Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 18/JUN/1982
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Janela Publicitária
Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Tribuna da Imprensa.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Oposição apresenta sugestões ao Sindicato dos Publicitários

Apesar de algum tempo afastado dos noticiários das colunas publicitárias, o Sindicato dos Publicitários do Rio de Janeiro, pelo que pude perceber, continua envolvido em uma crise interna que coloca em confronto a linha de ação já conhecida do presidente da entidade, Murilo Coutinho, e o grupo de oposição da diretoria, composto pelos diretores Roberto Duarte (Thompson) e Francisco Mattos (Editora Abril), e os conselheiros fiscais Maria Alice Langoni (MPM) e Carlos Azevedo (MPM), que pretendem uma maior participação das grandes maiorias da categoria.
Esta última quarta-feira, em uma Assembleia Geral Ordinária que contou com a pouco representativa participação de 18 associados (fora os diretores), o grupo de oposição apresentou uma carta-análise com uma visão detalhada do que consideram estar havendo no Sindicato. Apesar do tom de colaboração, a carta foi oficialmente “repudiada” pela assembleia. A seguir, publicamos os principais trechos da carta, pelas colocações que poderão ser úteis ao conhecimento de um número maior dos publicitários cariocas e dos que acompanham os movimentos sindicais nos outros estados do Brasil:
"Companheiros:
“(...) O item básico da nossa discordância é a concepção mesma do sindicato. O sindicato é um instrumento de luta da categoria profissional na direção da melhoria das relações de trabalho com as empresas, do cumprimento de todas as leis trabalhistas que beneficiam os trabalhadores e da mudança das leis nocivas a estes. Isso deve ser conseguido através da unidade e da mobilização da categoria profissional. O sindicato, como o concebemos, não é um órgão assistencial a mais, tapando os buracos da assistência e da previdência social do governo. Nossa função não é dar cursos de karatê ou ginástica rítmica. Há muito mais a se fazer e não está sendo feito.
“A mobilização constante, permanente dos associados do Sindicato deveria ser a prioridade um, no nosso entender. Essa mobilização consiste numa série de posicionamento básicos. Respeito aos associados como a base e o impulso para a ação. Consultar a categoria frequentemente em todas as questões. Utilizar processos de comunicação eficazes para trazê-la à ação sindical. Não nos conformamos com os burocráticos editais de convocação. Usar a propaganda que sabemos fazer. Viabilizar o máximo possível a presença dos publicitários nos eventos da vida sindical, mesmo das assembleias gerais como esta de hoje.
Nunca convocarmos gente que trabalha, que tem responsabilidades profissionais, nos horários de trabalho ou ao meio-dia (não esqueçamos que vivemos debaixo das pressões de prazos de entrega de nossos trabalhos).
Nossos eventos devem ter a participação das maiorias sempre, só assim serão legítimos. Devem ser abertos e públicos. Devemos considerar como parte do sindicato também as outras organizações da nossa categoria: Grupos de Mídia, Atendimento, Clube de Criação, tec., e agirmos irmãmente com elas. Nós somos elas.
As ações sindicais devem ser sempre precedidas de informação e discussão com a categoria, nos seus setores organizados ou não. E devem ser sucedidas por comunicações e discussões de avaliação.
Devemos convocar e dialogar sempre com as outras lideranças da categoria, estejam no Sindicato ou não. Elas são portadoras da opinião dos grupos mais amplos e isso NÃO é voto qualitativo. Isso é representatividade.
O Sindicato deve estar engajado na movimentação da vanguarda do sindicalismo brasileiro na luta pelas conquistas sociais de todos os trabalhadores.
No nosso âmbito, na vida publicitária, devemos lutar sempre pela melhoria das condições de trabalho, mesmo que a categoria esteja aparentemente desmotivada ou desinteressada.
Nossas lutas principais são na área das horas extras, da produtividade e das negociações coletivas, os dissídios.
Nesse item há muito o que fazer e é preciso negociar, sempre e somente, com os respaldo e sobre a direção das maiorias, nas faixas em que a negociação coletiva é o único meio de fazer justiça ao esforço da categoria de contrabalançar as perdas de poder aquisitivo causadas pela inflação e de evitar a pauperização da categoria. De valorizar o profissional a partir do mais importante, do seu salário. Publicitário, infelizmente, é mais reconhecido pelo que ganha que pelo que faz.
O Sindicato tem que estar ao lado das outras entidades que também lutam pelas conquistas dos trabalhadores e exigir sempre o seu quinhão nessa luta. O DIEESE não pode ser abandonado. Não podemos saber quanto valemos, quanto ganhamos ou perdemos, sem ele. É preciso acioná-lo e não sair dele. Ou sairmos, sim, mas depois de consultar e discutir com a categoria, amplamente.
No final do ano passado, em assembleia geral, foi questionada e cobrada a atuação do presidente do nosso Sindicato não só em relação ao episódio da nossa retirada da formação da Federação Nacional como em relação aos seus métodos e linha de pensamento no tocante aos outros aspectos da vida sindical. Alguns deles nos referimos aqui, sem pretender esgotar o assunto.
Apesar do que foi debatido e da moção aprovada no final daquela assembleia geral, não tivemos progresso algum, pelo contrário. Acirraram-se os ânimos e instalou-se um estado paralisante de virtual ruptura entre nós."

Brainstorming • Brainstorming • Brainstorming

• Depois de vários anos como diretor de atendimento na Thompson-Rio, Valdir Siqueira deixou a agência para fundar sua própria empresa, a ser inaugurada depois da Copa.
• Maria Vilhena está agora como diretora comercial da Rádio Antena I, no Rio, funcionando na Urca, com os telefones 542-3245 e 542-4596.
• Gary Nardino, presidente da Paramount Television Productions, foi reeleito presidente da Hollywood Rádio and Television Society, a entidade da Costa Oeste americana que promove, desde 1960, o festival do filme publicitário de Hollywood.
• Neil Hamilton foi promovido a vice-presidente da ALMAP, sendo o único dos cinco VP a atuar na filial carioca da agência. Dentro do novo organograma da ALMAP, Alex torna-se vice-presidente executivo.
• Com o salário que o profissional de criação ganha, não poderia jamais se permitir a “coincidências” como essa do comercial novo da Singer, em que a costureira ameaça fechar sua loja por causa do lançamento de uma nova máquina de costura que faz tudo: é chupação demais em cima do comercial dos secadores de cabelo Walita, aquele com o cabelereiro bicha.
• A Artplan está promovendo uma profunda reformulação em seus quadros funcionais. Diversos profissionais de vários departamentos já deixaram a agência, e estão sendo gradualmente substituídos.
• Antonino Brandão, que atendia o Citibank na Standard (dentro do grupo de Ronald Galvão) teve seu passe comprado pela Thompson, para continuar atendendo o cliente na sua nova agência.
• Jeremy Hughes, que fora 17 anos da Thompson, reencontra a agência agora como o novo diretor de marketing do Interclub, divisão de seguros do Citibank, Maurício Alhadeff, que estava naquela função. Passou-se para o marketing do próprio banco.
• A Labor esclarece definitivamente: o grupo Brastel não tem qualquer participação acionária na agência. O empresário Assis Paim Cunha é que tem ações das duas empresas, inclusive por ter sido o fundador da Labor em 1955 e da Brastel em 1964 (nove anos depois da agência).
• O Metrô decidiu transferir para o dia 5 de julho, às 10 horas, o recebimento da propostas da concorrência referente à exploração de espaços reservados à publicidade no interior das estações do Metrô, e que anteriormente estava marcada para 14 de junho passado. O edital continua à venda na sede do órgão, em Copacabana, por 5 mil cruzeiros.
• Quatro arquitetos paulistas se reuniram para fundar, em São Paulo, uma empresa, a QU4TRO, que se propõe a prestar serviços de “Arquitetura de Marketing”, um conceito que dizem ser novo no Brasil, por se direcionar a aplicação em não só na criação gráfica como nos projetos ligando esta criação em criação de ambientes, objetos e roupas com fins profissionais, fachadas, vitrines, sinalização, cenários e fashion design. Em suma, nada que outros não fizessem antes com nome menos pomposo, se bem que segmentadamente. De qualquer maneira, o trabalho do pessoal da QU4TRO (atenção revisão – não é QUATRO, com A; e sim QU4TRO, com 4) é muito bom.