Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 09/MAR/1990
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Venda da Reynolds deixa agências vivendo suspense

Caio Domingues, McCann Erickson e J. Walter Thompson. Três agências de propaganda que, desde o começo desta semana - com a notícia de que a Philip Morris iniciou o processo de compra da R.J.Reynolds no Brasil -, passaram a viver um clima de suspense que Hitchcock não criaria melhor.
Afinal, estão com elas as contas de todos os produtos da Reynolds brasileira. E conta de cigarro - mesmo se ainda estiver em mercado teste em Curitiba - ninguém gosta de perder.
A tensão é tanta que os diretores das agências, Elysio Pires, George Teichholz e Roberto Leal, passaram a ter mais uma coisa em comum. Nenhum quis falar nada sobre o problema, antes de receberem alguma comunicação oficial do cliente. E de saberem dele como deverão agir em relação à Philip Morris, que está sediada em São Paulo e já conta com suas próprias agências de propaganda.
Só que a definição completa da situação talvez ainda demore um pouco. A compra da Reynolds Tabacos do Brasil pelo grupo Dibrell Brothers (controlador da Philip Morris) terá que ser aprovada pelo governo americano, num prazo que dificilmente será inferior a 30 dias e poderá levar até seis meses.
De qualquer modo, se a negociação for concluída, uma agência mais que as outras terá que se lamentar: a Mc Cann Erickson, detentora das contas de Camel e Winston. Nem tanto por Camel, que nunca conseguiu grandes resultados no mercado brasileiro e praticamente não anunciava. Mas por Winston, cujo gigantesco lançamento nacional estava praticamente pronto, vinha sendo adiado e não deveria passar deste primeiro semestre, após o produto encerrar seu período de testes no Rio de Janeiro e São Paulo.
A McCann contava com o ovo de Winston há tempos. O produto tinha inclusive um comercial de 300 mil dólares com roteiro aprovado, prestes a entrar em produção! Mas que agora vai para o arquivo morto, junto com todos os trabalhos de comunicação das marcas internacionais da Reynolds.
Se no lado da McCann o céu está nublado, no da Caio Domingues a esperança de sol sem dúvida existe. A agência trabalha com a Reynolds há 15 anos, desde quando fez o lançamento do primeiro cigarro da empresa, Vila Rica. Responsável pelos principais produtos brasileiros da RJR - Vila Rica, Mustang, Luxor e Chanceller - a Caio seguramente já está se preparando para convencer à Philip Morris de sua experiência nestas. marcas; e de suas condições de continuar com elas, mesmo o cliente ficando em São Paulo.
E não se pode esquecer que a Caio tem escritório em São Paulo, e por uma boa conta de cigarros qualquer agência faz o investimento que for preciso na sua estrutura.
Finalmente a Thompson, agência que definitivamente não consegue desencantar com contas de cigarro. Mais uma vez ela fica na sensação de uma grande promessa que não se cumpriu. A agência tinha alguns projetos da Reynolds - que obviamente serão abortados - e as contas de Century e Salem, que há muito tempo não são vistos nas mídias. Vai ser difícil até ela ter do que sentir saudades.
De qualquer forma, para o mercado carioca de publicidade, o fechamento da R.J.Reynolds Tabacos do Brasil é mais uma perda significativa, cujos reflexos, inclusive no mercado de profissionais de marketing e de atendimento, só poderão ser percebidos com clareza nos próximos meses.
É aguardar para ver.

Designer francês fez os rótulos da Brahma

O que é que está por trás de um rótulo ou de uma embalagem?
Além do produto, é claro!
O que está por trás é o trabalho de um designer, que teve que encontrar maneiras de passar uma série de mensagens, sem até que o consumidor perceba racionalmente.
Algumas das embalagens e rótulos de produtos da Brahma atualmente à venda foram criadas pelo designer francês Michel Nuzzo, que também mantém um estúdio no Brasil.
No caso do novo guaraná Diet In, da Brahma, na verdade o trabalho do designer começou antes, criando inclusive o nome do produto, depois de pesquisar 250 opções, porque algumas delas já estavam até registradas para uso futuro de outros fabricantes.
E o Diet In foi escolhido porque deixa claro que o produto é dietético e passa a conotação de ser "in", ou seja, estar por dentro da onda de preocupação com a forma física.
No rótulo, Michel cuidou de manter o nome com o mesmo estilo ondulado que a Brahma vem adotando nos seus refrigerantes, para dar unidade visual. E uma curiosidade: nele estão presentes linhas paralelas, que Michel aponta como uma característica dos produtos Diet, e que no Brasil foi inaugurada pela lata da Diet Coke.
Outro interessante trabalho de Michel Nuzzo é a nova lata de cerveja Skol, principalmente quando comparada com a antiga. Nesta, a imagem principal, que era uma elipse, diminuía o espaço para a marca do produto.
Fazendo o desenho ficar redondo (com a folha da lata aberta, é claro) ele continuou parecendo elíptico na lata fechada, mas abriu espaço para a marca crescer e ficar mais legível.
Além disto, o dourado chapado da lata antiga foi substituído pelo desenho das folhas de cevada, características da cerveja, que deram mais nobreza à lata e ainda deixaram o símbolo que representa a espiga da cevada mais visível.
Michel Nuzzo também criou o novo rótulo da garrafa one-way da Brahma Extra. Esta cerveja - a mais sofisticada e nobre de linha de produtos da empresa - já tinha como característica o copo espumante de cerveja sobre um fundo dourado.
Pode até ser que quando bate aquela sede, principalmente no verão que a gente está, o consumidor pense primeiro no que tem dentro da garrafa, do que no rótulo dela. Mas no supermercado, na hora de comprar, não dá pra ter dúvidas que o visual da prateleira chama mesmo a sua atenção.

Globo vai dar 30 mil BTNs no Profissionais do Ano 89

A Rede Globo está lançando a décima-segunda edição do Prêmio Profissionais do Ano, que premiará os criadores, produtores e anunciantes dos melhores comerciais e campanhas criados em 1989 e veiculados nas suas emissoras.
Este ano, os profissionais premiados receberão prêmios em dinheiro num total de 30 mil BTNs, além de diplomas e troféus. E o diretor e os criadores dos comerciais vencedores das categorias Mercado Nacional e Campanha Nacional ainda receberão 4 passagens aéreas de ida e volta a Paris.
A exemplo do concurso anterior, a Rede Globo este ano fará a instalação dos júris regionais e do nacional concomitantemente, com seus membros escolhidos por sorteio entre profissionais e colunistas de propaganda. Em 1989, a Globo juntou no Rio 78 jurados.
O prazo de inscrições no 12º Prêmio Profissionais do Ano é 23 de março, nas emissoras que compõem a Rede Globo. No Rio, a coordenadora do concurso é Brigitte Schneider, que pode ser encontrada à Rua Jardim Botânico, 266, com os telefones 529-2050, 529-2243 e 226-1116.