Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 16/JAN/1981
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

"Notícia é alguma coisa que interessa a alguém que não seja publicada".
(De um jornalista inglês).

Silvio Santos pode perder TVS e Record por abuso de poder econômico

EXCLUSIVO - O CADE­Conselho Administrativo de Defesa Econômica decidiu - depois de quase um ano de investigações ­ aceitar a denúncia apresentada pelo advogado José Augusto de Toledo Neto, representando a Fábrica de Móveis Brasil, e imediatamente instaurar um processo definitivo contra o Grupo Sílvio Santos, acusado de abuso de poder econômico.
Segundo José Augusto de Toledo Neto - que frequentemente atua como assessor jurídico de empresas de propaganda, tendo clientes regulares como a SGB, no Rio, e a Brasilino, em São Paulo - a decisão do CADE corresponde praticamente a um pré-julgamento favorável à renúncia, já que a instauração do processo definitivo implica em ter havido a investigação, com o recolhimento de provas evidenciando o ilícito e que, entregues ao procurador-geral do CADE, conseguiram obter a aprovação do Conselho de Juízes da entidade. De outra maneira, estes Juízes, que serão os mesmos a julgar o processo definitivo, teriam ordenado o arquivamento do processo, por falta de provas.
Toledo contou à Janela que tudo começou quando a Fábrica de Móveis Brasil, em fevereiro de 1979, obteve do governo a autorização para lançar um carnê, funcionando nos mesmos moldes do Carnê do Baú da Felicidade, de propriedade do Grupo Sílvio Santos. Na época, a Brasil tinha espaço comprado para a produção de uma série de programas na TV Record de São Paulo, que já era propriedade, com 50,0% das ações, também de Sílvio Santos. A emissora, no entanto, através de um representante de Silvio Santos, informou à Fábrica de Móveis Brasil que ela não poderia anunciar o carnê, nem nos próprios programas comprados pela empresa. No dia 10 de fevereiro, quando nos estúdios da Record, o programa: de lançamento começava a ser encenado, inclusive com a presença de público, a equipe técnica da Record sequer deixou o programa ir para o ar, substituindo-o por outra programação. Mais tarde, ao saber que o anunciante abriria o processo, o Departamento Comercial da Record informou que o carnê poderia ser anunciado, mas estabeleceu um preço especial superior totalmente irreal, proibitivo para qualquer anunciante.
Augusto de Toledo, então, entrou com o processo no CADE contra o Grupo Sílvio Santos, considerando que a TV Record fora apenas um meio e não deveria ser processada. O CADE, porém, por iniciativa própria (ex-officio), perante o "excesso de provas", concluiu que a TV Record é co-autora do ato ilícito e a indiciou no processo.
O caso será julgado em fevereiro, quando o CADE reiniciar suas atividades. Caso o Grupo Sílvio Santos e a Record tenham a culpa confirmada, serão condenados inicialmente a uma pena pecuniária, estando inclusive sujeitos à intervenção, pelo CADE, até se considerar que cessem os abusos.
O advogado da Fábrica Brasil, além disso, decidiu entrar com uma denúncia no Dentel, alegando que, pela legislação das concessões de emissoras de televisão, tais concessões poderão ser cassadas se o concessionário estiver envolvido em qualquer crime. Diz Toledo, que o Dentel está, apenas, aguardando o julgamento e a decisão do CADE para dar prosseguimento a este novo processo".
As implicações de todo este caso são óbvias. Como o Governo poderá permitir que Sílvio Santos concorra a uma nova concessão, enquanto paira sobre ele uma denúncia tão séria e ele não for definitivamente julgado".

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• Até a próxima semana deverá estar concluída mais uma negociação na propaganda carioca. Robert Kastrup e João Batista Miranda Neto estão comprando as ações de seus sócios José Valério Coelho, Álvaro Pires de Oliveira, Roberto Cippola e José Luís Bartollo, na agência Jotaé-Kastrup, apesar de não ser excluída a possibilidade de estes quatro continuarem atuando na empresa. A Jotaé-Kastrup tem escritórios no Rio, Brasília e Campo Grande, MS, tendo faturado 120 milhões em 1980.
• Estima-se em 300 milhões a verba da conta institucional da EBTU, que no dia 20 de fevereiro anunciará qual das onze propostas apresentadas na última sexta-feira habilitará agências a lhe prestarem serviços.
• Na Almap, os comentários dos funcionários era de que Alex Periscinoto só não respondeu ao convite para assumir a chefia de Relações Públicas do Governo federal porque ainda estaria para formar uma equipe de confiança.
• A DPZ está escolhendo um executivo para sua sucursal brasiliense. Quem for, encontrará, já montada, uma casa "fringe-benefit", no Lago Sul.
• Sérvulo Tavares, deslocado de seu cargo com a extinção da Secom, montou sua própria empresa de assessoria de Relações Públicas.
• Ficou finalmente com a Caio Domingues a conta da Divisão Leite (Leite Glória, Silhouette etc.) da Produtos Alimentícios Royal Ltda.
• No próximo dia 3 de fevereiro, todos os presidentes das regionais da ABAP - Associação Brasileira de Agências de Propaganda estarão reunidos no Rio de Janeiro com a Diretoria Nacional da entidade. Na pauta, o assunto mais quente e óbvio é a realização do IV Congresso Brasileiro de Propaganda, no qual a ABAP considerou inoportuno participar, este ano, em Salvador. Muito provavelmente, desta reunião saiam algumas alternativas para a realização do IV CBP. Nestas alturas dos acontecimentos, provavelmente o próprio seja deslocado para 1982, já que não há mais prazo hábil para sua efetivação no primeiro semestre deste ano.
• A GFM/Propeg conseguiu que seu cliente iogurte Alimba alcançasse 49% do mercado baiano, com apenas 3 meses de veiculação de um comercial que desbancou a Danone de 50% para 21% do mercado, ficando Chambourcy com apenas 3,5%.
• A Redinger & JG conquistou a conta da Letraset do Brasil, ao mesmo tempo em que, no final de 1980, abriu mão de várias contas que foram consideradas não rentáveis, como óculos Di Paolo, Prata Moderna e Trapiche.
• O Redator Marcello Silva partiu, desde segunda-feira, para uma temporada paulista, sem duração pré-determinada, na Artplan da capital bandeirante.
• Paulo Giovanni inaugura, na próxima quinta-feira, dia 22, às 18 horas, a nova sede de sua agência, à Rua Santa Amélia. 15, na Tijuca, com a presença confirmada do Prefeito Júlio Coutinho.

EXCLUSIVO - O escritório carioca da J. Walter Thompson deixou de ter, desde a última semana, em sua estrutura administrativa, o cargo de Gerente, que vinha sendo ocupado pelo ex-presidente da Leo Burnett e ex-diretor da Esquire, João Luís de Faria, desde que o gerente anterior, José Roberto Orsi, fora transferido para a matriz da Thompson, em São Paulo. Da mesma forma que Orsi, João Luís transferiu-se para a Thompson paulista, onde passará a atuar em alguma vice-presidência de atendimento, dentro de dois meses, quando encerrar o período de licença que está cumprindo.
De agora em diante, a JWT-Rio será gerida unicamente por um Comitê Operacional, que no momento é formado por Augusto Cardoso (administração), Luís Antônio Vieira (criação), Ronaldo Marques e Valdir Siqueira (atendimento). Este Comitê se reportará a um Comitê Executivo da matriz, formado por Lee Pavão (presidente), Augusto de Ângelo (chairman) e Jarbas Milani (administração e finanças). Ainda dentro dos próximos três meses, Augusto de Ângelo se fará presente nos escritórios cariocas da JWT durante alguns dias por semana, "dando maior assistência", segundo ele informou.
Ângelo ainda nos disse que a nova estrutura da agência servirá para dar "uma maior integração entre o escritório carioca e o paulista", e foi realizada não só por uma "conveniência operacional", como para "atender aos desejos de João Luís de Faria de retornar a São Paulo tão logo fosse possível, já que ele sempre atuou naquele mercado".