Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 06/FEV/1981
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.


ABAP debate no Rio destino do IV CBP.

Oito presidentes de capítulos regionais da ABAP estiveram presentes na reunião da entidade realizada na última quarta-feira, no Rio de Janeiro. Juntamente com Petrônio Corrêa (MPM), presidente nacional da Associação Brasileira de Agências de Propaganda, reuniram-se no Hotel Intercontinental Xyco Teóphilo (Terraço), do Ceará; Cecilia Freitas (Grupo Nove), de Pernambuco; José Randam (Randam), da Bahia; Edgar Melo (ASA), de Minas; Clementino Fraga Neto (Esquire), do Rio; Silvia Dias de Souza, representando o Paraná; Roberto da Luz (AS Propague); de Santa Catarina; e Hesíodo de Andrade (Martins e Andrade), do Rio Grande do Sul.
O assunto principal, como não poderia deixar de ser, foi a discussão mais ampla da posição da ABAP-nacional retirando seu apoio ao IV Congresso. Posição que – segundo notícias fartamente publicadas nas colunas de todo o país – não agradara nem um pouco grande parte das representações regionais da associação.
Debatido amplamente o assunto, os presidentes de todas as facções da ABAP (existirão?) decidiram e selaram um compromisso irrevogável em defesa de que... ninguém desse uma palavra à Imprensa sobre o que aconteceu na reunião. O próprio Petrônio, quando, mais tarde, perguntamos o que a ABAP decidira sobre o assunto, sorriu ironicamente e respondeu: “Nada. Nós nem falamos sobre IV Congresso...”.
Depois do encontro, no entanto, o grupo, junto com representantes das principais agências cariocas, foram convidados para um coquetel informal na Vênus Platinada da Rede Globo, recepcionados pelo time da casa; Dr. Roberto Marinho, Boni, Yves G. Alves, Miguel Pires Gonçalves entre outros. No coquetel, em que este colunista esteve presente, a unidade era total. Desde o representante do Ceará ao do Rio Grande do Sul, passando pelo da Bahia, quando perguntados pelo IV Congresso, simplesmente sorriam e mudavam de assunto.
De qualquer maneira, conseguia-se perceber que a misteriosa solução encontrada agradara a todas as partes. A afirmativa geral era de que a ABAP saíra mais unida e fortalecida em torno de sua filosofia e dos interesses das agências de propaganda brasileira. Ao que tudo indica, a entidade partirá para uma negociação sigilosa, com os outros setores da publicidade, estando inclusive aberta a reconsiderar a decisão de não apoiar o Congresso, desde que sejam atendidas suas principais reivindicações. Quais seriam, só os presente à reunião sabem. Mas se presume que entre elas, por exemplo, esteja a de que não se toque, sob qualquer hipótese, na Lei nº 4.680, o que é instante razoável, para que não se altere as relações legais agência-cliente.
De uma coisa não se pode ter dúvidas. Saiu fortalecida principalmente a posição das Regionais da ABAP. A vitória de uma “facção” moderada, antes de mais nada, significa que a Diretoria Nacional da ABAP – obviamente considerada a “facção” rígida – assumiu a abertura, dialogou e já cedeu alguma coisa.
Dentro desta semana, as negociações da ABAP estarão em pleno processo. Na próxima coluna, quem sabe, já teremos novidades.

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• A SGB, uma das vinte maiores agências brasileiras, acaba de negociar a participação acionária que tinha nela a internacional Grey Advertising, passando as ações para um grande grupo brasileiro, cujas empresas, inclusive, brevemente, passarão a ser atendidas publicitariamente pela agência de Sani Sirotsky e Arthur Bernstein.
Como se sabe, a Grey recentemente uniu-se ao Grupo Supergasbrás, formando a Universal & Grey, para aumentar seu investimento no Brasil, seguindo os passos da BBDO, que deixou os 23 por cento da CBBA, por uma participação maior na Lage, Stabel & Guerreiro.
Já foi o tempo em que uma agência multinacional, para se instalar no Brasil dispensava a ligação com alguma agência brasileira. Afinal, as agências nacionais têm bons profissionais, conhecimento o mercado, a linguagem brasileira etc.
O que lhes falta é dólar.
• João Firme, presidente do Sindicato das Agências do Rio Grande do Sul conseguiu que a Corregedoria Geral da Justiça daquele estado emitisse uma portaria determinando a todos os Cartórios de Registro gaúchos que, em síntese, nenhum contrato social de agência de propaganda seja registrado ou alterado sem que haja a aprovação expressa numa “Certidão de Regularidade”, emitida por aquele sindicato ou pela ABAP local.
Com isto, é claro, Firme pretende não só tomar atitude contra eventuais agências anti-profissionais, como principalmente controlar com mais eficiência as house-agencies, contra as quais tanto ele quanto a ABAP já se manifestaram inúmeras vezes.
Agora, pelo interesse que os outros presidentes de sindicatos estaduais estão tendo pelo assunto, pode-se prever que em pouco tempo estará nas mãos da Fenapro e da ABAP o total funcionamento da propaganda do país. Se tudo isso, porém, vier acompanhado por uma abertura à total participação das pequenas e médias agências nas decisões das entidades, definitivamente, então, a propaganda brasileira terá alcançado sua tão almejada maturidade.
• A ABAP enviará ao ministro Ibrahim Abi-Ackel um memorial expondo várias razões pelas quais deveria retornar às agências da iniciativa privada a veiculação de matéria legal dos órgãos do Governo, que está, desde a gestão Said Farhat, na EBN. A atitude não só seria justa como correta eticamente. Não fica bem o controle da veiculação daqueles editais estar mais na EBN, principalmente quando ela passa a se subordinar ao Ministério da Justiça, e mesmo que controle a censura.
• Está se prevendo em Brasília alguma modificações nas contas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Comenta-se que os dois órgãos estariam dispostos a qualificar novas agências para seu atendimento.
• A Conar convidou Alex Periscinoto (Almap), Sani Sirotsky (SGB) e Rony Lage (LS&G) para fazerem parte do seu conselho.
• Por falar em Alex, enquanto ele não decide se aceita o convite para a Secretaria de Relações Públicas do Governo, fica-se sabendo que o segundo nome da lista tríplice é o do responsável pelo setor de comunicação da Petrobrás, Carlos Alberto Rabaça.
• A Proeme conquistou as contas da rede de lanchonetes Jack in the Box, e da Nutricional, empresa paranaense produtora de alimentos desidratados.
• Heitor Reis transferiu-se da SGB-Rio para dirigir o escritório da agência em Brasília.
• A Pereira de Souza, uma das principais empresas de representações de veículos no Brasil, acaba de comprar a conhecida exibidora de outdoors Época, com seus cartazes do Rio e de Vitória.
• A Esquire firmou um acordo operacional – sem envolver qualquer participação acionária – com a Dance Fitzgerald Sample International, um dos cinco maiores grupos publicitários mundiais. Em 1981, o faturamento das DFS nos 19 países que atua alcançara 1,1 bilhão de dólares.
• Com o final da Secom começam a retornar a seus antigos postos os funcionários que haviam sido requisitados de outros órgãos do governo. Carlos Eduardo Jardim (comenta-se que bastante desgastado no relacionamento com o universo palaciano) oficialmente volta à Embratur; J. B. Serra (subsecretário de RP), volta ao Inamps; e Emmanuel Vargas retorna à Bahia. Enquanto isso, todo o material utilizado pelo órgão será tombado, desde pesquisas não divulgadas a layout recusados.
• Apolônio Salles deverá deixar a EBN-Empresa Brasileira de Notícias, para se dedicar ao escritório da Salles na capital Federal.
• A Carta Editorial, que faz a Vogue brasileira, e já lançou a revista na Argentina e no México, deverá publicar nestes mercados também a Casa Vogue.
• A Pablo, Gonçalo e Martins está agora na Av. Copacabana, 1018 conj. 205, atendendo pelo telefone 521-3146.
• Nei Leandro de Castro, da Caio, e Neil de Castro, do Pasquim, lançam seu livro de poemas Zona Erógena, no próximo dia 9, no bar Mistura Fina.
• Antônio Accioly conta que a Revista do Domingo obteve a 2ª maior participação no mercado do Rio de Janeiro, com 19,67 por cento, no 2º semestre de 1980, perdendo apenas para a Veja, que alcançou 20,01 por cento com 467,37 páginas. Domingo ficou acima da Manchete, que teve 365,23 páginas (15,64 por cento) de anunciantes sediados no Rio.
• A APP-Associação Paulista de Propaganda continua não tendo espirito associativo. Ela cria e fomenta uma APs Brasil, para funcionar como Conselho Nacional dos Associados Estaduais de Propaganda, na qual a APP estaria englobada, e depois, quando várias outras entidades nacionais do setor se reúnem para assinar um comunicado apoiando o IV Congresso, não só a APP faz a divulgação do comunicado em seu papel timbrado, como assina também o manifesto, apesar deste já conter a assinatura do órgão que também a engloba, a tal AP’s Brasil. Por essas e outras é que a AP’s Brasil não ganha maior independência.
• É da Jodaf a produção deste filme incrível que está sendo veiculado com 2 minutos para o empreendimento Santa Mônica. Apesar de parecer filmagem na Califórnia, João Daniel nos conta que foi tudo realizado aqui mesmo, no Rio.
• O CCRJ vai comprar um rolo com grandes personagens do cinema publicitário brasileiro, tipo Theobaldo, Rodolfo e Anita etc. É um estímulo à criatividade exigida na criação de uns personagens. Agências e produtoras que tenham material neste estilo podem se comunicar com o clube, ou com estes colunistas.
• A editora Scorpio (Mineração e Metalurgia) está agora na Rua do Catete, 202 grupo 301, com os telefones 205-0848 e 205-0797.
• A Mendes foi a Agência do Ano do Prêmio Colunistas regional Norte-Nordeste, patrocinado pelo jornal O Povo. Amanhã, às 11:45hs, no programa Propaganda e Mercado, estaremos apresentando alguns trabalhos da propaganda cearense, entre outros quadros. Não percam.