard.

O redator Liber Matteucci desligou-se da MPM.

A editora Nórdica deverá iniciar uma maciça campanha promocional lançando o slogan “Gente inteligente dá livro de presente”.

Chico Anísio fará a apresentação da entrega do Clio, no teatro da Manchete, dia 18 de setembro próximo.

A Ceras Johnson – cliente da J. W. Thompson – passará a ser atendida por São Paulo.

A Temper Roupas, conta das Lintas, está realizando um simpósio de 3 semanas com seu pessoal de vendas, com o tema principal “Como líder com o público”.

ANOTEM em seus caderninhos, fichários, arquivos, computadores, etc.: a Janela fecha às quintas-feiras e o endereço de correspondência é Rua Barão de Itambi, 7/605 – Flamengo – Rio – CEP 20000. Você também pode se comunicar conosco pelo telefone 286-4876. A qualquer hora do dia ou da noite, mesmo que nós não estejamos, seu recado será anotado. Experimentem.

Aí vai a ficha técnica da campanha Ping-Pong 78 criada pela ALMAP: Criação – Renato Castanhari Jr. e Duilio Sarto Filho; Direção – Carlos Augusto Machado; Produtor – Paulo Roberto Salla; Produtora – Lynx Film; Atendimento – José Laércio César; Aprovada – Célia M. Ferras Silva.

O Jornal do Commércio do Recife estreia, dia 30 de julho, uma coluna sobre Publicidade. Seu autor, Albuquerque Pereira, pretende fazer de Posicionamento a “coluna que faltava ao mercado de Pernambuco, embora sua utilidade pretenda ser de âmbito nacional”. Com todo o respeito, e votos de boa sorte, Albuquerque, isto nos lembra uma piada antiga do José de Vasconcellos, que, imitando locutores de rádio de vários países e locais, falava: “Aqui é PRA-8, a sua Rádio Clube... Pernambuco falando para o muuundo!”.

A Salles está nos enviando um óculos de plástico rosa, com um cartão dizendo: “Agora você vai ver tudo rosé”. Ou nos enganamos, ou vem vinho novo da Pedro Domecq por aí.

A Speedo – Brasport Representações Ltda., fabricante de equipamentos esportivos entregou sua conta à SGB de São Paulo.

Telegrama simpático e criativo recebido de Roberto Duailibi: “Parabéns pelo seu primeiro aniversário. Da agência que está comemorando o seu décimo”.

No próximo dia 3, quinta-feira, às 19h30min, o Clube de Criação do Rio de Janeiro vai realizar, no auditório de O Globo, um debate sobre o Mercado da Fotografia Publicitária no Rio de Janeiro, com a participação de João Galhardo, Carlos Martins, Federico Spitale, Luís Augusto e Zezinho Franceschi.

Muito boa a oportunidade que as Calças Cukier tiveram co-patrocinando, na discoteque Papagaio, a entrega do troféu Disc-jóquei, na última segunda-feira.

Continuam abertas as inscrições para o concurso de cartazes da Mostra de Cultura Popular que será promovida pelo SESC em outubro. Os interessados podem se inscrever nos SESCs. O vencedor ganhará 10 mil cruzeiros de prêmios.

A edição da Revista Anúncio de junho (última publicação da editora Anúncio) é inteiramente dedicada ao mercado publicitário de Minas Gerais. Esta revista foi editada pelo colunista Carlos Alenquer (Diário do Comercio de Minas, e Revista Propaganda) que apresenta interessantes depoimentos dos profissionais das Gerais. Alenquer conseguiu dar um enfoque completo sobre o inquieto, sofrido, e crescente terceiro mercado publicitário brasileiro.
Até o final deste ano, o Clube de Criação do Rio de Janeiro publicará os Anais do 1º Encontro Nacional de Criação Publicitária.

Um competente homem de atendimento está interessado em mudar de ares. Agências também interessadas em ampliar seu time podem procurar a Janela. Garantimos sigilo absoluto.

Todos os mídias do Rio de Janeiro, sejam ou não sócios atuais do Grupo de Mídia, estão sendo convocados para se reunirem nas assembleias que procurarão definir o Grupo como pessoa jurídica. Entrem em contato com os coordenadores da GM.

Gianine Miranda Fortes, supervisora de pesquisa da SGB deverá deixar a agência, e talvez a publicidade, para se dedicar à clínica psicológica para adultos.

Uma edição especial do Boletim Mídia Informa, da Lintas, conta que Guga (Carlos Augusto de Oliveira), novo superintendente da programação da Rádio e TV Bandeirantes, promete mudanças radicais: além de um programa com Juca Chaves, a Bandeirantes apresentará novelas, no horário de 7h30min às 8 horas. Outras mudanças preferimos pagar para ver.