Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 18/JUL/1986
Marcio Ehrlich e Marcia Brito

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Conta publicitária da Sunab é disputa por 15 agências

A conta publicitária da SUNAB - Superintendência Nacional de Abastecimento já está em disputa. Na última segunda-feira, 15 agências de propaganda entregaram seus documentos à Comissão de Licitação do órgão, que estabeleceu um prazo de cinco dias úteis para analisar o material (até segunda-feira próxima) e convocar as agências que estiverem em ordem para a abertura dos envelopes de propostas.
Das 15 agências participantes, apenas duas não têm escritórios no Rio: a AdAg, de São Paulo, e a L&F, de Belo Horizonte. As demais, representadas por seus profissionais do Rio, foram: Almap, Artplan, Assessor, Denison, DPZ, Escala, Estrutural, GFM/Propeg, MPM, Professa, Salles, SGB e Tandem.
A entrega dos documentos foi rápida e sem maiores problemas, tendo as agências escolhido três diretores do Grupo de Atendimento, que estavam presentes - Carlos Campana (Almap), Marcio Ehrlich (VS Escala) e Joseph Esquenazi (Almap) -, para rubricar as pastas. O único caso estranho foi o da agência Estrutural, que não fez a entrega do envelope com as propostas de trabalho, item que, segundo o edital, seria exatamente o utilizado no momento da análise para a escolha da agência que começará a cuidar da propaganda da SUNAB.

Pepsi entra em Minas com apoio da Brahma

O caso da ligação entre a Pepsi e a Brahma no Brasil está se consolidando como uma das histórias de maior sucesso do mercado de bebidas em nosso país.
Este mês, ainda através da Brahma, a Pepsi chega a Minas Gerais, disposta a conquistar, no primeiro ano, 15% do mercado de refrigerantes de sabor cola neste que é o terceiro centro consumidor do país. Guilhermo Rotman, diretor de marketing da Pepsi, diz que a empresa trabalhou em silêncio, como convém ao estilo mineiro, mas agora desencadeará uma campanha de lançamento estimada em mais de US$ 2 milhões, ou seja, aproximadamente 33 milhões de cruzados, atingindo todas as cidades de Minas Gerais. A expectativa é comercializar, neste primeiro ano, cerca de 12 milhões de litros do produto.
A campanha utilizada em Minas é a mesma que acompanhou o relançamento da Pepsi no Rio em janeiro de 1985: "O Sabor de Vencer", criado pela J. Walter Thompson Publicidade. O tema da campanha, explica Rotman, "é o desafio proposto ao jovem em aprender algo novo. As imagens de cada filme refletem situações distintas, porém com a mesma filosofia. São jovens que tentam e conseguem conquistar o que desejam: o vôo de asa delta, o salto a cavalo, a boa performance na ginástica".
Além disto, em termos de produto, a Pepsi aposta no apelo de sua exclusiva tampa de rosca nas garrafas de um litro, que evita a perda do gás após aberta. Este diferencial tem ajudado a Pepsi a aumentar sensivelmente o consumo doméstico de bebida.
A Pepsi existe no Brasil desde 1953, quando foi inaugurada a sua primeira fábrica em Porto Alegre/RS, onde conquistou e mantém a liderança no mercado de refrigerantes. Atualmente as suas vendas naquele mercado são duas vezes superiores às da Coca-Cola, garante o diretor de marketing. Com o acordo feito com a Brahma, a Pepsi pôde retornar ao mercado carioca, onde já esteve anteriormente, mas foi obrigada a abandonar por problemas de distribuição. A ajuda da Brahma permitiu à Pepsi chegar hoje, no Rio, a mais de 45 mil pontos de vendas, conquistando 16% do segmento de refrigerantes sabor cola. No primeiro semestre deste ano, a Pepsi e a Brahma partiram também para o Nordeste, atingindo os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
Este ano, a Pepsi ainda veiculará muito o comercial baseado no rock cantado por Tina Turner e o brasileiro Evandro Mesquita (que aliás leva um banho da fortíssima Tina Turner tanto sonora quanto visualmente). Em 1987, porém, o espectador brasileiro poderá rever como personagem principal dos comerciais da Pepsi o elétrico Michael Jackson, que assinou nos Estados Unidos um contrato de três anos com a empresa para aproveitamento publicitário.

Jomar presta contas da ABAP em almoço em sua homenagem

O mercado publicitário carioca homenageou ontem, com um almoço de adesões no Rio Palace que contou com a presença de quase 100 publicitários, a diretoria da ABAP-Rio presidida por Jomar Pereira da Silva, que aceitou abaixo assinado dos membros da entidade no sentido de que continuem nos seus cargos por mais um ano, para que possam dar prosseguimento ao belo trabalho que vêm fazendo nos últimos anos.
Estes foram os principais momentos do discurso de Jomar, agradecendo a homenagem:
"Agradeço a todos vocês pelo crédito de confiança depositada em nós para mais um ano. Nossa gestão até aqui tem sido marcada pela procura do diálogo com as agências associadas, visando atendê-las em seus objetivos, trabalhando para fortalecer a imagem do nosso setor através de campanhas publicitárias, seminários e eventos culturais.
Apenas para exemplificar, consideramos significativas a adesão de cinco novas associadas, a realização de 15 campanhas publicitárias, a conquista de 12 prêmios nos mais variados concursos e os 22 eventos que tiveram a participação de 7.170 pessoas, sem contar o que alcançamos em mídia concedida pelos veículos. Várias campanhas criadas aqui no Rio foram exportadas para outros Estados, e até para o exterior, como foi o caso do trabalho de combate à pichação. É nossa intenção continuar com esta linha de atuação, já estando programados dois Seminários, o VT Búzios 86 e vários eventos.
Mas não quero deixar passar a oportunidade deste encontro para manifestar a vocês o meu entusiasmo pelo futuro da propaganda no Brasil e a perspectiva da nossa atividade a partir do Plano de Estabilização Econômica. Estou seguro de que o desconforto momentâneo por que passam alguns segmentos atingindo também a publicidade, logo será superado e estaremos diante de um País com moeda estável e de grande potencial de consumo. Os olhos do mundo estão voltados para nós, pelas nossas riquezas naturais, por nossa extensa área geográfica, pela capacidade de trabalho e criatividade do nosso povo.
"Especificamente no negócio da propaganda somos agora um País prioritário para as empresas multinacionais". No exterior não existe mais empresário sério que despreze mercados como o do Brasil. Somos alvo das mega-agências que aqui pretendem consolidar e ampliar seus territórios de atuação, estamos inseridos no marketing Global e consequentemente na Publicidade Global.
"Mas o mundo não para e temos ainda muito o que fazer, e aprender. Recentemente, durante o Congresso Mundial de Publicidade, que se realizou em Chicago, fomos agradavelmente surpreendidos com a participação exemplar da China - com uma delegação competente e com excepcional material promocional -, que aproveitou a ocasião para convidar a todos nós para o Congresso de Publicidade que realizarão em Pequim em junho do ano que vem. O objetivo deles é de aprender o que está se fazendo nos Estados Unidos, Japão e Europa. Querem estreitar os relacionamentos visando adquirir conhecimento tecnológico, e criar um caminho de mão dupla com outros países.
"Para se ter uma ideia do que hoje é a publicidade na China, seus 1,2 bilhões de consumidores contam com 1300 jornais, tendo o líder uma circulação de 7 milhões de exemplares, 3000 periódicos, 104 estações regionais de televisão e uma rede nacional formando a maior mídia mundial, com audiências de 200 milhões de telespectadores por noite. Contam com 680 agências (400 com mais de 16 funcionários) e que movimentam 0,03 do Produto Nacional Bruto. Para este Congresso de 87 prometem realizar também um Festival com presença assegurada no júri de profissionais mundialmente conhecidos, como o Barry Day (Vice -Presidente de Criação da Mc Cann Mundial). Esperam pelo menos 1.500 participantes de todo o mundo neste encontro.
"Mas não estou aqui para vender a China e sim falar do Brasil, do Rio de Janeiro, da ABAP, do desafio fantástico que temos pela frente de superar os obstáculos passageiros e encarar este horizonte de oportunidades e certamente de vitórias". Citei a China, como poderia mencionar também a Austrália, o Canadá e África do Sul, apenas para mostrar que não estamos sozinhos na disputa do mercado de consumo mundial, e que temos novos concorrentes.
"E para ganhar o mundo é necessário primeiro superar a si mesmo, procurando ser o melhor na sua especialidade. Cada uma de nossas agências tem que procurar atender os seus clientes da melhor e mais eficiente maneira possível, evoluir tecnicamente, investir nos profissionais e respeitar a concorrência para se fazer respeitar."

Janela entra em seu Ano Nove

Com esta edição, a Janela Publicitária está comemorando 9 anos de atuação no mercado publicitário carioca.
Foi exatamente no dia 15 de julho de 1977 que a coluna começou a ser publicada na Tribuna da Imprensa, assinada por Marcia Bê, pseudônimo usado na época por Marcia Brito. A primeira matéria já apontava o estilo polêmico sempre adotado pela coluna: com o título "É muito cartaz para um macaco só", era analisado o fato de que o cartaz vencedor do concurso do Clube de Criação para o filme King Kong acabara não sendo utilizado pela distribuidora.
A Janela Publicitária está hoje neste MONITOR MERCANTIL, seguindo, antes de mais nada, a mesma filosofia: estimular e defender o mercado publicitário brasileiro, que tanto prestígio tem nos dado em retribuição.

Curtas

• A Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro decidiu criar a sua biblioteca. Por isso pede a quem tiver algum livro das áreas de Administração, Marketing e Propaganda que possa ser doado, entre em contato com a escola, que fica na Rua Teófilo Otoni, 44, no Centro.
• Hélio Abud, que era vice-presidente da mídia da Denison, foi contratado por Hector Brenner para dirigir a mídia da Expressão Brasileira de Propaganda, a agência que começou ligada à VARIG mas tem feito grandes investimentos para se posicionar como apta a fornecer publicidade a qualquer empresa brasileira.
• Ainda estão abertas, em São Paulo, as inscrições para o 1º Encontro Internacional de Criatividade em Mídia, promovido pela revista Meio & Mensagem. O interessante do encontro é que as inscrições podem ser feitas separadamente por painel, cujas discussões se centrarão em um tipo de mídia. Quem quiser maiores informações, deve ligar para (011) 881-7389 e falar com Marcia. O encontro será de 5 a 7 de agosto, em São Paulo.
• A revista Interview informa que mudou de telefone, passando para o sequencial 883-5377. Em São Paulo, é claro.
• Mesmo o Brasil tendo perdido a Copa, o rádio Orelhinha, lançado pela Embracom aproveitando o evento, pode se considerar um verdadeiro campeão. Já no final de junho haviam sido vendidos mais de um milhão de unidades do produto, inclusive para os Estados Unidos, com o nome de Microsonic.
• José Zaragoza, o Z da DPZ, conta aos colunistas publicitários que continua ativo harmonizando as suas atividades de artista plástico e publicitário. É dele, com Neil Ferreira, o novo comercial da campanha de calcinhas e cuecas da Hering, em que um casal namora sensualmente sobre uma cama branca até se colocarem na posição dos dois peixinhos que formam a marca Hering.
• Correspondências para a Janela: Praia de Botafogo 340 grupo 210, CEP 22250. O telefone é 552-4141.
• A agência Assessor começa a veicular hoje uma campanha de lançamento do Teleseguro Bradesco, uma máquina que faz seguro automático para quem viaja de avião. O produto é fantástico. No próprio aeroporto, o viajante usa o seu cartão Bradesco para segurar-se pelo prazo que durar a viagem, sendo o preço do seguro automaticamente debitado de sua conta.
• A Norton foi a agência mais premiada durante o "Concurso de Criatividade em Mídia" encerrado mês passado em São Paulo, e que contou com a participação de 39 cases, sendo escolhidos 12 vencedores. Deste total, 4 cases foram da Norton: Labra-Lápis Amarelo, Provifin/Champanhe M. Chandon, Ray-o-vac/Craques de Ouro e Nestlé/ A Vaquinha Lollo. E por falar em Norton, no Rio João Carlos Matano assumiu a Supervisão de Criação, pois João Bosco teve o seu passe comprado pela J. Walter Thompson-Rio.