Janela Publicitária    
 
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Janela Publicitária - Edição de 06/SET/2013
Marcio Ehrlich

 

Briga entre jornais do Rio tem solução no Cade

Infoglobo: O Globo, Extra e Expresso
Jornais do Infoglobo: mudanças na Política de Participação
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou no último dia 28 de agosto que o Infoglobo -- responsável pelos jornais O Globo, Extra e Expresso -- revise sua política comercial, que estava sendo acusada de concorrência desleal com outros jornais cariocas, como O Dia (editado pela Enjesa) e o Metro (publicado pela Band). Ao mesmo tempo, o Infoglobo foi condenado a pagar o valor de R$ 1,94 milhões como "contribuição pecuniária".
Há muitos anos -- desde que ainda circulava o Jornal do Brasil -- o Infoglobo já adotava uma Política de Participação que beneficiava os anunciantes conforme o percentual de sua verba nos veículos da casa. Ou seja, através de contrato firmado entre o Infoglobo, a agência e seu anunciante, ficava determinado que, quanto maior o percentual da verba fosse concentrado em algum de seus jornais, maior o desconto concedido sobre o valor da centimetragem. Além disto, os anunciantes recebiam novos descontos progressivos caso autorizassem em mais de uma das publicações do Infoglobo.
De acordo com texto da assessoria de comunicação do Cade, o caso teve início em 2005, com denúncias feita pelo Jornal do Brasil e O Dia. Em 2012, diz o Cade, a então Secretaria de Direito Econômico - SDE do Ministério da Justiça concluiu que aquelas práticas configuravam infrações à ordem econômica, recomendando a condenação da empresa.
Desde a última semana, os veículos do Infoglobo têm publicado em suas páginas um comunicado sobre um Termo de Compromisso que foi assinado com o Cade, através do qual a empresa não praticará mais a sua Política de Participação nos próximos cinco anos.
A novidade pegou de surpresa agências e anunciantes que mantém contrato com o Infoglobo e que, agora, por conta do acordo com o Cade, precisarão renegociá-lo. A Janela soube que o grupo editorial já está estudando novas formas de negociação em seus pacotes, que incluam outros cadernos -- que não os Classificados -- para que os anunciantes mantenham a sua presença em suas páginas.
O Infoglobo informa, em seu comunicado, que tomou a decisão para "cessar práticas que, se presentes determinadas condições previstas na lei, poderiam ensejar infrações à ordem economica", o que adiantaria "o resultado útil do processo em trâmite no Cade.
Segundo o diretor de uma agência de propaganda carioca, ela já foi procurada pelos clientes que têm contratos com o Infoglobo para saber como ficarão seus planos de mídia. Até o momento, a área comercial daqueles veículos não esclareceu oficialmente que mudanças serão necessárias nos contratos já firmados.
De qualquer forma, o publicitário acredita que as agências não serão muito afetadas pelas novas medidas: "a verba dos clientes não vai diminuir", explica, apostando que os anunciantes tradicionais dos classificados possam inclusive procurar outras opções de mídia que nem necessariamente sejam outros jornais. "Os canais abertos de televisão também podem ser beneficiados pela redistribuição da verba, se oferecerem boas condições de preço", completou.

CULPA DO MERCADO
Para o publicitário Antonio Jorge Pinheiro, ex-presidente do Grupo de Mídia do Rio e diretor da empresa Mídia 1, é injusto querer crucificar o Infoglobo por suas práticas comerciais. "A política deles é dura mas o Infoglobo não põe faca no pescoço de ninguém", ele lembra, chegando a dizer que se irrita pela situação deixar parecer que os profissionais de mídia "são consumidores ingênuos que não sabem o que fazem e precisam do Cade para definir como trabalhar".
Pinheiro acusa o mercado de ter-se acomodado. "Os profissionais de mídia e as agências poderiam propor outras soluções para seus clientes":
- "Nosso negócio é estratégia e também é nossa responsabilidade mostrar para os clientes que nem sempre dois ou três por cento de desconto serão melhores do que um plano de mídia que distribua a verba em outras alternativas talvez mais eficientes", defendeu.

ATUALIZAÇÃO (Em 04/09/2013, às 20:40h)
Mario Rigon
Mario Rigon: O Infoglobo não pratica mais os mesmos descontos.
O diretor de mercado do Infoglobo, Mario Rigon, em contato com a Janela, esclareceu que o valor pago ao Cade não corresponde a uma multa ou condenação. "Quando se fecha um acordo com o Cade, eles estabelecem uma contribuição pecuniária, que no nosso caso correspondeu aos R$ 1,9 milhões citados na matéria", explicou.
Diz Rigon que a decisão de fazer o acordo foi do próprio Infoglobo, já que o grupo não pratica mais os descontos que levaram às queixas do JB e do O Dia em 2005.
Rigon esclareceu também que, em relação aos descontos sobre os valores de classificados, o grupo está impedido apenas de cobrar um valor final que esteja abaixo do custo isolado de algum dos seus veículos:
- Podemos continuar dando desconto aos clientes que autorizarem anúncios no Globo, no Extra e no Expresso. O que o acordo prevê é que, neste caso, o preço com desconto nunca poderá ser menor, por exemplo, do que se o cliente anunciar somente nos classificados do Globo.

Sindicato quer 12% de reajuste para publicitários cariocas

Cléverson Valadão
Cléverson: mudanças em 2014
O Sindicato dos Publicitários do Rio de Janeiro está convocando a classe para aprovar a reivindicação de 12% de aumento de salário no próximo acordo a ser firmado com o Sindicato de Agências.
Segundo Cléverson Valadão, presidente da entidade, os carros-chefes da negociação deste ano serão este percentual e um aumento de R$ 2,00 no ticket-refeição, que passaria a valer R$ 24,50.
O encontro acontece no próximo dia 17 de setembro na sede do Sindicato (Av.Beira Mar, 216 grupo 801), com última convocação às 13:30h e, sendo aprovadas as reivindicações, elas ainda terão que ser enviadas ao Ministério do Trabalho para que sejam marcadas as rodadas de negociação com os representantes patronais.

ELEIÇÕES
Esta deve ser a última convenção salarial encabeçada por Cléverson Valadão no Sindicato dos Publicitários do Rio, que ele preside há 15 anos. Valadão revelou à Janela que não continua na entidade a partir da eleição de julho de 2014. "Está na hora de passar o bastão", diz o publicitário, que garante que estará deixando a casa com dinheiro em caixa, "diferente de quando assumi", alerta.
- "Em todas as últimas eleições ninguém quis se candidatar e sempre me pediram para continuar. Mas desta vez já estou procurando quem possa continuar com o trabalho aqui no Sindicato", adiantou o dirigente.

Gente Que Vai e Vem

NBS (Rio - RJ) - A agência contratou Bianca Reame (ex-Giovanni+Draftfcb e TBWA Paris) como a nova gerente de planejamento e Cilas Nascimento (ex-Agência 3) como planejador. Bianca é formada em jornalismo e com mestrado em Comunicação pela SciencesPo Paris e Cilas é formado em Publicidade e Propaganda pela UFF, com especialização em Master Design and Branding Strategy pela Brunel University, em Londres. Na equipe também entra, como estagiária, Alice Kogut. (26/08/2013)

Ricardo Gaida
Ricardo Gaida
Academia de Filmes (Rio - RJ) - A produtora contratou Ricardo Gaida como produtor executivo e responsável pela gestão da unidade do Rio de Janeiro. Gaida estava até recentemente como RTV da Artplan, mas também já passou pelas agências McCann e Publicis. (21/08/2013)

FALECEU FERNANDO LUIZ DOS SANTOS
Profissional de atendimento que passou por JWT, DPZ e Denison no Rio de Janeiro faleceu no último sábado, 31 de agosto, e foi sepultado em Uberlândia, onde estava vivendo. Clique no link para visitar seu verbete na Janelapédia.