Janela Publicitária    
 
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 
11:21 Beat Sonido Yes Filmes Zuêra
A Fenêtre é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes 2013, com o patrocínio da DM9Rio, Staff, 11:21, Beat, Sonido, Yes e Zuêra.
 

OS BASTIDORES DA OGILVY.

Anselmo Ramos e Fernando Musa
Anselmo Ramos, CCO e Fernando Musa, CEO da Ogilvy
Bom, tirando as brincadeiras que a gente sempre faz aqui na coluna, tomei o cuidado de não parecer parcial ou abusar a paciência de vocês para falar da Ogilvy.
Mas agora que acabou a folia, achei interessante abrir um espaço, a quem interessar possa, para responder a pergunta que mais ouvi aqui em Cannes e pelos e-mails e posts de vocês: “Como a Ogilvy está conseguindo isso?”
A resposta: antes de conquistar o recorde de leões em todos os tempos em Cannes, a Ogilvy trabalhou uma cultura do coletivo.
Isso ninguém inventou, nem impôs, simplesmente foi acontecendo há seis anos (e os dois primeiros, zerando em Cannes) por todos os departamentos.
A Ogilvy é provavelmente uma das poucas agências que conheço onde todo mundo se acha na liberdade de dar uma opinião construtiva no seu trabalho. E dá. Seja você  assistente, atendimento ou o CEO da agência. Sem demagogia.
Isso, vamos ser francos, no papel, tem tudo para dar errado. Mas sem ninguém planejar, pode dar certo. É uma agência que dá chance para que todo mundo tente.


OS RASCUNHOS DOS SKETCHES

Roberto Fernandes e Steve Miles
Roberto Fernandez, da Ogilvy e Steve Miles, da Unilever com o GP de Titanium
Um dos Real Beauty Sketches
Você queria ter tido a chance de fazer a campanha Real Beauty Sketches? Eu tive, e infelizmente não fiz. Todo mundo na agência teve. E todo mundo quase fez. E todo mundo está feliz por todos os outros que fizeram.
A campanha brasileira mais premiada da história de Cannes começou num videoconferência que a Unilever fez com diferentes escritórios do mundo.
Pelo Brasil, o Musa (CEO da agência) e o Anselmo (CCO) chamaram todos os diretores de criação de todos os grupos, todos os planners, vários atendimentos.
Nem precisava. O briefing veio tão redondo quanto simples: a marca precisava de algo que volte a chamar a atenção do mundo para a falta de autoestima da mulher. Não teve 5 mil slides de PowerPoint, não me lembro nem de ver esse briefing escrito num papel.
A reunião terminou, Roberto Fernandez, Paco Conde e Anselmo pediram aos DCs: agora subam lá e dividam isso com todo mundo.
E eu arrisco dizer que praticamente todas as duplas da agência apresentaram alguma ideia sobre esse tema.
Um mês depois, no meio de 12 ideias selecionadas estava essa, da dupla Hugo Veiga, português que está no Brasil há quase cinco anos, e Diego Machado, que começou lá na Ogilvy um par de anos atrás.
Das doze ideias apresentadas do Brasil, o cliente gostou de oito. E ainda gostou de mais coisas de Londres, Nova Iorque etc. Tinha muita coisa boa, desde ideias com tecnologia até anúncios de mídia impressa excepcionais.
Mas os Sketches usavam um formato diferente, um jeito novo de abordar o assunto, então por que não fazer se pode ficar bem feito?
O curioso é que mesmo com essa campanha em produção, ninguém parou de pensar para a marca. E foi assim até o time voltar de San Francisco com o primeiro corte do filme.
Então eu acho que o mérito de uma ideia como essa, e como é a de outros GPs como Dumb Ways to Die da McCann (que no case mostra um monte de gente trabalhando) é o coletivo, é deixar o ego em casa é não ter briefings escondidos embaixo da mesa, nem hierarquias desnecessárias. É achar que pode ser.
Foi o sucesso que foi, e todo mundo tem a consciência de que o briefing dessa campanha internacional só veio pelo trabalho que a agência vem fazendo para outros clientes em Cannes e no dia a dia.


ALÉM DA BELEZA REAL

E a Ogilvy não viveu só de Dove. Outra amostra dessa cultura do coletivo é a taxa de conversão da agência: das “vinte e tantas” ideias (ideias, não inscrições) que a Ogilvy mandou para Cannes, 14 viraram shortlists: quase 70%.
Dessas catorze, nove viraram leão. Dá quase 70% de novo.
As outras cinco finalistas somaram 10 pontos importantes para ajudar no prêmio de agência do ano.
Mais de 25 criativos diferentes na agência ganharam leão esse ano, incluindo a turbinada participação do escritório do Rio, comandado há dois anos pelo espanhol Paco Conde. Nessa conta entram seis criativos que ganharam um bronze para IBM, num projeto liderado pelo escritório de Nova Iorque (Cannes não aceita inscrições de dois países).
Mas a pergunta agora é, o que fazer com essa barra que foi colocada lá em cima? Só se sabe que vai agitar o mercado, e isso é ótimo. O resto ninguém sabe, mas vai estar na Fenêtre Publicitaire de 2014.
Anselmo Ramos abre champagne
Anselmo Ramos estourando a primeira champanhe da noite.
Coutinho e Paco Conde
O trabalho que os criativos da Ogilvy Brasil fizeram com a Ogilvy NY
João Coutinho, DA de SP e Paco Conde, ECD do Rio, com o GP de Promo.