Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 26/MAR/2004
Marcio Ehrlich

Marcio Ehrlich

 

Sindicato do Rio também contesta concorrência
A decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro, de distribuir a verba publicitária deste ano, no valor de R$ 100 milhões, entre cinco agências, três de outros Estados (São Paulo, Pernambuco e Ceará) e somente duas do Rio também mobilizou o Sindicato dos Publicitário do Rio de Janeiro, que esta semana, em conjunto com a Federação Nacional dos Publicitários, enviou três anúncios de protesto para os jornais cariocas pedindo a veiculação gratuita.
Em correspondência a seus associados, Valadão deixou transparecer, no entanto, seu temor de que as peças não fossem exibidas, apesar de não deixar claro o porquê. "Como não podemos garantir sua veiculação, estamos enviando-as em anexo", explicou.
Clicando em cada uma das imagens ao lado, o leitor da Janela poderá abrir o anúncio respectivo em seu tamanho original. De qualquer forma, reproduzimos abaixo os textos das peças assinadas pelo Sindicato dos Publicitários do Rio e pela Federação Nacional dos Publicitários:

TRÁFICO DE PROPAGANDA
Contas publicitárias do Rio de Janeiro estão sendo desviadas para São Paulo, Recife e Fortaleza. E o pior é que nem dá para chamar a polícia: quem está autorizando é o próprio Governo do Estado. Tudo devidamente legalizado, com concorrência no valor de 100 milhões de reais para atendimento das contas publicitárias do Estado do Rio de Janeiro. Para não haver dúvidas, todas as agências credenciadas para a concorrência foram aprovadas na fase inicial. Dizem que foi para nenhuma poder entrar com recurso e arriscar melar o processo.
De todas, inicialmente consideradas aptas, foram escolhidas duas agências do Rio: a multinacional Giovanni/FCB e a Agência3, que já vinham atendendo o Governo há tempos. E para surpresa geral, três agências de fora levaram a maior parte do pacote: 60 milhões de reais serão movimentados por paulistas, cearenses e pernambucanos.
Os publicitários do Rio ficaram duplamente surpresos. Primeiro, porque profissionais de outros estados não conhecem, como eles, as sutilezas dos mercados carioca e fluminense. Segundo, porque se antes o esvaziamento se dava pela fuga de empresas para outras praças, evitando a violência, a política equivocada de impostos e a falta de incentivos, agora é pela colaboração direta de quem devia estar preocupado com a Economia local. Socorro! Chame o ladrão!

A PROPAGANDA É NOSSA!
O Governo do Rio de Janeiro está sendo, no mínimo, incoerente.
For um lado, enfrenta a Petrobras para construir uma refinaria em Campos, com a justificativa de criar empregos para os cidadãos fluminenses.
Por outro lado, escolhe agências de propaganda de Fortaleza, Recife e São Paulo para atender suas necessidades de Comunicação. Isso não é ajudar a criar empregos para cearenses, pernambucanos e paulistas?
O resultado da concorrência manteve a carioca Agência3 e a multinacional Giovanni/FCB, que vêm atendendo o Estado desde o Governo Garotinho.
E, estranhamente, escolheu três agências de fora, que não têm escritório no Rio, não têm pessoal no Rio e sequer são conhecidas do mercado como agências de renome. Pelo que se sabe, ao menos uma delas teria sido implantada recentemente, para participar da concorrência.
Qual o critério usado pelo Governo para preterir outras agências do Rio de Janeiro?. Será que entre as agências que apresentaram propostas não havia agências cariocas ou fluminenses capazes? Será que os cearenses, pernambucanos e paulistas conhecem mais de Rio de Janeiro do que as agências daqui?
Dona Rosinha e seu marido têm toda razão em lutar pela refinaria. Mas a propaganda tem de ser nossa também!

OS PUBLICITÁRIOS CARIOCAS QUEREM CHEQUE CIDADÃO
O mercado publicitário carioca está se esvaziando ano após ano.
Empresas de porte foram embora do Estado, fugindo da violência. da nossa política de impostos, da falta de incentivo. E levaram junto suas contas publicitárias.
Muitas agências de publicidade do Rio de Janeiro já fecharam as portas. E as que ficaram fazem o possível e o impossível para manter o mercado ativo, proporcionar empregos e girar dinheiro dentro do Estado. Centenas e centenas de profissionais especializados, secretárias, boys, contadores, recepcionistas, telefonistas, pessoal de informática e tantos outros engrossam as filas de desempregados. E, junto com os donos de agência, esperavam ansiosamente o resultado da concorrência do Governo do Estado para atendimento da publicidade do Rio de Janeiro. Os 100 milhões de reais estimados no edital de concorrência iriam ajudar a revitalizar um pouco o mercado. Mas o Governo que luta pela refinaria da Petrobras no Estado pensa diferente quando o assunto é publicidade: escolheu três agências de fora para dividir com a Giovanni e a Agência3 o dinheiro que poderia dar uma força aos publicitários daqui. Paulistas, cearenses e pernambucanos foram contemplados no lugar de cariocas e fluminenses.
Diante disso, só resta um pedido a dona Rosinha e ao Garotinho seu marido, que, aliás, foi quem conduziu todo o processo da concorrência: cheque cidadão para os publicitários. Urgente!

Ogilvy troca a direção no Rio


André EppinghausDepois de a notícia ter vazado na imprensa, a Ogilvy distribuiu uma nota oficial informando que o Vice-Presidente Executivo e Diretor de Criação da Ogilvy Rio, André Eppinghaus (foto), deixa a agência no próximo dia 12 de abril. Diz o texto:
"Assumi um compromisso com Sérgio Amado e ele foi cumprido. Saio por vontade própria e para desenvolver outras idéias e negócios que amadureci em onze anos de muito trabalho", afirma Eppinghaus, que prefere não revelar ainda detalhes sobre seus planos. "A Ogilvy foi uma das grandes experiências da minha vida profissional, talvez a maior. Mas acredito que chegou o momento de embarcar em vôo solo", conclui Eppinghaus.
O release ainda relaciona os principais pontos da carreira de Eppinghaus:
"Uma das principais lideranças criativas do mercado, Eppinghaus tem 31 anos e começou sua carreira como redator na DPZ; também acumula passagens pela Metrópolis, J.Walter Thompson e Propeg. Foi Presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro entre 1999 e 2001, e hoje é membro da diretoria da entidade. Assumiu a Ogilvy Rio em outubro de 2001 e deixa agora a agência com o dobro de marcas ativas, além de ter se tornado membro do CADRE, grupo que reúne os 20 escritórios mais criativos da Ogilvy & Mather Worldwide."
De acordo com a nota,entre os principais clientes da Ogilvy no Rio estão a Coca-Cola (Fanta e Sprite); Souza Cruz (Free, Hilton e Ritz); GlaxoSmithKlein (Sonridor, Sonrisal, ENO, Phillips e Scott); e todas as marcas da Castrol e Michelin, cujo planejamento e criação para a América Latina estão centralizados na agência. O Diretor de Criação, Flávio Horácio Azevedo, passa a se reportar à VP Nacional de Criação, Adriana Cury.