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Na Web desde 12/07/1996.
 

Marketing & Publicidade - Edição de 08/MAI/1988
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da coluna "Marketing & Publicidade" foi publicada originalmente no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Festa do Colunistas é dia 8

Prêmio ColunistasJá está marcada, para o próximo dia 8 de junho, a grande festa de entrega dos diplomas aos vencedores do VII Prêmio Colunistas-Rio, os melhores da propaganda carioca em 1987.
A festa será no Hotel Intercontinental, com um coquetel e jantar, seguido por um audiovisual no qual serão mostrados todos os trabalhos premiados.
Julgado em fevereiro último, o VII Prêmio Colunistas-Rio premiou 94 trabalhos de 27 agências. Foram 5 Grandes prêmios, 43 Medalhas de Ouro, 39 de Prata e 7 de Bronze.
Como Agência do Ano foi escolhida a Giovanni & Associados. O Publicitário do Ano, segundo o júri, foi Paulo Rolf, vice-presidente da Artplan, e o Profissional de Propaganda do Ano, o diretor de comerciais Carlos Manga. O Grande Prêmio de Anunciante do Ano foi concedido à Pepsi e o de Veículo do Ano ao Jornal do Commercio, que em 1987 comemorou seu 160º aniversário.
No total, tiveram trabalhos premiados no VII Colunistas­Rio, 65 empresas anunciantes, cujos representantes, junto com suas agências, subirão ao palco no dia 8 de junho para receberem seus diplomas. Como todo ano, esta promete ser uma das maiores festas da Propaganda Carioca, digna deste que é, sem dúvida alguma, o maior prêmio da nossa propaganda.
As reservas de mesas e adesões individuais para a festa do VII Prêmio Colunistas-Rio estão abertas na Dinâmica de Comunicação, pelo telefone 552-4141, com Mônica Morel.
Veja, a seguir, um ranking com as agências que obtiveram os dez melhores resultados no VII Prêmio Colunistas-Rio, em número de pontos. Para estes cálculos, cada Grande Prêmio valeu 7 pontos, enquanto Ouro valeu 5 pontos, Prata 3 pontos e Bronze 2 pontos. Em caso de empate, prevaleceu quem teve maior número de medalhas ou, persistindo o empate, quem conseguiu o prêmio maior.


Prêmios Conquistados pelas agências no VII Prêmio Colunistas-Rio
Agência G. Prix
(X 7)
Ouro
(X 5)
Prata
(X 3)
Bronze
(X 2)
Pontos
Artplan 2 11 3 1 80
Contemporânea 2 4 5   49
Salles   4 1   23
Giovanni   1 5 1 22
VS Escala 1 1 2 1 20
J.W.Thompson   3 1 1 20
Provarejo   3 1   18
Expressão   2 2   16
DPZ   1 3   14
Standard   2 1   13
MPM   2 1   13
Esquire   2 1   13

Souza Cruz remaneja contas e dá a parte de Plaza à W/GGK

Finalmente aconteceu o esperado há quase um ano, desde que Washington Olivetto deixou a DPZ para unir-se à agência suíça GGK: a W/GGK, agência surgida desta união, pegou o seu pedaço da Souza Cruz.
É dela agora a difícil conta de Plaza, que estava com a MPM desde o seu lançamento, e cuja propaganda se caracterizou por apresentar as mais diversas traquitanas — flipers, relógios, boliches, etc. — construídas apenas com cilindros, mimetizando os cigarros que tinham "uma classe a mais".
A conquista da conta pela W/GGK se insere no remanejamento que periodicamente a Souza Cruz faz entre as agências que lhe atendem. E que, este ano, aproveitou para refazer uma injustiça cometida pela empresa em 1987, quando retirou a conta de Free da Standard, Ogilvy & Mather, agência que nos dois anos anteriores havia conseguido dar uma forte personalidade ao produto, ao encontrar o imbatível conceito criativo do "alguma coisa em comum".
Nem todo o inegável talento da Salles — que ganhou, ano passado, a concorrência de Free — conseguiu inventar outra saída, e a conta do produto volta à Standard. Para compensar, Montreal, que estava na Standard, passa para a Salles, que ainda continuará com Minister, Columbia e Elmo.
Na Standard, ficam ainda Arizona, Lucky Strike e o hoje indefinido JPS-John Player Special, que tanta elegância dava aos carros da Lotus. Na MPM continua o milionário Hollywood, além de Belmont e Ritz. E na DPZ, que deve estar acendendo aos santos uma vela atrás da outra, nada mudou: a agência continua firme e forte com Continental, Carlton, Charm e Hilton.

W/GGK terá base de atendimento no Rio ainda este mês

Washington Olivetto, diretor-presidente da W/GGK, confirmou a esta coluna que até o final deste mês tem pelo menos montada uma estrutura básica de atendimento para representar sua agência no Rio de Janeiro.
O contato com o profissional que dirigirá a W/GGK-Rio, diz ele, já está fechado, mas como ele ainda está em outra empresa, seu nome será divulgado apenas na próxima semana, quando, inclusive, a agência receberá, da Souza Cruz, o primeiro briefing sobre o cigarro Plaza.
Por enquanto, a W/GGK pretende dar cobertura de criação, mídia e produção à conta da Souza Cruz através da matriz, em São Paulo, o que descarta a hipótese de contratações de profissionais destes setores no Rio.
Nem mesmo endereço ou telefone no Rio a agência tem. Washington está aguardando a volta da Europa do vice-presidente administrativo da W/GGK, Javier Liusa Ciuret, para cuidar de todos estes aspectos.
De qualquer modo, a instalação da agência no mercado carioca obviamente amplia as possibilidades de conquistas de novas contas daqui. Olivetto, porém, diz que até hoje, a W/GGK sequer tem conseguido fazer um trabalho ativo de prospecção:
- Nosso Vice-Presidente de Solicitação — diz — é o nosso próprio trabalho exibido na mídia. Os empresários veem, olham, ouvem falar da gente e procuram. Se outras empresas do Rio nos procurarem e acharmos que será possível um bom trabalho para ela, é claro que não vamos recusar a conta.
Os donos de agências do Rio que se preparem.

Velso estreia em direção com comercial da Flupeme

Tandem para Flupeme: Recessão

A Tandem está lançando um novo diretor de cinema publicitário no mercado carioca: Velso Dutra Ribas, que dirigiu o comercial "Recessão: sai dessa Brasil", criado pela Tandem para o seu cliente Flupeme — Associação Fluminense da Pequena e Média Empresa.
Velso, que nos últimos 10 anos foi um premiado diretor de arte em agências como a DPZ e a Thompson, é formado em cinema pelo Idhec - Institute de Hautes Etudes Cinematographiques, de Paris, de onde saíram diretores como Truffault, Chabrol e Godard.
O filme da Flupeme — cuja produção foi da Zohar — é o primeiro comercial de Velso como diretor, que antes tinha dirigido apenas curtas e documentários. A criação do comercial foi de Octavio Moreira Lima Jr. e Eduardo Machado, a excelente fotografia de René Persin, a trilha de Rick Pantoja, o atendimento de Luiz Carlos Lopes e Mônica Rodrigues e a aprovação de Benito Paret.

Seguradoras querem em 1988 maior divulgação

Aproveitando o período de entrega das declarações do Imposto de Renda, o Codiseg - Comitê de Divulgação Institucional do Seguro deu início, no final de abril, a uma campanha desenvolvida pela MPM Propaganda, relembrando aos contribuintes que, nas declarações do ano que vem, eles poderão abater os seguros de vida, acidentes pessoais e de saúde feitos neste ano de 1988.
A peça básica da campanha é um filme de 30 segundos, no qual o Codiseg realça duas das preocupações de um "executivo clássico" para a realização de um seguro: a proteção da família e o incentivo dado pelo Governo, que terá efeito imediato no seu bolso. Além deste comercial, a MPM criou também um anúncio para revistas de circulação nacional.
Segundo Marco Antônio Moreira Leite, diretor executivo do Codiseg, a ofensiva de marketing tornou-se uma prioridade para o órgão a partir da constatação de que o mercado segurador, que ano passado arrecadou apenas cerca de um por cento do Pib — cerca de Cz$ 107 bilhões —, detém enorme perspectiva de ampliação.
O Codiseg, inclusive, está com uma série de pesquisas encomendadas a empresas especializadas brasileiras para elaborar um novo perfil do mercado segurador brasileiro, que sirva de suporte para as próximas campanhas institucionais do setor que as empresas seguradoras realizarem por seu intermédio.

Rhodia descobre os meses certos para liquidações

Qual a época mais adequada para se realizar uma liquidação de vestuário? Pelo menos em São Paulo esta pergunta já tem resposta, a partir de um estudo da Rhodia, que analisou o comportamento da temperatura daquela cidade entre 1946 e 1986.
Elaborado pela Atividade Fibras Têxteis da Rhodia, com base em dados fornecidos pelo Instituto de Meteorologia do Ministério da Agricultura, o estudo informa que a época ideal para uma liquidação de roupas de verão é após o mês de fevereiro, o mês mais quente do ano. A partir de março, a temperatura inicia um processo de declínio, atingindo seu ponto mais frio em julho. Já a desova dos estoques de vestuário de inverno deve começar depois de julho, quando os termômetros voltam a mostrar uma elevação.
Para Walter Meyer, gerente do Departamento de Mercado Fibras da Rhodia, liquidar estoques antes de fevereiro e julho não é a solução mais indicada. Ele deduz que a pressão de fluxo de caixa força o comércio a iniciar liquidações de verão e inverno antes dos meses mais quentes e frios. "Se fosse possível compatibilizar o calendário de promoções com a evolução das estações, o comércio, certamente, melhoraria seus resultados".
O estudo ainda encontrou um dado interessante para quem fabrica ou negocia com roupas. A média das temperaturas mínimas, nos últimos 40 anos, subiu 2 graus centígrados. Ou seja, o inverno vem diminuindo de intensidade a cada ano.
Bem que alguém poderia fazer um estudo desses para o Rio, não é?

Brahma passa a operar em mídia com sua Central

A Brahma, que hoje é um dos maiores anunciantes do mercado brasileiro, sendo atendido por cinco agências de propaganda, está sendo o exemplo de outros anunciantes brasileiros — como a Souza Cruz — e criando a sua Central de Mídia Brahma, com o objetivo de centralizar, coordenar e controlar todas as suas atividades de compras de espaço e facilitar as suas cada vez mais complexas necessidades de serviços de mídia.
A Central de Mídia Brahma, embora administrativamente subordinada à J. Walter Thompson, será uma unidade autônoma, conduzindo todos os assuntos diretamente entre a Brahma e as suas agências. Para supervisionar este trabalho, foi contratada Maria Rosa Garcia Barcellos, profissional de mídia bastante conhecida no mercado carioca.
Atualmente atendem a Brahma a Salles (Cerveja Brahma Chopp), Denison (refrigerantes Brahma), Artplan (Cerveja Malt 90 e refrigerantes Skol), Standard (Brahma Extra Light, Malzbier, Chopp da Brahma, Brahma Beer e Caracu) e J. Walter Thompson (Cerveja Skol).

Giovanni cria pra Sendas unidade interna autônoma

A Giovanni & Associados vai modificar sua estrutura operacional, criando para a Casa Sendas uma unidade autônoma que cuidará exclusivamente desta conta, e que receberá o nome de Unidade Sendas — USA. A nova unidade ficará sob a direção de Carlos Henrique e começa a atuar ainda este mês, funcionando como uma miniagência de publicidade dentro da própria Giovanni. Ela contará, inclusive, com departamentos próprios de criação, mídia, tráfego e atendimento, com profissionais que o próprio Carlos Henrique já está procurando no mercado.
Com isto, a Giovanni espera liberar o restante de sua equipe para se dedicar ainda mais aos outros clientes, além de permitir um melhor dimensionamento das necessidades da Sendas, com toda a sua exigência natural de uma grande conta de varejo (só a campanha de 30º Aniversário, no mês de abril, teve 1.006 inserções em TV, fora a programação normal de ofertas).
Um caso semelhante a este aconteceu no Rio quando a SGB decidiu criar uma unidade autônoma para cuidar do Ponto Frio. Para a agência, porém, a experiência não deu certo. Pouco tempo depois, os diretores da unidade deixavam a SGB para se unirem ao cliente na abertura da house-agency Fama, levando, inclusive, todos os profissionais que lá trabalhavam.

MKT MIX

Monada faz pesquisa sobre representantes

A Monada Consultoria & Comunicação deu início, no Rio, a uma pesquisa direcionada às agências de propaganda, para detectar os pontos sensíveis no relacionamento Agência/Representação/Veículo, e o que pode ser feito para melhorar esta relação.
Denominada Sonda Um, a pesquisa tem como alvo os profissionais de mídia/representante, passando por eficácia do atendimento dos representantes até a descoberta dos melhores critérios para a elaboração de tabelas de preços.

GENTE

• Mauro Multedo, que já havia saído uma vez da DPZ e ido para a Coca-Cola e depois voltado para a DPZ, está de volta à Coca-Cola, só que agora como Diretor de Serviços de Marketing.
• Como toda abertura de brecha na alta estrutura de atendimento de uma agência, pode-se prever, a partir de agora, um agitado troca-troca do setor no Rio de Janeiro, com inevitáveis promoções profissionais.
• Olha só para começar: na DPZ, quem está entrando, como diretor de atendimento, é Carlos Campana, que dirigia o atendimento da Almap-Rio.
• De onde sairá quem irá para a Almap?
• Ricardo Cid é o novo gerente de marketing do Norte Shopping. Além de coordenar os eventos culturais, de esporte e de lazer, o publicitário pretende desenvolver projetos de treinamento de vendas a todas as equipes das 165 lojas do shopping.
• Arthur Crispino assumiu a gerência de eventos e marketing da GCG-Globo Computação Gráfica.
• O redator Celso "Samambaia" Muniz, que atuou, no Rio, na Artplan, assumiu a direção-geral de criação da agência pernambucana Gravatahy, cuja principal conta nacional é o Banorte.
• Maria Monserrat Padilha, que era editora de marketing de revista Exame, passou a chefiar a assessoria de comunicação do São Paulo Mart Center, um center especializado em empresas de moda.
• A Norton criou, para o Shopping da Gávea, a promoção "A Arte de Ser Mulher", que acontecerá de 2 a 12 de maio, comemorando o Dia das Mães. Haverá palestras e exposições sobre o tema.
• Quatro grandes nomes de fornecedores da indústria hoteleira se reuniram na loja Celina, do Casashopping, para criar o primeiro show-room do país especializado em decoração hoteleira: a Celina (móveis), Formatex (tecidos), Avanti (tapetes) e Lampcolor (luminárias). Considerando o volume de compra de móveis que apenas um hotel faz, convenhamos que a ideia é genial.
• O Festival de Nova York já está distribuindo seus kits de inscrições, para a sua 31ª premiação. Para os comerciais inicialmente veiculados entre 10 de agosto de 1987 e 30 de junho de 1988, o prazo de inscrições é 30 de junho próximo. Para aqueles veiculados desta data até 12 de setembro, o prazo irá até 12 de setembro, mesmo quem estiver interessado em receber kits, pode escrever para: 5West 37 Street, New York, NY 10018, USA.
• Para quem critica que o Prêmio Colunista tem muitas categorias, é bom citar que o Festival de Filmes de Nova York tem 76 subdivisões, sendo 8 somente para serviços públicos. Em cada categoria, os juris podem conceder medalhas de ouro, de prata e de bronze, além de diplomas de finalistas. Cada inscrição custa 85 dólares, ou seja, cerca de 14.500 cruzados.
• O Ron Montilla está fazendo 30 anos, liderando o mercado de runs com 54% das vendas. Com 120 milhões de unidades vendidas até hoje, o produto foi responsável por 10% de todo o faturamento da Seagram do Brasil em 1987. Foram vendidos naquele ano 8 milhões de Montilla, sendo 60% nas regiões Norte e Nordeste
• A Expressão Brasileira de Propaganda, agência da Varig, está completando 5 anos de existência, e um quadro de 15 clientes, entre os quais Nadir Figueiredo, Grupo Tramontina e Vinícola Aurora.
• A Indústria de Óculos Focal está reforçando, em seu marketing, um trabalho de orientação às óticas para colocação de sua coleção Jacques Vernier para receituário, propondo que o formato dos óculos sirva para harmonizar o formato do rosto. Assim, os óculos arredondados servirão para jovializar os rostos quadrados, enquanto os óculos quadrados ou retangulares suavizarão os rostos arredondados. Felizes os de rosto ovais, que, segundo a Focal, podem usar qualquer modelo.
• Acreditem ou não, a Soyuztorgreklama, que é a entidade nacional soviética para a publicidade — e que pertence ao Ministério do Interior da URSS — acaba de filiar-se à IAA-International Advertising Association. Perestroika é isso aí!
• Dos 18 lançamentos da linha 88 da Formipiso, nada menos que 6 são de padrões madeira. Com o preço que anda a madeira no mercado, os laminados com imitações acabam sendo a saída para a tendência "natural" da decoração de ambientes.
• O produtor gráfico Wilson Bigarelli e o publicitário Luiz Roberto Salvador lançaram esta semana o anuário Brindice, um veículo de 112 páginas, agregando mais de 70 fornecedores de brindes e presentes do mercado brasileiro. Quem estiver interessado, deve procurar a Brindice Publicações, Al. Jaú, 1148, CEP 01420, em São Paulo, ou pelos telefones (011)289-8966 e 289-8304.
• Para custear a campanha comemorativa de seus 30 anos, o La Mole rateou a verba de Cz$ 22 milhões (previstos em março) entre seus 30 principais fornecedores. A ideia foi da Plano & Ação Consultoria de Marketing, que atende a conta. Em junho, a campanha entra na TV Globo e Manchete, com um comercial de 30 segundos baseado no jingle que, desde abril, vem sendo veiculado em FM.
• A GTM&C agora acertou com a campanha do Bob's, reforçando os apelos em torno da variedade e exclusividade dos produtos da lanchonete.
• A Altermark sacou que o JB publica, na página de cinema, uma seção com a relação de salas organizadas por bairro, e com o e com o título "Perto de Você" conseguiu negociar, para seu cliente Philippe Martin, um patrocinador de 8 col. X 1 cm diário, dizendo simplesmente "Phillipe Martin, patrocínio também perto de você", e que é impossível de não ser lido. O objetivo é reforçar o fato de a P.M. ter lojas em várias cidades (e no Rio, 10 lojas), como desenvolver o conceito de que ela se preocupa em estar sempre atualizada com o gosto do seu público alvo.

CONTOS & CONTAS

Genilson Gonzaga

As moscas e o lixo

O presidente da Associação Brasileira de Propaganda, Celso Japiassu, enviou telex ao vereador Roberto Ribeiro, presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, manifestando inquietude em relação ao projeto de lei que proíbe o uso de outdoors na propaganda de bebidas e remédios, e restringindo-o na propaganda de produtos tabageiros.
Japiassu, muito propriamente, destaca que tal projeto poderá causar enormes prejuízos a atividades absolutamente legais, que trazem vultosas contribuições aos cofres públicos. E seu raciocínio é perfeitamente lógico: se produzir bebidas, cigarros ou remédios são atividades que não ferem quaisquer leis, tentar inibi-las, sim, é que constitui ataques deliberado a empreendimentos que geram empregos, riquezas e recolhem tributos aos cofres públicos. Aí sim, um crime.
De mais a mais, essa conversa de que fumo faz mal à saúde já encheu o saco. Todo mundo já sabe. Fuma quem quer. Mas o que é pior é que os mais ferrenhos anti­tabagistas são, em geral, ex­fumantes. Ora, bolas, deixem quem quer fumar em paz. Aliás, é um direito inalienável do cidadão decidir se quer ou não fumar.
O que é importante é que tais ataques não restrinjam qualquer atividade empresarial. Por que, por exemplo, não usam os mesmos veículos de comunicação para fazer suas campanhas anti-fumo ou anti­bebidas? Pagando. Aí não estariam tentando prejudicar ninguém. Valeria mais quem tivesse maior poder de persuasão. O que não adianta é tentar culpar as moscas pelo lixo.
Por isso, o companheiro Celso Japiassu vai ter sempre aqui o espaço que desejar para a defesa dos interesses de quem quer apenas trabalhar. Se todos pensassem assim e agissem assim, não teriam tempo de ficar criando besteiras.
Já dizia meu sábio avô: "Quem não tem o que fazer, acaba inventando".