Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 25/FEV/1989
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Leda diz que, em 88, publicidade cresceu

O comércio (varejo) foi o maior setor anunciante entre janeiro e novembro de 1988, segundo dados divulgados pela Leda - Levantamento Econômico de Dados de Anunciantes, uma empresa de pesquisas do Grupo Nielsen, a partir de peças veiculadas em jornais, revistas, TVs e rádios. O comércio investiu, no período, 349 milhões de dólares em publicidade.
Apesar deste número, o crescimento do setor em relação ao ano anterior foi pequeno: apenas 14%. O maior crescimento proporcional foi do setor de tabacos, principalmente porque em 1987 seus anunciantes estiveram praticamente fora do ar, em protesto pelos planos do Governo. As cigarreiras, pelos levantamentos da Leda, anunciaram até novembro de 1988, US$ 15,5 milhões, crescendo 170% sobre o mesmo período do ano anterior.
O segundo maior crescimento percentual viu empatarem com 109% os setores de Móveis e Decoração (com investimento de US$ 22,8 milhões) e de Limpeza e Higiene (com US$ 21,4 milhões). Já o segundo lugar bruto ficou com o setor de serviços, investindo US$ 219,7 milhões, com um crescimento de 26% sobre 1987.
Pelos dados da Leda, a propaganda em 1988 cresceu 23% até novembro de 1988, alcançando um investimento de US$ 1.584 milhões, contra US$ 1.291,7 milhões do ano anterior.

SGB NÃO FECHA NO RIO

A SGB-Rio já pertence inteira à SGB-São Paulo, dirigida por Carlos Alberto Parente, o Calé. Esta semana, confirmadamente, as ações da empresa pertencentes a seus diretores Arthur Bernstein e Raimundo Rezende foram negociadas e Arthur - que atendeu nosso telefonema sem qualquer dificuldade - nos informou que muito provavelmente as de Sani Sirotsky também. Até a próxima semana, disse ele, a parte legal da transação estará resolvida.
Arthur Bernstein nos garantiu que não tem qualquer fundamento a informação de que a sede da agência, na Rua 19 de Fevereiro, esteja sendo devolvida.
Segundo ele, a SGB tem um contrato de locação que vai até 1995, podendo ser prorrogado ainda por mais cinco anos, já que ela ocupa o local há quinze anos.
Isto vem reforçar outra informação que tivemos, no mercado (e considerada pelo informante como rigorosamente verdadeira), de que Calé já tem praticamente fechada a conquista de uma grande conta no Rio, que daria à agência um faturamento anual em torno de 5-6 milhões de dólares, e cuja entrada estaria condicionada a que o escritório não feche no Rio, para lhe dar atendimento local. A perspectiva deste cliente é que teria incentivado Calé a investir na compra das ações dos demais sócios da SGB.
Com isto, a equipe de funcionários que permaneceu na agência deve continuar, passando todo o escritório a ser dirigido por Marcia Paula Cid, profissional de confiança de Calé.
Que teria, então, que segurar na agência os atuais clientes, como Adonis, British Airways, Codimec, Curso Tamandaré, Inamps, Petroquisa e Petrofértil, entre outros.
No mais, com a venda das ações, Raimundo Rezende e Sani Sirotsky se aposentam da publicidade. O filho de Sani, Nelson Sirotsky, está com planos de montar a sua própria agência. E Arthur diz estar estudando as 6 propostas que recebeu quando a notícia da venda das ações foi divulgada. Duas destas propostas são de agências de propaganda, e uma delas é de um pool de consultores autônomos que deseja ter em sua equipe um consultor de marketing. Entre os integrantes deste pool estão nomes como Eduardo Modiano, Marcelo Lara Resende, Pérsio Arida, Marcio Moreira Alves e Paulo Branco.
Nós aqui estamos torcendo para que a SGB não feche. Por todo o seu passado, com trabalhos memoráveis para o Ponto Frio, para a Consultan e tantos outros clientes, a agência não merece acabar de forma tão patética (M.E.)

Janela da Criação

As eleições para a nova diretoria do Clube de Criação do Rio já tem um candidato assumido para a presidência ­ Gustavo Bastos, diretor de criação da DPZ-Rio -, mas nem por isto está menor confusa.
Esta última quarta-feira, no Zanty, o processo eleitoral foi oficialmente aberto, com a apresentação livre de candidatos e plataformas. Gustavo se apresentou e a seus companheiros de chapa: Paulo Brandão (Artplan), Sérgio de Paula (Artplan), Mílvio Piacesi (Artplan) e Lelo Nahas (MPM).
O grupo preferiu parodiar a apresentação de propostas com os chavões de candidaturas anteriores, como compra de sede com piscina, quadra polivalente e quiosques para a criação de trabalho, além da edição de 5 anuários (inclusive um só para anúncios de menor de 6Ocm) e outras idéias. Para eles, "o Clube tem que ter título, porque publicidade sem título não funciona". O propósito da paródia era simbolizar que, para eles, o importante não é falar, mas querer fazer.
Ronaldo Conde - diretor de criação da Almap-Rio e um dos mais atuantes presidentes que o CCRJ já teve ­ também falou, explicando que havia desistido de sua candidatura à presidência do clube por sentir que os demais criadores de sua geração - e que hoje ocupam posições bastante representativas nas agências de propaganda cariocas - não estavam mais dispostos a trabalhar na diretoria do CCRJ. Como disse Ronaldo, desta forma ele prefere apoiar a chapa de Gustavo Bastos "pela vontade que eles estão tendo de tentar alguma coisa para o Clube".
A fala de Ronaldo, porém, repercutiu "à boca pequena" entre os presentes. Muita gente reclamou com Ronaldo por sua desistência, insistindo que durante esta semana ele procure recompor uma chapa para as eleições. Entre os que se dispuseram a participar com Ronaldo da composição de uma chapa estava Fábio Siqueira, diretor de criação da MPM.
Na próxima quarta-feira, 29, o Zanty dará espaço novamente a apresentação de chapas. Dia 1º de março encerram-se as inscrições de candidaturas.

MKTMIX

• César contratado - A GCO/Promag contratou César Blotta, ex-diretor executivo da SGB. Ele passara a integrar a equipe da agência como o novo diretor de operações.
• Fama firme - Carlos Martins, diretor da Fama, house-agency do Ponto Frio, diz não acreditar que haja qualquer mudança na relação da empresa com a agência, por causa da morte inesperada de Claudio Cohen, que era diretor de marketing do Ponto Frio e um de seus sócios. Quando a conta estava na SGB, foi Claudio Cohen que, insatisfeito com o atendimento da agência, propôs a Martins a criação da house­agency.
• Jeca Tatu abre ­ Encerram-se dia 31 de março as inscrições para o Prêmio Jeca Tatu, que a CBBA/Propeg promove para destacar as peças publicitárias que tenham maior aspecto de brasilidade. Este ano serão julgados os trabalhos de 1988 e o criador vencedor receberá 1 milhão de cruzados. As inscrições e informações podem ser conseguidas, no Rio, na Av. Rio Branco, 131/20º andar.
• Anuário fecha - E o 14º Anuário de Criação de São Paulo tem inscrições encerrando-se dia 28 de fevereiro. Poderão participar peças produzidas de março de 1988 a janeiro de 1989, nas categorias de propaganda, merchandising, designer e editorial. Quem quiser informações - telefone para (011) 283-4231. Ou escreva para a Rua 13 de Maio, 696, em São Paulo, onde funciona a sede do Clube.
• Nelson sai - Como era de se esperar, mais uma vez Nelson Porto seguiu Christina Carvalho Pinto. Com a ida da criadora para a nova agência Impact, Nelson deixou a direção de criação da Norton e também foi para lá.
• Esta coluna errou ao citar Mílvio Piacesi como diretor de arte. Mílvio, na verdade, é um baterista de mão cheia e colecionador de miniaturas de automóveis. Durante o dia, porém, ele se ocupa redigindo anúncios e roteiros. Agora, que ele tem um jeitão de diretor de arte, lá isso tem, por mais que o Brandão proteste dizendo que diretor de arte tem o mesmo jeitão que qualquer redator.
• Micro marketing - O atacadista Makro corta o envio do seu jornal de ofertas às empresas cadastradas que deixam de fazer compras por algum tempo naquele estabelecimento, e sequer manda uma carta comunicando o fato ou sugerindo que o cliente volte à loja. É um marketing estranho, porque forma-se um círculo vicioso: sem o jornal, o cliente fica sem saber as ofertas e não se estimula a voltar às lojas!
• Receita desandou - A Receita Federal suspendeu a divulgação dos resultados da sua licitação para agências de propaganda. Ao que parece, alguém interessado em melar o resultado plantou uma nota no Estado de São Paulo (publicada na véspera da divulgação dos resultados) dizendo que a vencedora seria a Pubblicità. No dia da abertura do resultado, um burocrata da Receita pediu que o teor da notícia fosse registrado em Ata. O representante da Pubblicità reagiu, afirmando que não fora a agência a responsável pela nota. No final, melou para todo mundo. As concorrentes eram, além da acusada, a CBBA, Denison, DPZ, Flori, MPM e Salles.