Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 25/FEV/1994
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Armadilha no Edital elimina 8 na disputa da Prefeitura do Rio

Das 10 agências que estavam disputando a conta da Prefeitura do Rio, só duas - a Pubblicità & Esquire e a Norton - foram espertas o suficiente para interpretar o Edital de Licitação e não perder pontos na fase de avaliação técnica. Com isso, só elas vão ficar para a disputa final.
As outras oito licitantes não entenderam corretamente a cláusula do Edital que impedia as agências de repetirem os anunciantes nas apresentações de 6 peças de televisão, 6 de mídia impressa e 3 de rádio. Elas acreditaram que de uma mídia para outra a repetição seria possível e foram penalizadas na contagem dos pontos.
Na verdade, quase que a Comissão também deixava a exigência passar. Mas o representante da Pubblicità, Roberto Bahiense, que havia percebido a brecha de eliminação das concorrentes e se precaveu na preparação de seu material, levantou o assunto e pediu que os julgadores se manifestassem a respeito. Ele argumentou que, se o Edital quisesse permitir a repetição, teria sido explicito, informando que o impedimento da repetição era "por meio". O procurador da Prefeitura concordou com a argumentação e a avaliação das agências seguiu este critério.
Assim, apenas a Pubblicità e a Norton alcançaram a nota máxima: 216 pontos. A Agnelo Pacheco ficou perto: chegou a 206 pontos. Com 196 ficaram Artplan, Ferrari e Young & Rubicam. As demais, Contemporânea, Denison, DPZ e VS Escala, tiveram que se contentar com 186 pontos.
Até às 18 horas do dia 1° de Março, a Comissão de Licitação aguarda recursos das agências que se sentirem prejudicadas. São duas as hipóteses. Se alguém encontrar argumento para colocar no recurso, haverá uma sequência tal de prazos de contestação que só permitem à Coordenadora de Comunicação da Prefeitura, Leila Castanheira, prever o que vai acontecer até o dia 10 de março, quando a Comissão encerrar todos os julgamentos. Depois disso é que o processo continuará.
No caso de ninguém entrar com recurso, no dia 3 de março a Prefeitura poderá ter finalmente a sua agência definida. Neste dia serão abertas as Propostas de Preços da Pubblicità e da Norton. Se ambas estiverem iguais - o que deve ocorrer, se elas respeitarem a Lei 4.680 -, o sorteio da vencedora da conta se fará imediatamente.
INGENUIDADE
Desde o começo desta concorrência que a Janela alertava que haveria um empate geral entre as concorrentes, caso elas não cometessem bobagens na avaliação dos termos do Edital. Mas elas cometeram.
O mais espantoso é que não é a primeira vez que o mercado é pego num contrapé destes. Já houve casos ­ como numa concorrência do DNER - que a forma de encadernação exigida para os documentos "em livro" eliminou várias agências, que apresentaram seus materiais em pastas comuns e não em lombada colada, como queria a Comissão. Em outro, a exigência era o uso de papel A4. Quem tinha papel timbrado de outro formato foi eliminado.
Na ocasião, este colunista comentou que as agências não colocavam como coordenadores das suas concorrências profissionais adequados para a função. Não que elas usem gente incompetente. Pejo contrário. Muitos são publicitários consagrados. Mas, como publicitários, são na maioria seres voltados para o subjetivo e desprovidos da maldade necessária para enfrentar a burocracia estabelecida por advogados e procuradores que convivem com este universo da objetividade e aprendem, desde o inicio da sua profissão, a desconfiar e questionar o que está por trás de cada vírgula embutida no texto.
A luta, é claro, se toma desigual.
Mérito, portanto, para a Pubblicità e para a Norton.

Conta milionária do BB leva 20 agências a Brasília

Vinte agências atenderam ao chamado do Banco do Brasil para a maior concorrência publicitária do ano: US$ 90 milhões, divididos em 4 áreas. Como se esperava, a exigência de que a licitante não atendesse a outra conta de banco (ou se comprometesse a abrir mão dela, caso ganhasse) levou diversas agências de médio e pequeno porte à Brasília para sonhar com um pedaço do Banco do Brasil que poderá modificar a sua história. Várias até se habilitaram a mais de uma parte da conta. Vejam a relação: AdAg (1), Artplan (2), Atual (3), Bridge (1), Caio (2), CBP (2), Cult (1), D&M (4), Denison-Rio (4), Denison-SP (4), DNA (4), Ferrari (4), Giovanni (4), HCA (1), Master (4), Norton (1), RSVP (1), SMP&B (4), Z+G (4) e Zapt (1).
Destas vinte, logo na abertura dos envelopes de documentação, 5 foram eliminadas por discrepância de seus materiais com os exigidos pelo Edital: a CBP, a Ferrari, a Norton, a RSVP e a SMP&B. Como de praxe, isto obriga a concorrência a parar, dando a elas prazo para apresentar recursos. Só na próxima semana, portanto deverá haver a abertura das propostas.

EBCT define concorrência.
Agências do Rio ficam de fora.

A conta dos Correios foi dividida entre baianos e mineiros. Foi decidida esta semana a concorrência do órgão, que escolheu 3 agências de propaganda. Para a área Institucional, cuja verba deve chegar a US$ 3 milhões, foi selecionada a DM-9, dirigida pelo baiano Nizan Guanaes. A parte de Produtos e Serviços, que investirá cerca de US$ 4 milhões nos próximos 12 meses, foi para a Denison-São Paulo, presidida pelo baiano Sérgio Amado. E a conta de Facilitadores - verba de US$ 2 milhões - foi para a SMP&B, do mineiro Cristiano Paz. Todas as três agências tem escritórios em São Paulo.

Giovanni para Sidney Ross / Vá de Sonrisal
Anúncio criado pela Giovanni para publicação ao lado da Janela.

MKTMIX MKTMIX

• MESTRES DO QUÊ? - Segundo o Jornal Nacional, um diretor da Master Comunicação, defendendo-se da acusação de que a verba de publicidade dos CAICS era muito alta, afirmou que 90% dela era dos custos dos veículos. Quer dizer, assumiu publicamente que a agência trabalhou com 10% de comissão de veiculação. Ou até menos, porque do que sobrou ainda tinha custos de produção. Se o Ministério da Educação e a Master não feriram a economia pública, no mínimo feriram a Lei 4.680, que estabelece em 20% o valor dos honorários das agências sobre as verbas de veiculação.
• EDUCAÇÃO DESARRANJADA ­ Um spot do Ministério da Educação (ele de novo!), atualmente no ar, prega cuidados com a água para evitar a "desinteria". Só que para evitar mesmo a "desinteria" não é preciso água limpa, e sim um pouco de cultura. Essa palavra não existe. O problema a que provavelmente o Ministério quer se referir é a disenteria, cujo nome vem do grego - e do latim igual - "dys" (mal) + "enteros" (intestino). O Ministério é de que área, mesmo?
• NÃO DEU - Dois fundadores da agência YZ saíram de lá. O redator Ney d'Azambuja Ramos está fazendo freelances e o diretor de arte Cristóvão Martins está a caminho da McCann Rio.
•EMBRATEL - Na concorrência do órgão do Ministério das Telecomunicações vai tudo bem. Nenhuma agência foi eliminada em fase alguma. Só falta sair o resultado.
• CARTAS - As correspondências para a Janela devem ser encaminhadas para a Praia de Botafogo, 340 grupo 210, CEP 22250-040 – Rio de Janeiro – RJ. O telefone, em horário comercial, é (021) 552-4141.